Cledson Rodrigues
Amor em corrente de ouro
Estou me tornando gótico,
Mas o amor me devora, me arde.
Entrego-me como as cachoeiras caem,
Levitando ao sabor das águas,
Seguindo o curso que me invade.
Esse amor é uma corrente de ouro,
Uma joia que poucos tocam, poucos veem.
Se me deixar, vai perder essa preciosidade,
Você precisa segurar este amor
E não deixá-lo morrer, não deixar que fuja de quem o tem.
Estou me deixando levar
Por esse amor dramático, envolvente,
Amor, pegue-o nas mãos!
Você está sendo rebelde,
Ao permitir que se vá lentamente.
Você poderia ter tudo de mim,
O amanhecer que merecemos,
O amor que nos torna gigantes,
A inveja dos que nunca compreenderam
O valor dessa preciosidade que vivemos.
Olhe nos meus olhos agora,
Este é o amor que se move na melodia da paixão.
Sentimento Sobre Rodas
Vamos, amor, pega a chave, acelera sem pensar.
Roda a cidade, o mundo, vamos juntos pilotar!
Paris ou Orlando? Quem sabe a gente chega lá.
Mas o destino, na verdade, é onde o coração vai parar.
Dirija meu coração, faça dele sua estrada.
Cada curva, uma risada, noite inteira encantada.
Quando olho no espelho, não vejo só a mim.
Vejo nós dois, refletidos, num retrato sem fim.
Somos unha e carne, inseparáveis porque querermos,
Morrer de amor para viver o amanhecer.
Veste minha blusa, aquela do meu time preferido.
A noite toda, sem destino.
Ficamos viciados, um no outro, sem saída.
Aceleramos juntos na pista da vida.
Até que o sol nos encontre no fim da jornada.
Apertados, apaixonados e com o coração na estrada.
Nosso amor...
Eu não quero você de volta.
“Contar comigo” é coisa do passado.
Só quero o que tivemos naquele instante.
Você agora se encontra distante.
Longe das minhas mensagens,
Do meu amor, eu não quero retorno.
Você habita o meu coração.
Mesmo quando me lança ao abandono.
Você dizia que era para sempre.
Que éramos linhas, entrelaçados.
Mas onde está essa linha agora?
Eu não quero volta, não quero, não.
Você é meu alimento.
Quando me perco dentro de mim,
Quero reviver nosso amor no fim de tarde.
Como se fosse o primeiro verão,
Ou o único, ainda que tão distante.
A Magia da Imaginação
O tempo para no silêncio dos ponteiros.
Entrelaçando os sonhos no TIC-TAC.
A mente viaja para lugares que o corpo não alcança.
Criando universos, moldando o vento e dançando.
No relógio da mente, há muitas horas.
Paisagens pintadas de tons tão diferentes.
O inatingível se torna breve e real.
Na imaginação, tudo é ideal.
Canta o tempo em canções que ninguém ouve.
Versos de nuvens, sombras em fugas.
Na harmonia do improvável, tudo se torna canção.
A imaginação é a eterna pulsação.
Silêncio profundo e vasto.
Entre o 11º passo e o último respiro,
a solidão valsalva pelo abismo.
Como uma melodia suave de estrelas morrendo,
Quarenta e sete nuances de silêncio fluindo.
Cada palavra que o vento sussurra.
É um acorde na busca infindável.
Um amor que não se mede, não se vê.
Mas vibra no âmago, vasto e palpável.
Sete vezes, o coração gemia vazio.
Como se o tempo desvanecesse no ar.
Mas na oitava, entre sombras e luz,
encontrei a essência que nos faz pulsar.
Não somos carnes, nem ossos frágeis.
Somos feitos de notas que queimam,
Desejo ardente que ressoem e se apagam.
Na eterna harmonia de sermos nós.
Refletidos no espelho dos outros, na alma reveladora.
No fim, não há fim, apenas recomeço.
Como o ciclo da estrela distante.
O 11º passo, ao som do infinito,
onde o amor, à essência é o único grito.
Não é o final, mas sim uma fase em que os sentimentos mais profundos emergem de forma rápida, deixando uma impressão duradoura em nossa história.
Por que ser um guerrilheiro?
Ser um guerrilheiro é se lançar na guerra.
Estar pronto para a batalha que não se encerra.
Buscando os frutos que a conquista dá,
Embora no caminho, a derrota virá.
Entre os obstáculos, há força a colher.
Como quem constrói com pedra o seu viver.
Cada tropeço, uma base sólida a erguer.
Pois a vitória se forja no que se pode perder.
Ser guerrilheiro é não desistir.
Mesmo quando a vida insiste em ferir.
É avançar com coragem, moldando o destino.
Tendo a alma forte e o coração cristalino.
Poesia do Poeta
Desejo ser um cantor, porém não posso ser.
Minha voz é constituída por silêncios que não se veem...
Sou poeta, criando versos e melodias.
A palavra em mim é onde a alma se manifesta.
Nas rimas que faço, a melodia se revela.
Cada linha é um som que o coração toca.
Não sou cantor, sou apenas o intervalo.
Entre o que sinto e o que calo.
Minha essência está escrita, é um verso, um som.
Mesmo que a arte da música não seja dom.
Sou poeta, na linha entre o dito e não dito.
E é na palavra que prefiro viver.
O esconderijo dos sonhos
Jogaram meus sonhos no vazio.
Despedaçados pelo peso do amor.
Deixei para trás o rastro das dores.
Segui na busca incessante por algo que nunca toquei.
Por isso, insisto, mesmo quando o vazio me consome.
Sussurrando que a liberdade está distante.
Mas o vazio... ele não some.
O julgamento é cruel.
Antes de atirar suas palavras, olhem para as marcas,
Nas mãos de quem só quer fugir.
Só quer voar.
Eles sussurram: "Você nunca chegará lá."
A escuridão se aproxima, lentamente,
Mas nunca estive tão perto do abismo.
Talvez precise cair para entender o voo.
Preciso ser liberto,
Preciso partir,
Para longe de tudo o que me aprisiona.
Deixei meu passado atrás de grades invisíveis.
Buscando ser leve como um pássaro,
Mas preso, ainda, nas teias das suas palavras.
Só quero ser liberto.
Será que algum dia serei?
A liberdade dos sonhos é uma dor afiada.
Uma ferida que sangra esperança.
Cheia de expectativas,
Cheia de silêncios.
No fim, só queremos ser libertos.
Sou inquestionável
Ninguém sou eu.
Ninguém sente o que eu sinto,
ninguém enxerga o que só eu vejo.
O pouco não me contem.
O médio passa longe da minha arte.
E o muito nunca me preenche.
Sou feito da necessidade de lutar.
De enfrentar meus próprios sentimentos.
Sejam eles felizes ou tristes,
pois, no fim, sou sempre a essência da simplicidade humana.
Busco ser único,
mesmo que permaneça irreconhecível.
Aos olhos certos,
eu sempre serei arte.
Orquídea – fantasma
Na luz tênue, eu floresço em segredo.
Símbolo de pureza, meu silêncio é enredo.
Entre sombras, a lenda se desenha.
E no vazio, meu espírito se empenha.
Orquídea – fantasma, translúcida e fria,
Celebro a essência em minha própria vigia.
Reflexo de um ser que se esconde do olhar.
Memória que o vento leva, mas não deixa de estar.
Entre raízes aéreas, a vida se prenda.
No íntimo, guardo a alma que se defende.
Introspectiva, celebro o que fui,
Ecoando no silêncio, a verdade flui.
Em cada pétala, um mistério profundo.
A fragilidade da vida em um instante fecundo.
E assim, na penumbra, eu me reconheço.
Sou orquídea – fantasma um verso em recomeço.
O baralho realista
Entre cartas marcadas, um destino a traçar.
Sou rei e rainha, impossível de ignorar.
Mas na solidão do trono, quem sou de fato?
Domino o baralho, mas perco-me no ato.
Em espadas, corto o silêncio do medo.
Mas ao olhar profundo, descubro meu segredo.
É o poder um fardo que carrego em vão?
Ou sou apenas uma peça, à mercê da ilusão?
Rainha nas alturas, rei do tabuleiro.
O ouro nas veias esconde o verdadeiro?
Você me vê como a realeza que brilha.
Mas quem sou eu quando a luz se exila?
Num golpe de cartas, meu destino é revelado.
Não sou só um jogo, sou enigma velado.
Em cada coroa, um peso oculto e sem fim.
Rei e rainha, entre começos e fins, quem sou eu, enfim?
Entre risos e lágrimas, a verdade persiste.
No baralho da vida, cada um resiste.
E assim, na dança das cartas e da sorte,
Eu quero ser o que sou mesmo após morrer.
Sob a luz do Sol
Em um amanhecer silencioso, eu me deito.
A luz do sol derrama calor sobre meu peito.
Toque suave que a alma anseia.
Um abraço do dia, onde a noite passeia.
Cura as feridas que o tempo não apagou.
Aquece os recantos onde a dor se aninhou.
Como um rio que flui, leva à tristeza,
Na sua presença, reencontro a leveza.
As sombras recuam, a luz abre caminho.
Despertam esperanças, renascem os sinos.
Em cada raio que toca minha pele,
Sinto o renascer de um ser que se revele.
Carrego o peso de sonhos esquecidos.
Mas sob o sol, descubro o que é querido.
A energia flui como um manancial,
Recarregando a vida, fazendo-me integral.
Ao me render a esse calor divino,
Deixo para trás o passado, o opaco destino.
No brilho do sol, encontro a verdade.
Um convite à vida, à eterna liberdade.
Sob o olhar da Lua
Na penumbra da noite, a lua se ergue.
Intuitiva, sussurra segredos em mim.
Seu brilho suave é um farol que me guia.
Conecta as sombras, revela o que há de vir.
Manifesta sonhos que o dia não abraçou.
Reflexo do ser que em silêncio se formou.
Cada fase, uma história, cada ciclo, um aprendizado.
Na dança das estrelas, sigo seu chamado.
A luz prateada desvela o que está escondido.
Mistérios do coração, cicatrizes do ferido.
Em sua presença, a alma começa a despertar.
As sombras se dissipam, me convido a olhar.
Intuição profunda que flui na escuridão.
Desperta a sabedoria guardada em meu coração.
A lua me lembra que sou parte do todo.
Cada batida, cada suspiro, sou eco, sou modo.
A conexão se tece nas noites serenas.
Entre céu e terra, entre dores e penas.
Sob o olhar da lua, descubro meu ser.
Liberdade de Ser.
"Quero a liberdade de ser quem sou".
Um eco sussurrado nas sombras que restou.
Ela era poesia, mas não sabia ler.
Versos silenciados, um canto a esquecer.
Em cada passo, um reflexo do passado.
Caminhos entrelaçados, destinos desenhados.
Sonhos desfeitos, guardados em papel.
Palavras esquecidas que se perdem no céu.
Quero a leveza de não me conter.
Nas fissuras da vida, aprender a viver.
Ela era poesia, uma história não contada.
Na pressa do tempo, sua voz é apagada.
O sol a iluminava, mas as nuvens a cercaram.
As estrofes do ser, em silêncio, esperaram.
"Quero a liberdade de ser quem sou".
Revelar o íntimo, o que nunca mostrou.
Sob o Mar Interior
Na solidão da praia, o mar se estende.
Um reflexo profundo do que em mim se entende.
As ondas vêm e vão, como pensamentos,
Lavando as angústias, trazendo novos ventos.
Cada onda que quebra traz uma lição.
Purificando as dores, acalmando o coração.
No murmúrio das águas, ouço minha verdade.
Um sussurro constante que ecoa na eternidade.
Mergulho nas memórias, nas profundezas do ser.
Onde os medos se escondem, prontos a renascer.
O sal que arde na pele é o peso da vida.
Mas no mar eu encontro a calma perdida.
Os reflexos na água são sombras do passado.
Imagens distorcidas de um eu abalado.
Mas, enquanto me perco nas ondas do mar,
Aprendo a soltar o que me faz pesar.
A cada maré, um recomeço, uma chance.
De deixar para trás o que em mim não se lance.
E entre a espuma e a areia, sinto a conexão.
Com a vastidão do mundo e a força do coração.
Assim, ao olhar o horizonte, a vida se expande.
O mar limpa e purifica, enquanto eu me expando.
E na serenidade das águas, encontro meu lugar.
Um espaço de paz onde posso me curar.
O Íntimo
No sussurro do ser, onde a vida se revela,
O íntimo pulsa, um universo em aquarela.
Sentimentos escondidos, entre sombras e luz.
Em cada batida, a essência que me seduz.
Nos labirintos da mente, ecos de dor.
Memórias guardadas, um palácio de amor.
O passado se entrelaça com o agora que passa.
Em cada lágrima caída, a verdade se embaraça.
Sou o sonho que anseia por liberdade.
A fragilidade crua da própria humanidade.
No silêncio profundo, ouço o que é meu.
E assim, no íntimo, me entrego ao que é seu.
Que este verso ressoe, que nunca se apague,
Um legado eterno, onde o ser se alague.
No íntimo, encontro a força de amar.
Perco-me em busca de soluções inalcançáveis, por isso, persisto em escrever, mesmo sem compreender essa profundidade.