Clayton d'Souza
Seus anjos 04/05/2020 ano da quarentena
A verdade que se desfez outrora
Nua, sem pudor
Alinhada com sua dor
Esfarela sua alma
Em rima quente ou fria
Canto a ti, para ti
Seu espírito quebrado
Tal como os anjos abatidos
Mas com um sopro de esperança
Da existência, resistência
Força tua vontade cravando os pés no asfalto
Se inspire nós anjos,
Não nos anjos mortos,
Se espelhe naquele alado,
Que não ouvindo os outros
Bate suas asas
E voa alto.
Clayton d’Souza.
O tempo de nossa existência
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Se saio de minha presença
O que haveria de encontrar?
A essência de nossa existência,
Talvez o mais profundo pesar?
Em minha ausência o que há?
Estou certo, o mundo sabe bem
A minha presença, tal qual a existência
De tal forma irrelevante
Não faz o mundo parar de girar
Pensando sempre, e muito
Percebo a continuidade do mundo
Sabendo que nada haveria de mudar.
Irrelevante presença...
O mal do muito refletir
É que percebe-se, cedo ou tarde
Sua imagem, sua lembrança
Se apaga da retina e da memória
Daqueles que outrora
Se dedicavam à sua memória guardar.
Clayton d’Souza