Clementine

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Triste é olhar para a janela, ver que amanheceu e nada mudou.

Não é insônia. É saudade!

Inserida por sweetclementine

Mas foi, eu deixei a menina do sorriso bonito. A menina do sorriso bonito me deixou. Não sei qual á ordem certa e nem sei como viemos parar aqui -na solidão. Talvez se eu parasse com meus cigarros -mesmo assim você não voltaria. Ou se eu parasse de beber e pensasse um pouco antes de te ligar totalmente embriagada no meio da madrugada, você não me deixaria. Se você olhasse para mim de novo, só pra ver o meu estado. Ver, como eu me sinto infeliz. Ouvir como não há pureza no meu riso nem brilho nos meus olhos. Sim, a menina do sorriso me deixou e eu procuro deixá-la ir a cada segundo.

(...) e novamente me vi sentada naquela poltrona antiga que tem na sacada procurando os motivos de você ter ido. Me vi, apertando contra mim o celular á espera de uma ligação. Me peguei chorando ao som da sua musica preferida. Olho pras estrelas todos os dias na esperança de ver uma cadente só pra pedir você comigo (...) Lembro-me dos dias bons, nos quais frios eu ia até você só esquentar meu pé na sua batata da perna ou de como me embalava nas noites em que eu só sabia chorar. Ah se você voltasse, eu juro que colocaria mais açúcar no café...

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Se você o visse, iria saber de cara o porque de eu amá-lo tanto.

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O relógio como de costume despertará as sete horas. Não vou ter ninguém para acordar com beijos. Na hora de preparar o café, só farei uma xícara, não duas como antes. Não ligarei ou mandarei mensagens pedindo sugestões para o almoço. Chegarei em casa, cansada e não estará ninguém á minha espera para me perguntar como foi meu dia e me fazer uma massagem nos pés enquanto me ouve falar sobre os novos pacientes. Assistirei televisão só, não mais terei beijos no intervalo de cada filme. Dormirei sem um beijo de boa noite, sem o cheiro dos seus cabelos no travesseiro e o seu suspirar ofegante. Não terei ninguém para acariciar, amar e muito menos me fazer chorar por motivos bobos. Eu não terei você, eu não serei feliz sem você... meu amor!

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Diga á ele que você me viu e eu parecia bem. Que sai para dançar, e que estava deslumbrante. Conta como eu flutuava naquele vestido curto e como atraia olhares também. Apesar de tantas madrugadas frias, tantas lágrimas, diga á ele que estou bem. Que sua garotinha cresceu e jurou não se abalar com qualquer sorriso bonito. Diga á ele que... Na verdade, ele sabe quem sou.

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Mas então, se ela te amar pelo menos um terço do que eu te amo. Amor não lhe faltará.

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Me embebedei de você e acordei de ressaca do seu amor.

Quero pensar que isso no fundo é uma grande bobagem. Deve ser. Não sei ainda o que é gostar, amar... meninas ou meninos, sei lá. Sei quase nada de amar.

Jurei que a todo amanhecer repetiria em voz baixa a seguinte frase "Lutar contra essa sentimento ruim que está me rondando, essa coisa vil e pecaminosa. Eu sei. Isso não me levaria a lugar algum."

Da sacada eu o vi indo. O dia estava chuvoso e bastante frio. Estava parada observando você ir na ruela de meu prédio. Você estava quase sumindo quando dificilmente vi que tirava algo dos bolsos. Na esperança de que fosse o celular para assim me ligar e pedir que eu abrisse as portas da minha casa, fui correndo para perto do telefone, que não tocou. Voltei a sacada para tentar vê-lo, e percebi que estava parado com um cigarro apagado na boca. Foi então que você virou e caminhou em minha direção. Logo apanhei uma caixa de fósforos na cozinha e desci - mais rápido impossível -as escadas do meu prédio. Estávamos os dois molhados no meio da rua. Olhei nos teus olhos e perguntei se queira que te fizesse um café quente. Você recusou e disse que nada te esquentaria tanto quanto meus braços. A luz do poste estava refletida no teu rosto, nunca o vi tão belo e seus olhos brilharem tanto, ali havia amor. Abri mais uma vez as portas do meu coração.

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O dia está para arrumações. Tirar a poeira e até as teias de aranha. Limpar, polir e deixar tudo como antes.
— A casa?
— O coração!

Nós poderíamos acabar com tudo, substituir de vez essas vírgulas e reticências por pontos finais. Poderíamos violar essa gramática que nos envolve, que nos quebra e nos junta, que nos junta e nos quebra. Deveríamos tirar as cartas da manga e assim colocá-las na mesa de vez. Caso você não queira deveríamos pelo menos ficarmos juntos, sem essas eventuais idas e vindas. Você não deveria correr como um vadio na manhã que dormisse no meu apartamento, você deveria esperar o dia amanhecer para tomarmos café juntos. Sem complicações, devíamos planejar nosso futuro e conjugá-lo, conjugá-lo desse nosso jeito errado e torto. Um sem o outro não existe, entende? Não me peça para que eu ligue a rádio quando você pedir para aquele velho locutor me dedicar algumas musicas. Isso já não me surpreende nem me basta. Quero que nos acertemos. Não deixe que o leite passe o ponto da fervura e derrame no fogão que eu não mais estarei lá para limpá-lo. Mas sabe, até você comigo sujando meu fogão serviria, você estaria ali, isso é importante. Mas se você decidisse ficar de vez... ah, forraria a cama com teu lençol preferido que por sinal ainda guarda teu cheiro. Minha vestimenta seria sua camiseta. Enquanto isso não acontece fico tentando entender essa sua cabeça, suas incógnitas. Tento entender porque entra pela porta dos fundos e me olha cantar desafinadamente no chuveiro se tens a chave da frente. Quer saber, uma hora não estarei feito tola lhe escrevendo. Se quiser queime minhas cartas, mate em você essa parte que te prende á mim porque se for depender de mim não conseguirei arrancar-me a parte que lhe prende aqui. O fato é que não vivo sem seu perfume barato, sem sua calça velha rasgada, suas blusas cheias de remendo e suas botas encharcadas sujando minha casa. É como eu digo sempre: um dia você volta, um dia você fica ou um dia quem sabe vai de vez. Se fosse pra escolher, escolheria que você ficasse porque ainda te espero.

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Essas mãos cansadas são as mesmas que ao acordar cobre a cara de tapas querendo dar um choque de realidade. Mãos calejadas. Já lidas por cartomantes, já entrelaçadas por uma outra mão que queria pro resto da vida fazendo carinho. Mãos já tocadas pela dor. Essas mãos... ah!

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Porque não me avisar,
que irias enjoar,
desse meu jeito torto,
de amar?

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Não sinto nada, nem saudade. Não quero que penses que estou falando isso só para te atingir, pois não é. Aquela saudade que me consumia ontem, hoje já não faz parte de mim. Aquela saudade que transbordava pela olhos e criava rumores no estômago não vive mais comigo. Você ainda está bonito e encantador. Mas não vejo mais graça em suas qualidades. Seu encanto hoje me enoja. Não te ver comigo me entristecia, não posso negar. Por tantas vezes saí embrigada na noite á sua procura. Fiz tanta coisa por ti que acabei enjoando de mim por ser assim. Hoje não sinto nada, nem saudade. Nem posso acreditar que passou. Por deus, passou! Eu nunca pensei que conseguiria colocar um fim nisso, nunca pensei que esse sofrimento todo acabaria, mas acabou. Acabou tão bem que hoje não sinto nada, nem saudade.

Estou mais velha. Estou mais chata. Sem tolerância, sem paciência - coisa que nunca tive -. Não ando suportando lugar apertado e musica alta, e olha que rotineiramente ia pra balada. Não bebo mais vinho vagabundo, e olha que já fiquei estirada pelas ruas bebendo drinques baratos. Não quero ter que ouvir reclamações de amigas que estão tristes porque não entram em um jeans 38, e olha que já chorei por não entrar em uma roupa. Não quero pés apertados, e olha que calçava um número á menos do tamanho dos meus pés. Há quem diga que estou moribunda. Mas quer saber? Nunca me senti tão livre!

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A noite está fria. E eu que queria ter você, só tenho uma resma de folhas brancas e uma caneta preta, pobre de mim!

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Por um tempo vivi imersa na desilusão. Com um pouco de angústia e algumas doses de solidão. Nada me animava, eu não sorria, não cantava. Meu céu era cinza e nada do que fazia era suficiente para que ele ficasse azul, mas foi só você aparecer na minha vida que ele ficou com todas as cores do arco-íris, e o meu mundo estava mais belo que nunca. Foi você quem trouxe meus sorrisos sinceros e o brilho no meu olhar. Foi você quem me ensinou o que é amar.

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Deixe pra lá essa descrença menina, esse comportamento apático.

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Nota da noite: Sinto tua falta, mas isso piora em noites frias.

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Perdoa, o coração está surrado.

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Você é minha sarna, minha praga, minha peste.
Meu remédio, minha cura.
Me infeste!

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Mais apimentada que comida mexicana...

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