Carolline Vieira
Fico aqui me perguntando o que você tem. É, essa mania de ser tão errado, cheio de estragos, e ao mesmo tempo tão incrível. De prender minha atenção de uma forma que tudo que você faça se torne algo especial. De uma forma que quando estamos juntos, esqueço do mundo. É tudo muito novo pra mim, acho que nunca conheci alguém que me transmitisse essa paz e vontade de que o tempo pare ali. Não sinto mais aquela necessidade de sair em excesso e fazer tudo o que a maioria das pessoas fazem quando acabam de terminar um relacionamento. Tudo o que você me proporciona já me basta. Nossa liberdade é tão boa que acaba prendendo a gente. Prende de um jeito leve, sutil. A gente se sente tão à vontade quando estamos um com o outro, que acho que ri mais durante esse último mês do que durante a vida toda. Fico rindo quando alguém vem falar comigo “perdeu a noite ontem, deu muito mole”. Mal sabem eles que além de ganhar a noite, ganhei o dia inteiro.
Não é por despeito ou ciúme, porque se o caso fosse esse, nem teria deixado as coisas chegarem aonde chegaram. Ele nem teria se dado ao trabalho de procurar pessoas pra me afetar de algum jeito. Estaria até agora ignorando o fato de ter magoado alguém, porque a verdade é que pra ele o importante é a própria pele. Acho ridícula essa hipocrisia desses caras que tentam fazer tudo o que podem pra provocar alguém só porque a menina decidiu seguir em frente. Só porque não se rebaixou e não correu atrás. É, eu tenho pena mesmo, uma vontade de tentar abrir os olhos das outras que serviram de stand by e acabaram pagando pelos erros e falta de consideração dele, que na primeira oportunidade de uma reconciliação com a pessoa que gostava, veio com o rabinho entre as pernas, e ignorou o fato delas existirem. Se valorizem. Não deixem que ninguém faça vocês de bobas, não deixem colocarem vocês em segundo plano porque ninguém merece se contentar com tão pouco. Tanta gente legal por aí com mil coisas a oferecer, e você vai se importar com um cara que acaba com sua imagem diante dos amigos e ainda te trata como algo descartável? Não desejo o mal de ninguém, pelo contrário, desejo que as pessoas sejam justas. Aqui não existe essa de ficar feliz vendo maldade ou vendo alguém se prejudicar, ser enganado. Acho errado. Não gosto que façam comigo, não vou achar o certo fazer isso com os outros. Não suporto ver alguém sendo usado, e me irrita ainda mais quem tem coragem e se acha no direito de usar as pessoas. Típica coisa de gente egoísta e pequena. A gente passa a conhecer alguém de verdade quando tomamos uma atitude que ela não concorde e espera que ela aceite. Se agir diferente do que você imaginava, ela cala a sua boca e se mostra superior. Se agir exatamente como você esperava, te mostra o que você já sabia, mas não quis enxergar por muito tempo. O que era um prejuízo no final das contas acaba se tornando um alívio.
E aí, sem que eu me desse conta, você chegou. Chegou e me bagunçou inteira, sem que eu sequer notasse. Sem precisar fazer absolutamente nada. Durante um tempo fiquei me perguntando o que estava acontecendo, mas sempre ficava sem resposta. O fato de estar ali já me quebrava. E esteve o tempo todo, só eu não percebi. Alguns notaram, eu não. Ou talvez não quisesse enxergar, porque no fundo queria estar errada. E estava. Errei quando quis fechar os olhos pro que, longe de ser um problema, se tornaria a solução. Acho que tenho sorte, tinha tudo pra dar errado, mas foi do jeito certo. Fico feliz de saber que posso compartilhar meus sorrisos e angústias com alguém, sem cobranças, sem títulos, por vontade própria e puro prazer. Sem essa de tempo, de rótulo, de pensar no que vão pensar. É bom poder me abrir com uma pessoa, conversar sobre qualquer tipo de assunto sem medo de um tom de reprovação. Sem medo de magoar, de falar alguma besteira. É bom conseguir ser eu mesma, e você me ajudou a me encontrar. Agradeço. Descobri que eu não era a chata que não sabe se divertir como alguns pensavam, descobri que a diferença está nas companhias, no que se faz. Descobri que não existe tempo pra se conquistar uma confiança, que são as nossas atitudes que respondem por ela e nos mostram em quem devemos confiar de verdade. E se tem uma coisa que eu aprendi ao longo desse pouco e bom tempo, é que tudo acontece por uma razão. E agora posso falar o que tanto ouvia há poucos dias, e nunca ousei tentar... Era óbvio.
Você não entende. A questão não é mostrar o que sinto, se sinto demais ou de menos, não é passar uma imagem diferente ou extremamente semelhante ao que se passa, não é criar máscaras ou personagens. Não tô aqui pra ser a mocinha e criar um vilão pro final da minha história. Aliás, se existe um vilão nessa história toda é esse sentimento. Ele, que se agarrou em mim e a cada milímetro meu de uma forma que por mais que eu queira, não consigo expulsar cem por cento. Ele, que ainda me faz pensar só nas coisas boas que você me trouxe. Que consegue me fazer esquecer tudo de ruim que existiu, mesmo tendo machucado tanto. E ainda machuca, confesso. Mas o que machuca mais em meio a isso tudo é a solidão. É ter tanta gente ao lado, e continuar sentindo a dor, só que dessa vez, bem mais leve e suportável. É saber que existem milhares de pessoas por aí, e ainda assim sentir a ausência que faz diferença. Essa ausência não é mais como aquela dor enlouquecedora de antes, é apenas incômoda. Mas não vou negar que existe. Não pense você que é fácil me abrir, que me fantasiar de sorrisos falsos e de noites superficiais me faz mais feliz. Mas foi preciso. Acho que a maneira mais fácil e menos dolorosa de encarar alguns problemas é assim. Aprendi isso contigo. É interpretando, é rindo do que machuca a gente. Não é assim? Não acha irônico? Querer estar com alguém mesmo estando melhor sem essa pessoa? Hoje em dia não me preocupo mais se estou sendo passada pra trás, não tenho mais dores de cabeça com ciúmes ou coisas parecidas, não tenho mais vontade de matar alguém que beba até cair ou que chegue tarde em casa num domingo a noite. Não me estresso mais com grosserias, pelo contrário, estou tão em paz que talvez seja esse problema. Não sei direito como lidar com ela. Me acostumei com o tormento que você me provocava e agora não sei como fazer pra me provar que não preciso mais dele pra ser feliz de novo. Loucura minha? Talvez. Mas acho que a maior loucura continua sendo a minha pretensão de achar que a cura pra esse mal comece na cabeça acabe nessas linhas.
Me irrita ver pessoas tentarem mudar o passado das outras. Ou se acharem no direito de dar pitaco. Acho que ninguém melhor do que a gente pra saber o que é ou não prioridade na nossa vida. Não tento mudar nada na vida de ninguém e não espero que façam isso com a minha. Aliás, se tem algo que eu respeito é o passado. O fato de me relacionar com alguém agora, não significa que a pessoa não possa ter tido bons momentos e pessoas especiais antes. Óbvio que teve, todos nós tivemos. Ou melhor, temos. São essas pessoas que nos colocam pra frente, então ao invés de tentar disputar ou medir tamanho de importância, agradeça ou fique na sua. Talvez se não fosse ela, você nem teria se interessado pelo carinha que descobriu graças ao último relacionamento, que não suporta menina grudenta. Ou aquela menina fresca não teria descoberto que adorava comida japonesa, se não fosse o ex sempre insistindo pra ela provar coisas novas. Sem essa hipocrisia de se achar mais importante por ser o presente, você não sabe o que o futuro te aguarda, mas com certeza sabe o que te acrescentou no passado. Não tenho a pretensão de ser melhor e nem pior do que ninguém, apenas de fazer o meu. Pra mim é isso que faz a diferença. Não tô nessa vida pra disputa, isso aqui vai muito além de um jogo. Se trata de pessoas, emoções, vida. E você sabe... Com sentimento não se brinca.
É tão estranho. A gente se acostuma com o tormento que algumas pessoas provocam, fica esperando que algo que chateie aconteça, espera grosserias, patadas, e tudo mais que estamos cansados de saber como lidar. Sabe quando você começa algo novo já esperando a infinidade de possibilidades de coisas desagradáveis acontecerem? Essa maldita armadura que a gente cria pra tentar se mostrar mais forte? Afinal de contas, querendo ou não a gente aprende a lidar com tudo isso. Aí chega alguém e faz tudo tão diferente, que o que era pra ser uma coisa natural se torna algo totalmente distante da realidade. É novo. Chega a soar engraçado. Ainda não consegui me acostumar com essa leveza toda. Essa calma, uma tranqüilidade que eu desconheci durante grande parte da minha vida. Sem nenhum princípio de briga, sem mal estar, sem preocupações em como agir, com o que falar, sem pensar no amanhã. Uma necessidade de aproveitar tudo de bom que tá acontecendo ali, naquele momento, sem mudar nem um minutinho dele. Um desejo de pela primeira vez, não fazer planos, fugir do comum, deixar a vida surpreender. E vou te falar uma coisa. Não é que ela surpreende?
Não se preocupa, desse mal não morro. Hipocrisia não é comigo. Poderia fingir que nada que você faça me afeta ou incomoda. Estaria mentindo. Confesso também que não procuro mais saber sobre nada que se passe na sua vida, mas não sei se é por sacanagem ou destino, as coisas chegam até mim com uma facilidade que se eu contar ninguém acredita. Aliás, é sempre assim. Quando a gente opta por esquecer ou por deixar algo de lado, parece que o mundo conspira contra. E conspira mesmo. Lei de Murphy. Já que a situação não vai ser mudada, me contento com o que escrevo, porque são sempre nas palavras que você tanto reclamava que eu encontro meu apoio. É esse apoio que me faz ficar de pé. Lembra quando você dava seus ataques sobre eu escrever demais? Ainda bem que nunca te ouvi. Uma dica pras pessoas, nunca deixem de fazer o que se gosta por ninguém no mundo. As pessoas vão, mas o que escolhemos ser, sempre fica. Essa é uma lição que vou levar pro resto da vida. Podia dizer também que não sinto saudade, que não lembro dos momentos incríveis que passamos juntos. Mais hipocrisia? Talvez. Que pessoa bem da cabeça não se lembraria de ganhar flores no trabalho com um cartão lindo e não guardaria uma lembrança boa disso? Quem não sentiria falta de ligar o telefone e receber mensagens de bom dia, boa tarde, boa noite, ou qualquer coisa que lembrasse que tinha alguém ali? Ou até mesmo, quem não sentiria falta de ganhar um café da manhã na cama, depois de trabalhar a semana inteira e não conseguir ter cabeça pra mais nada? Gestos pequenos. Valores gigantescos. E de tudo o que passamos, eu só levo eles comigo. Deixo os gritos e discussões pra quem gosta e se sente a vontade com o rancor, que felizmente não combina comigo. Não tenho medo de expor o que senti esse tempo todo e de ressaltar a importância que você teve pra mim, que sempre esteve estampada aonde quer que eu fosse. E que bom. Hoje me sinto leve o suficiente pra saber que tivemos algo que muitos estão à procura, e que embora as coisas não durem a vida inteira, tive momentos que valeram mais que uma vida. E sinceramente? Isso já me basta.
Percebi que não preciso ficar arrumando motivos e desculpas pra não parar quieta num final de semana. Aliás, o fato de deixar de sair um dia não me faz menos gente, e não significa que eu não saiba aproveitar meus dias. Penso que sei aproveitá-los mais do que muita gente que vive se esbaldando nessas festas e bares da vida, por não conseguir fazer companhia a si mesmo. Pra mim, quem não consegue se satisfazer com sua própria companhia, não consegue ser uma companhia agradável pra ninguém. Às vezes mais do que preciso, é necessário se conhecer pra entender que precisamos de um tempo só nosso. Óbvio que precisamos curtir, aproveitar os amigos, tomar uma cervejinha e sair pra dançar. Ninguém aqui é de ferro. Mas a vida ta longe de se resumir a isso, e a gente demora um tempo até cair a ficha. Hoje valorizo muito mais acordar cedo e aproveitar um dia lindo na praia, valorizo cada minuto com a minha família, e as horas sem trabalhar (que confesso que são poucas atualmente). Aprendi a valorizar também minhas horas de trabalho, que me ajudam a crescer como profissional e como pessoa. Ficar à toa é ótimo, mas se sentir útil é melhor ainda. Não me culpo mais por ficar sozinha num sábado a noite, e nem fico pensando o que poderia ter feito e deixei de fazer. Aprendi que pra gente estar feliz e completo, precisamos nos sentir assim independente da situação e do momento. O efeito do álcool uma hora passa, a música uma hora acaba, a festa não dura o mês inteiro, muito menos o final de semana. Não adianta se satisfazer somente com três dias, enquanto a semana tem sete. Experimente passar um dia só com você, independente de qual seja ele. Te garanto que vai descobrir coisas incríveis a seu respeito.
Estava agoniada tentando escrever alguma coisa. Alguns rabiscos, e nada. Fiquei horas olhando pra tela do computador. Mil pensamentos, e ainda assim, nada concreto. Tentei, tentei e nada. E foi aí que eu percebi, que quando tento fazer algo forçado ao invés de fazer por prazer, a coisa não flui. E parando pra pensar, não é que é verdade? Não só com os textos, mas com a vida mesmo. Não adianta você se torturar, cismar com uma coisa se não tá fluindo, não tá se encaixando. As coisas são como tem que ser, do jeito e na hora certa. Não adianta forçar a barra. Não adianta bater ou ficar apanhando, porque bem ou mal, uma hora a dor ganha anestesia própria. Não adianta esperar por ligações que você no fundo sabe que não vão acontecer, não adianta esperar que se mude tudo o que já poderia ter sido mudado. É igual num relacionamento. Não adianta mudar sozinho. Não adianta ser paciente, tolerar coisas e passar por cima de outras enquanto o outro permanece no mesmo lugar. Se a gente tá com alguém, a gente pensa por dois, sente por dois. Se é pra evoluir, que evoluam juntos, que cresçam juntos, que tenham a sede de aprender e de melhorar. Mas nunca deixando todo o trabalho pra apenas uma pessoa, porque embora não pareça, é trabalho pesado. Dói. O mesmo acontece com a amizade. Tem que haver troca, a gente dá esperando receber, caso contrário é caridade. E sinceramente, não acho nada mais justo. Quem oferece muito tem todo o direito de querer o mesmo. Mas não se esqueça, querer é diferente de ter. Cuidado com o que se cobra e de quem se cobra. Tenha sempre na mente que nem todos são como você.
Homens, não se iludam. Existem 3 tipos de mulheres: as loucas, as hipócritas e as espertas. As loucas geralmente são as mais sinceras e assumem se importar. Essas geralmente são chamadas de neuróticas por vocês, já que a maioria só sabe criticar quando esse tipo de mulher se preocupa e cuida do que tem. Já as hipócritas fingem não ligar, mas na primeira oportunidade que aparece são piores que as loucas. Essas costumam ressaltar que são ótimas namoradas, que não implicam com nada, NA SUA FRENTE. Agora deixa o facebook aberto na frente dela pra você ver. E também tem aquelas que não ligam pra nada. Essas sim, o sonho de todo homem. Não ligam, não cobram, não procuram saber quem é a fulaninha que curtiu sua foto, nem a outra que comentou que tal coisa combina com a cor do seu olho, mas no final... tcharan! Te metem um belo par de chifres. É.. Fiquem ligados rapazes, pelo menos na minha concepção, mais vale uma louca na mão, do que um bando de enfeite na testa.
Preguiça desses homens que usam a desculpa dos direitos iguais pra tudo. Que acham um absurdo uma mulher demonstrar interesse ou ser interesseira só porque é autêntica e não liga de assumir o que importa pra ela. Ser interesseira - ao meu ver - vai do ponto de vista da pessoa. Vocês queriam o que? As hipócritas que fingem não ligar pra bens materiais ou pra romantismo? Se achar o máximo um cara abrir a porta do carro ou pagar um jantar numa noite romântica for sinônimo de interesse, sou interesseira assumida. Esse cara sabe como causar uma boa impressão. Não precisa virar regra, mas acho lindo quando um cara faz esse tipo de coisa, são detalhes que vem de berço. Sem dúvidas esse alguém vai ganhar pontos com qualquer mulher que queira se sentir bem cuidada e querida. Não pelo dinheiro, mas pela atitude. É tentar agradar, independente da forma, do gasto. É ter a preocupação em fazer diferente do resto. É se preocupar com coisas que a maioria não nota, ou não faz questão de notar. Se engana o cara que acredita que vai conquistar uma mulher levando ela pra uma noitada ou desprezando cavalheirismo. Na primeira oportunidade, outro leva. Mulher nenhuma vai levar esse tipo de cara a sério. Pode ser bonitinho, mas se não tiver atrativo, não vinga. Nós gostamos de ser agradadas. Quem não gosta? Gostamos de elogios, de nos sentirmos desejadas, de gestos, de flores, cartão, de homem cavalheiro. Aquele que acompanha até a porta, que liga para saber se chegou bem. Pagar uma conta é um diferencial? Pode ser. Mas é um detalhe quando comparado aos tantos valores que existem por aí. Consideração, respeito, gentileza. Dominar valores como esses, isso sim é arte pra poucos.
O vício dele era tênis, o meu era vê-lo de novo. Não sabia o que falar, como agir, sem parecer uma louca. A minha vontade era de gritar: “já não acha que tá na hora de me chamar pra sair mais uma vez não?”, mas era óbvio que era apenas uma vontade. Aprendi que mulher não pode descer do salto e nem estar muito à disposição. Não é questão de orgulho ou de ser mimada, é de saber como se portar. Mulher direta demais assusta num primeiro momento, já tô sabendo. E com um desses, não podia arriscar, não estava ali pra perder. Enfim, já deu pra entender meu drama. Quem nunca passou por uma situação parecida que atire a primeira pedra. A verdade é que eu queria te mostrar o quanto eu posso ser mais legal que sua ex noiva ou ex namorada. O quanto eu tenho a oferecer, mesmo sabendo passar vergonha como ninguém num segundo encontro. E também queria te falar o quanto você é uma graça cantando, assim meio tímido, e ao mesmo tempo super à vontade com o que tá fazendo. Queria te olhar nos olhos e dizer como acho incrível o jeito que você sorri ao comentar das situações engraçadas que passou há pouco tempo. Eu queria te colocar num potinho e levar pra minha casa. É sério. Minhas amigas morrem de rir quando comento sobre isso, mas não tem como. Parece até de mentirinha. Quem me vê agora e me via há alguns dias atrás, nem acredita no que tá vendo. Logo eu, que não dei nada quando te vi pela primeira vez, que praticamente ignorei o fato de você estar ali e encarei como mais um querendo me conhecer numa dessas noites vazias da vida. Até pouco tempo era totalmente indiferente pra mim, e agora estou aqui como a boba da história sem saber o que fazer. Nunca dei nada por esse encontro, mas acho que ele ofereceu tudo que eu precisava e não esperava de alguém. Se a intenção era essa, tá de parabéns. Surpreendeu.
Pior do que homem babaca e cachorro, é homem sem critério. Quer fazer, faz bem feito. Quer pegar, por favor, meu bem... Pega direito.
Acordei com um pensamento que ficou martelando minha cabeça durante horas o meu dia no sábado. Pensei na noite anterior e no quanto as coisas aconteceram de um jeito pra ninguém botar defeito. Era o encontro perfeito, eu estava me sentindo uma menina de novo, com aquele friozinho na barriga. Preocupação em como agir, o que falar, e principalmente, em curtir o momento. Não conseguia entender porque “deixei”, se é que deixei as coisas darem errado, quando tinha tudo pra dar tão certo. Na verdade, nem sei dizer o que aconteceu. Seria o encontro certo na hora errada? Ou o momento errado na hora certa? Não sei. Poderia ter sido certo por milhares de motivos, mas talvez, se não fosse interrompido ali no momento que foi, não existiria essa sensação de que tá faltando alguma coisa. Encontro digno de querer se repetir. Existem pecados que acho pecado pecar uma vez só, e você era um deles. Sem dúvidas. Sabe esses encontros que você conta pra amiga e brilha os olhos? Finalmente alguém que viesse e chegasse pra surpreender, e de fato, conseguiu. Aprovado com louvor em todas as escolhas e atitudes. Não consegui achar defeito. Papo leve, sorriso no rosto, com direito a trilha sonora. Não sei se vai existir terceira vez, e sinceramente, não me importo. O que tive me bastou e me deixou algo único, a sensação de ter conhecido alguém especial. Confesso que não foi o primeiro, nem vai ser o último, mas acredito que não exista nada melhor na vida do que me deparar com pessoas e momentos assim. Se o dia não terminou da melhor maneira ou se não terminou, deixo essa questão pro tempo resolver. E se me disserem que é tarde demais, não me importo. Combinamos assim, se for tarde demais, a gente aproveita a madrugada.
Vida, vamos combinar assim: não me apresente a todas as pessoas interessantes que poderiam aparecer no momento de uma vez, ok? Assim você me complica.
Tão distantes e tão próximos ao mesmo tempo. Quem vê, não percebe. Quem sabe, não entende. Algumas coisas simplesmente não têm explicação, e nós somos uma delas. Não tem cabimento, nem motivo. É desse jeito e ponto. Cansei de procurar por respostas, resolvi responder por mim. Irônico, mas foi uma escolha. Acho engraçado esse misto de sensações que a gente se provoca mesmo não fazendo mais parte da vida um do outro. Não me incomodo com esse desconforto que te causo com a minha presença, porque isso só me prova o quanto ainda mexo com você. Pode negar, sempre disse que podemos enganar a todos, menos a nós mesmos. Grande verdade. Não me preocupo com a opinião alheia, e nem com o que vão pensar sobre cada palavra ou atitude minha. Fizemos uma escolha. Decidimos viver separados, e por mais que o sentimento ainda exista é inegável que estou bem. Estou muito melhor do que antes. Descobri que gostar não é o suficiente pra duas pessoas ficarem juntas, um relacionamento vai muito além do sentimento. Tem que haver respeito, amizade, consideração. Tem que olhar pro resto pensando por dois, porque cada atitude que tomamos pode machucar. E não dói pouco. Se amar fosse o único caminho, não haveria tanta gente sozinha no mundo. Acho que a nossa diferença, é que eu tenho a consciência de que não vai ser fingindo que a pessoa não existe que ela vai deixar de existir. Não vai ser ignorando o fato dela estar ali que o coração vai esquecer. Adormecer o sentimento não é tão difícil, difícil mesmo é conseguir passar pra ele o que a cabeça nos diz que é o certo a ser feito. Acho que o jeito é aceitá-lo. É aceitar até não sobrar nada, senão as lembranças. Só aceitando o amor e deixando ele se esgotar da mesma maneira que chegou é que a gente se libera pra ser feliz de novo. É quando a gente resolve escutar aquela música, e ela passa a não ter mais o mesmo efeito. É quando o friozinho na barriga deixa de existir depois de se encontrar, mesmo que acidentalmente. É quando a presença da pessoa passa despercebida. É quando ela deixa de se tornar uma, para se tornar apenas mais uma.
O que mais ouço de pessoas próximas é a palavra “desapego”. Como se tudo que acontecesse na nossa vida fosse digno de se desapegar. Fala sério! Tanta gente boa pra se conhecer por aí, tantos momentos bons pra se guardar na lembrança, tantas histórias construídas a base do carinho, e nego resolve me generalizar e colocar o tal do desapego em foco? Cai na real, minha gente. A questão não é se desapegar das coisas, e sim se apegar ao que merece. Tá pensando naquele cara babaca que te deu um fora semana passada? Não, não, não. Não pensa. Vamos combinar assim, na hora que a sua amiga chegar e falar “ah, fala sério... desapega”, não dá nem a oportunidade dela abrir a boca. Pensa em mil coisas mais interessantes em que você pode se apegar. Te garanto que ele vai sumir da sua cabeça em questão de segundos. Pensa, por exemplo, no cara bonitinho da academia. Naquela música gostosa que te colocaram pra ouvir no trabalho. Naquele filme sensacional que você assistiu e se emocionou. Chega de pensar só nos malefícios, quando há tanta coisa boa e prazerosa pra se tirar algum proveito. Pensamento positivo, afinal de contas, a gente atrai o que transmite e ninguém aqui tá querendo atrair coisa ruim. O negócio é se apegar, se joga. Sem medo de ser feliz. Porque é assim que a gente vence o que não merece nossa tristeza. Fala sério. Existe coisa mais sexy do que uma pessoa feliz e contagiante? Desconheço. Porque esse tal de desapego é tão sem graça, que só passa a ter alguma utilidade quando resolvemos usá-lo contra ele próprio. E aí? Desapegou? Opa, me apeguei.
Passamos o final de semana juntos. Parece pouco, mas foi o suficiente pra deixar aquele gostinho de quero mais. Não sei se é sorte ou a vida me sacaneando mais uma vez, mas deve existir alguma explicação sensata pro fato de morarmos longe um do outro. Prefiro encarar como uma coisa boa. Descobri que esse negócio de saudade faz bem. Nada melhor do que ficar uns diazinhos afastados pra valorizar os minutos que se tem por perto. E os planos pra quando formos nos encontrar de novo. Sempre divertidos, leves. Vontade boa essa, do tempo passar rápido, de experimentar milhares de sensações diferentes. Dessa vez, sem afobação, sem o mínimo de pressa. A necessidade ali era apenas uma: curtir o momento. Se me perguntarem o que temos – se é que temos alguma coisa – não vou saber responder. Prefiro ficar sem resposta. Agora se me perguntarem sobre meu estado de espírito, não terei dúvida em dizer que tô feliz e segura de mim. Que tô em paz. E olha que legal, deixei toda a insegurança e medo de lado pra cair de cabeça em tudo que eu achar que merece minha atenção. Só me preocupo com o agora. Não me importo com absolutamente nada que falem a meu respeito, nem com o que acham de mim. Sempre vai ter alguém pra dar opinião sem ser pedida mesmo, não dá pra agradar todo mundo. E pra ser sincera, nunca fiz questão. Não me importo mais também em fazer romance em cima de conto breve. Eles servem pra isso. Render ótimas histórias. Se tem uma coisa que cada um que passou pela minha vida me ensinou, é isso. Sempre poderemos tirar proveito de algo bom e render boas lembranças. Dessa vez, prefiro me contentar com o agora. Com os gestos, as palavras, e com o que eu sinto. Pela primeira vez, me prometi não entender, só sentir.
Estamos tendo sérios problemas. Você não pára de me atentar, se ficamos longe um do outro eu fico estressada e de mal humor, mas em compensação quanto mais próximos ficamos, mais trabalho eu tenho na academia. É chocolate, não vai ser fácil, mas precisamos dar um tempo.
Nunca gostei de textos muito melosos, mas essa semana vi uma amiga passar por uma situação, e me deu vontade de escrever sobre isso. Se engana quem acredita que o amor acaba. O encanto pode acabar, a paixão pode diminuir, mas o amor quando é de verdade mesmo, não tem fim. Ele permanece independente do tempo e da distância. Ele te arranca uma lágrima junto a um sorriso no rosto, mas permanece prese
nte em todos os momentos. Posso falar com propriedade que sei o que é o amor. Me sinto privilegiada por isso, apesar das circunstâncias. Conheci o amor quando ainda era muito nova, e talvez por tanta ingenuidade, não soube aproveitá-lo o máximo que podia. Não me arrependo das minhas atitudes, mas também não posso questionar o destino e os rumos que deram a ele. Amei e fui muito amada, vivi momentos incríveis que levo na memória pro resto da vida. Me considero uma garota de sorte. Tive a oportunidade de conviver com a pessoa mais linda e pura que já conheci. Veio com uma missão importante, e que foi cumprida. Partiu, e me deixou a maior lição que podemos aprender: provou que o amor existe. Um dia assisti a um filme – Um amor para recordar – ainda com ele, e chorei feito criança. Nunca gostei de finais tristes, sempre me acostumei com os contos de fada onde tudo era perfeito e o amor não acabava. Mas descobri que longe de ser um conto de fadas, a vida te prega muitas peças, e nem sempre os finais são como os dos desenhos ou filmes românticos. Mas mais do que isso, descobri que nem sempre o amor acaba junto com o fim. Pra mim, ao contrário de todo resto, o amor é a única coisa que levamos além da vida. Ele vai muito além do corpo e da compreensão da mente humana, ele toca na alma. Ultrapassa qualquer entendimento ou razão. Você pode nunca mais ver e ouvir a pessoa, mas você sente a presença, o sentimento. E hoje, percebo que essa história de que amor verdadeiro só acontece na ficção não é verdade. É mentira quem diz que a morte acaba com tudo. A realidade é que quando se trata de um amor verdadeiro, a vida passa a ser apenas um detalhe.
Natal ainda não chegou, mas papai Noel já podia ir providenciando um presente de grande utilidade pra muitas pessoas: um cérebro.
- Vamos tomar um chopp hoje?
- Po, até tomaria, mas eu dei um tempo com a bebida.
- Ah, eu também tinha dado um tempo com ela, mas resolvi tentar de novo. Sabe como é, né... Nós sempre nos demos tão bem, acho injusto não dar uma décima chance.