Cláudio Cordeiro

Não tenho pai, nem mãe
sou filho de mim mesmo.

A minha vida é um voo solitário.

Não quero ganhar,
porque as vitórias não
me ensinam nada.
Eu estou aqui para perder.

O meu objectivo
não é conquistar algo.
Apenas quero demonstrar
ao mundo que mereço existir.

Todas as palavras
que escrevo, escrevo-as
com o meu coração nas tuas mãos.

Hoje, todo o céu chora
e na minha alma chovem
lágrimas, como se fosse inverno.

Amanhã,
o sol voltará nascer
porque preciso de continuar a sorrir.

Quando a minha mente
procura a tua imagem, fixo
os olhos no horizonte, como
se todo o universo pudesse ver.

De todas as vezes
que olhei nos teus olhos
pude ver a minha alma eterna.

Antes amar-te
que não amar ninguém.

Já não tenho mais mãe
agora, vou beber da própria terra.

Sem ter sentido
o que sinto, jamais Flor, a ver
contemplaria os olhos das tuas pétalas.

Antes um sentido
que nenhuma direcção.

CLÁUDIO CORDEIRO

Eu sei,
o coração não sabe
pensar a tua imagem, que hoje
é toda sangue que me corrói as veias.

Não consigo
deixar de te ver
em todos os lugares, como se
para mim o mundo fosse apenas tu.

O verdadeiro amor
é com as verdadeiras
flores: nasce sem sementes.

De todas as flores
tu és a mais flor... Flor,
filha e mãe de todas as flores.

Nada nos
meus olhos luz
sem a luz dos teus.

Tu és
para mim, a
única verdade do mundo.

Não sei
escrever, sem
a luz dos teus olhos.

Eu sei,
os teus olhos e a
luz que é o próprio deus.

Sentir
sem ti, seria
nada, ar sem sentidos.

O teu trono
é feito de estrelas
e sonhos de ti, rainha.

Se os teus olhos
fossem flores, por certo
seriam, rosas de Alexandria.

Esta noite, a saudade é uma folha de papel, e as letras, lágrimas de luto.