Christie Wingler
NÃO TE QUERO… Na verdade quero! O que não quero é ser mais uma, quero ser a única. E uma única você não quer. Então deixa assim, me deixa aqui, mentindo pra mim.
É amor
-Não, não é.
-Por que negas?
-Porque não é, não quero que seja…
-Por que não?
-Vi pessoas amarem… Magoando, machucando…
-E o que é nós então?
-Deixa ser. Nós. Somente, para sempre…
~Sem ponto, sem fim...
Desculpe, derramei café em todas as nossas memórias... Antes insônia cafeinada do que insônia dramática.
Talvez você sinta minha falta ao vagar por essas escuras esquinas da vida. Talvez quando o frio permear a sua pele, meu calor seja lembrado. Talvez ao avistar ipês amarelos lembre-se dos longos minutos que te obriguei a ficar parado de pé em frente ao tal, por tamanha beleza. Talvez por ouvir uma musica, minha voz a cante em sua mente. Talvez seja melhor para mim, pensar que talvez você ainda pense em mim. Mas talvez… Bom, talvez eu deva pensar menos em você!
E você veio, com muita intensidade;
Me fez sorrir, me fez amar, me fez sonhar, me fez feliz…
Causou-me um turbilhão de emoções e sentimentos…
E assim como as chuvas torrenciais, você se foi, rápido demais.
Amanheceu bonito, sereno, os passaros cantaram alto, as árvores dançaram sincronizadamente, o brilho do sol pareceu mais vivo, o vento abraçava, os ‘bom dia’ pareceram realmente saudosos, os olhares me pareceram sinceros, os sorrisos me encantaram… Era um dia normal, como todos os outros, o que hávia mudado era a minha forma de olhar o mundo.
E nada, por mais que sonoro, parecia sábio o suficiente para explicar tudo o que senti naquele breve momento, por isso escrevi;
Cada qual com a tua proeza
Uns sofrem de muito amar
Outros de nada sentir
Uns persistem no erro
outros erram por desistir...
Crescer é meio isso:
Perder teus heróis;
Mascarar feições.
Esconder sentimentos;
Descobrir que os monstros não são figuras exorbitantes
Que palavras bonitas nem sempre se resultam em atos bonitos
Não é o amor que tanto temo, é a continuidade da história, depois de muitos beijos, sorrisos, abraços, momentos bons… O que vem depois, sabe? A dor, a saudade, as lembranças e as palavras que sufocarão a cada vez que respirar.”
E dentro de mim oscilaram-se milhões de harmonias, parecia um vendaval das melhores sensações do mundo… E era exatamente isso, era seu sorriso, sua voz, era seu toque; Era você!
Me ame de graça
Sem esperanças e expectativas
Ame meus defeitos, meus tormentos e tropeços…
Ame por amar, sem outros interesses.
Indico-lhe não amar, mas se amar, ame mesmo.
Ame com jeito.
Faça de mim teu unico desejo,
Teu leito.
Tua brasa.
Tua ventura.
Um amor simples e completo, sem pesar, sem afronto.
Só, beijos e sorrisos, uma musica bem tocada em uma madrugada sossegada.”
Vejo poesia em todos estes muros.
De momentos presenciados.
De digitais nobres e pobres
De murmuros e sussuros
Telefonemas e tropeços
Desenhos e frases como relato de revolta
rotulados como ratos e dementes.
É justo isso?
Em um mundo tão evoluído a arte ser crime?
Olhe para os insignificantes muros
Cada qual tem sua história.
Não me limite a teus conceitos
Ou a semblantes análogos
Não me molde a alfinetes
Ou trace meu protótipo.
Não ouse me descrever
Ou julgar me conhecer
Entre livros e cigarros
beijos doces, sentimentos amargos,
blues e heavy metal,
sortes e revezes;
Tão complexa e ingênua…
Não me encaixo no esquema.
Contendo o choro
Somos chamados de atores.
Melodiando a dor
Cantores, musicistas, compositores.
Ao expressar como figura rancores
Desenhistas, pintores.
E ainda há quem diga que dor não é arte?
Quando alguém ridicularizar sua obra e olhar-te mal, julgando-te idiota, apenas ria, toda arte é abstrata aos olhos dos tolos.
Dança de amar.
Cuidado com essa mania de ficar distante!
Porque uma hora eu aprendo;
E não volto depois do teu arremesso;
Encontro outros braços;
Corto nossos laços.
Cuidado quando pisar!
Uma hora eu canso…
E aí;
Não há plano;
Choro, vela e nem tango,
Que me faça dançar.