Carolline Milici
Desculpa, já é tarde da noite, ou melhor já são quase cinco da matina, e aqui estou, escrevendo. Refletindo, repensando, recomeçando....mas eu não consegui, antes de olhar uma última vez para trás. Maldita música que me fez lembrar... aquela cantora louca que anda com um cortador de grama pela cidade, e aquele rap de "romeu e julieta". Essa é a hora, o momento de eu ter minha válvula de escape, minha saída de emergência. Eu não sei se jogo na cara as mentiras, ou a enrolação... ou a falta de amizade? de consideração. Não sei se finjo, se escondo, se ignoro pra nunca mais, nunca, cometer esse erro novamente. "Uma menina fofinha e esperta que..... acreditou em quem não devia, de novo." Mas, esquece... já deu, e você sabe que já é tarde, tão tarde quanto as horas no relógio. Nada de lamentação, ninguém nunca foi obrigado a nada, pressionado a nada. É só a vida. E, a única certeza é que ela segue, e ela vai seguir ano que vem comigo longe dessa opressão que chamam de "Brasil". Bons momentos, sensações, reações, risadas, sorrisos, obrigada! Eu agradeço, mas não guardo nada. Eu era diferente, na verdade eu sou.... realmente, o que eu digo e faço, até você sabe distinguir que não é comum. Eu não me iludo, mantenho uma distância, desconfio das pessoas, mas mesmo assim me preocupei, e até me importei por um mínimo que fosse, mas esquece amigão, foi perda de tempo. Não te culpo, não te julgo, só me despeço... que adeus sem graça... mas eu ainda acho razão para escrever pra quem nunca vai ler. Uma alma já morreu há muito tempo, mas essa ainda não é minha, eu acreditei que ainda tinha solução, e eu ficaria pra ajudar a recuperá-la, mas não vale, se nem a amizade prevaleceu aqui. Ana, Julia, Beatriz, Carol... e todos os outros nomes, só são nomes, quem não te trocou, te substituí...te usou? São só nomes, só garotas, iguais.... umas perdidas assim como a/o personagem principal. Mas, valeu, não guardo nada de ruim, e só penso no bem... um quarto vazio, uma garrafa de Whisky quase vazia, um beck....e um coração vazio, uma alma gelada... E, do outro lado da cidade um sorriso, um perfume doce, um fraco por comédias do Adam Sandler, Ben Stiller e Jim Carrey, uma vocação para escrever, e uma trufa de menta. E, o sono já a consome e a essa altura já se perdeu na parte do "quero um dia te mostrar tudo que aprendi dessa vida louca....já pensei em desistir no meio do caminho...perigo....e mais uma vez te escrevo...." ela pisca mais duas vezes, mas tá ligada, esperta... não precisava disso, mas é só uma confirmação das suas teses, e dessa vez alguém tinha que pular do bonde andando, alguns arranhões e dores musculares, mas ela saltou... olhou pra trás, alguém acompanhou? Não? Então vamos! Faz o caminho à pé que é esquema, porque a falta de coragem, o drama e as desculpas ficaram naquele vagão, assim como o tempo perdido por algo que a estagnava em falta de disposição. Segue em frente, olha pra frente, e pensa: é a vida!
Um novo sentido....
Então vem! Vem cheio de marra e de garra. Vem desarrumado e ofegante. Vem com aquele olhar malicioso e aquele sorriso torto. Vem bagunçado. Vem quente. Só vem. Vem, me procura, me derruba, tira minha compostura. Vem, arranca a censura, e se aventura. Vem, me acha, me ganha, me tortura com seu jeito, com seu contra-jeito Tira proveito, só porque você tem o direito de vir. Vem. Mas, vem agora, nesse instante…vê se não demora. Vira meu mundo de ponta cabeça, deixa tudo de pernas pro ar, bagunça meus pensamentos, me deixa zonza a ponto de abusar da minha inocência.
"Veremos que um dia tudo não passará de lembranças. Um tanto quanto apetitosas, saborosas, deleitosas... e inesquecíveis. Estamos habituados a perder, mas creio que não estamos habituados a vencer, a ganhar. Assim que algo formidável, esplêndido e estonteante aparece em nossas vidas contestamos, hesitamos, abdicamos de tudo porque temos medo! Essa é a ilustre verdade: somos um bando de covardes amedrontados! Sempre com receio, com a ânsia de um passo em falso, como se um mau pressentimento sussurrasse dentro de nós, então decidimos fugir, abdicar de tudo!
"Coragem não é a ausência do medo, e sim a superação do próprio".
Porque todos podem ser covardes, mas poucos podem ser capazes de superar o que mais temem. Nos esquivamos dos infortúnios, dos transtornos, das controvérsias, das verdades, para que não encaremos as consequências. O nosso desleixe impede de usufruirmos da nossa capacidade de superar, de vencer. Os obstáculos, os empecilhos nada mais são do que lições, ensinamentos. Cabe a cada um escolher entre assumi-los e compreendê-los, ou, se lamentar por serem dignos de pena dos outros, pior... se conformar com a pena que têm de si próprio."
E, lá vou eu escrever mais um dos tantos textos para você. Só hoje já foram mais de três, se não me engano, mas eu não me importo de parecer repetitiva ou desesperada. Não sou repetitiva, muito menos desesperada! Só não sou o tipo de pessoa que deixa escapar algo verdadeiro. Não sou do tipo de garota iludida e insistente. Mas, nada do que você disser vai me fazer acreditar. Bêbado não mente, já você sóbrio é um mar de labirintos tentando me enganar, tentando se enganar e mentir sobre o que sente por mim. Você é o mais idiota dos idiotas do mundo dos idiotas, e eu pareço uma criança dizendo isso. A verdade é que eu gosto de escrever como me sinto em relação a você, porque mesmo se eu não conseguir te convencer a mudar de ideia são meus sentimentos declarados em palavras que vão ficar. Alguma coisa tem que sobrar disso tudo. Teve uma hora que eu me desesperei de verdade, fiz o maior drama e meus olhos ficaram sombrios como um buraco negro. Imagina a minha reação quando senti que ia te perder? Mesmo eu dizendo que não ia te largar ou te deixar, você escolheu fugir e me deixar para trás. Coração de ouro, casca dura e ogro encantado, você é que me deixa louca, sabia? Você tem tudo o que sempre quis, você sempre lutou por mim, e sempre me tirou do sério, e agora finalmente: Você Conseguiu! Não há motivos para pensar que você não é o cara pra mim, que eu mereço coisa melhor, porque você é a melhor coisa que me aconteceu, de verdade. Você foi até o fim e me ganhou. Tá aí, eu tô aqui porque te quero! Tem coisa mais gostosa do que você arrancar sorrisos meus entre os beijos? E, me fazer esconder o rosto de vergonha toda vez que você me olha? Você não precisa bancar o herói, o cara durão e sem coração que entrega a mocinha pro lobo mau. Não precisa escolher por mim, não precisa mudar o rumo da minha vida. Você me perguntou se é isso que eu quero? Como você sabe que a minha vida já não está no rumo certo? Sem você nela eu não quero seguir em frente, não quero fingir ser feliz. Não é uma questão de necessidade ou de impossibilidade, é uma questão de não querer. Vou ser mimada e criança que vive num mundo cor-de-rosas. Vou bater o pé e dizer N.Ã.O! Eu não quero o que você quer pra mim! Eu sei que você nunca me magoaria, então não comece a fazer isso de propósito, porque escolhendo o que é melhor pra minha vida estará estragando tudo pra você.
"As notas de um piano variam do branco para o preto, e do preto para o branco. Eu vejo pessoas, mas não as conheço. Era você que me mantinha a salvo do desconhecido. Foi só um jogo? Agora não sei mais. As mais sombrias noites eram meu refúgio, seu timbre. O ritmo continua a fluir, mas eu me sinto desamparada. Toca, e toca e continua tocar. Nós encontráramos nosso lugar algum dia. Mas, nem ao menos você sabe que esse meu lugar fica aonde suas pegadas estão. O rangido da soleira é inquietante, as janelas batem com força e as cartas rasgadas são a única coisa que sobrou da chama que fora apagada. Porque você me pegou em seus braços e agora eu caio repetitivamente. Lentamente. As sobras estão sendo dilaceradas enquanto eu toco essa música."
Tudo que nós temos são meros segundos. Pegue o que é seu. Pegue o que é meu. E, o que é nosso. Leve tudo, e se possível me tome como brinde. Percorra milhas e milhas com seu mustang velho e chegue ao início do oceano. Eu não tenho nada. Mas, será que juntos não temos a chave? Graciosidade nos momentos que deixaremos para trás. Seremos como Bonnie e Clyde. Quebre as malditas regras! Que você será o meu "tudo". Consegue ver aonde estamos? Meu cabelo ainda está pressionado contra meu rosto. Eu adormeci. E, sonhei. "Clarity" no rádio ajuda um pouco. A situação não é uma das melhores, mas não tem como piorar. Palavras bonitas já não me iludem, e suas atitudes bombeiam vitalidade. Tudo que nós temos são dez pratas, duas barras de cereais, um chapéu de praia e as chaves. Dá pra seguir viagem? Precisamos viajar por mais de cinco horas até chegar lá. Aonde? Gasolina no zero, chuva caindo e capota quebrada. Eu não me importava mais com a água, já tinha me molhado fazia tempo, e não era da chuva que eu estava falando. Vire à direita e estacione. Eu não quero parar, mas preciso fazer uma coisa antes de continuarmos. Irei me resfriar e consequentemente você também, mas esse é um dos itens da nossa lista. Da enorme lista que fizemos algumas horas atrás antes de sairmos com mais pressa do que dois foragidos. Fuga momentânea, confere. Um conversível, confere. Pouca grana no bolso, outro confere. Chuva, confere confere. A terceira coisa da lista, debaixo para cima, um beijo quente e molhado sob a tempestade durante uma estúpida loucura, confere!
A lista de Katherine.
Confere!
A loucura é insana e idiota. O drama é vago e arrogante. O orgulho machuca e fere. O momento se perde e se recompõe. O fogo é o mesmo que estilhaça. O verdadeiro muda de acordo com a necessidade. O conceito pula etapas. A dor é uma condição, e o amor a razão. Luzes se apagam e a escuridão reluz. As cortinas são as mesmas que revelam o mágico. O abismo não é tão horrível quanto os olhos do ser humano. Sob o mar, sobre o ar. Abaixo das nossas cabeças, acima dos nossos pés. O que é claro é uma ilusão, e o que é escuro uma imensidão. Tic Tac, Toc Toc, Tum Tum. Ponteiros, Batida e Tambor. Qual é mais alto? Qual ensurdece mais? Qual incomoda mais? Qual te destrói mais?
Eu oro por você todas as noites, gosto de repetir para os ventos o quanto todos nós merecemos uma segunda chance na vida, e uma primeira de ser plenamente feliz. Gosto de pensar que escuto sua voz rouca sussurrando longe em um dos meus pulos da madrugada à cozinha. É bonitinho ser meio iludida-que-sonha-acordada, porque não tenho mais vergonha em dizer o quanto estou apaixonada. Dói notar que todos sabem disso, menos você. A pessoa que mais me fez, e me faz - bem! Com todas as letras e nós atados. Você desarmou boa parte da minha infalível muralha de defesa, mas essa ainda continua intacta. Por que é tão difícil te dizer como me sinto? Eu quero demonstrar e gritar tão alto que meus pulmões chegariam a dar estado de óbito por dois segundos. Vejo as pinturas e fecho os olhos tentando imaginar um mundo melhor do que aqui para a gente. Fotos de casais não me entristecem nem me irritam, só me fazem criar situações nossas e relembrar certos momentos mais do que engraçados e estúpidos entre a gente. É gostoso dar aquela risadinha baixa e abafada só porque lembrei do quanto gostava de te provocar e, você gostava de me irritar. Ah, eu te deixo louca….e aparentemente você não é a cura para o veneno, você é o veneno em si. Eu quero isso para mim, eu cruzo os dedos e fecho os olhos enquanto uma moeda caí numa suposta fonte de desejos. A vejo naufragar e, depois afundar. Pego logo cinco moedas de uma vez, é para dar sorte, sabe? Desejo ter tudo com você, desejo uma vida real e comum, não quero algo sem problemas, desafios ou dificuldades, porque quando algo é verdadeiro a única coisa que resta é que duas pessoas lutem para salvar algo precioso que está em suas mãos. Um sentimento forte. Algo puro. O Amor.
Não sou muito fã de rosas, sou terrivelmente apaixonada por tulipas de todos os tipos. Prefiro o aconchego ao moderno, de que vale algo maravilhoso que não te permite estar à vontade? Amo as luzes da cidade de São Paulo, nunca fiquei tão feliz em ter voltado para casa, afinal aqui é o meu lar. Meu estilo de música é totalmente contraditório, reggae, indie, folk, rock, jazz e sertanejo. É, acho que não me lembro de ter dito que sou uma garota normal. Tanto o céu como o mar me trazem calmaria e uma plena paz. Os filmes antigo são meus amantes, àqueles em preto e branco de 1940 em diante. Aí, como o outono me agrada, àquele delicioso friozinho fraco. A primavera também é boa, todas àquelas cores trazem inspiração. Ah, gatos.... e mais gatos! Felinos são tão independentes, que gosto de me comparar a eles. Apreciadora da arte, da beleza da natureza, da coisas simples. Mas que encanto, viu! Costumo devorar livros pela noite e, uma boa xícara de café também. Queria tanto escrever sobre tudo que eu gosto e não gosto que acabaria me perdendo na imensidão das palavras, terminei por aqui.... agora deixo o resto à seu critério.
Quando foi a última vez que você se deixou levar por um caminho alternativo? Quando foi a última vez que você se permitiu tomar um banho daqueles na chuva? Quando foi a última vez que você fechou os olhos, contou até dez e agiu? É, você não se lembra mais…
Por que se privar de ser feliz? Porque ser idiota ou infantil às vezes é felicidade. Procurar se desprender de tantos e tantos padrões do mundo é sinônimo de coragem, sabia? Não faz mal parecer louco ou ridículo, não dói, não humilha. Você sente vergonha de ser você mesmo? Claro que não! Então faça-me o favor. Agora… nesse mesmo instante! Pare de pensar no que irão pensar de você, no que acontecerá daqui a pouco, no que te preocupa e se liberte! Liberte-se, porque você não se sente livre e plenamente feliz há algum tempo, que eu sei. Deixe os ventos te guiarem e a brisa da vida te levar, já está mais do que na hora de se permitir!
Eu finjo. Finjo muitas coisas. Me faço de forte para ninguém me ver caindo. Me faço de fria para não derreter na mão de qualquer um. Tenho vontade de arrancar tudo isso que me prende e me libertar. Eu quero poder dizer que amo comédias românticas, e espero uma visita inesperada no domingo à tarde. Quero poder retribuir as palavras e o afeto que me dão, sentir que não vou cair assim que mostrar meu calcanhar de Aquiles para você. Sou apaixonada por abraços e sorrisos durante o beijo. Não resisto a me encher de esperanças quando nada parece dar certo. Não ligo de me importar ou me machucar, mas continuo guardando essa joia que eu possuo, dentro de mim. Não é justo comigo. Não é justo com os outros. Quero ter a coragem de gritar para o mundo que meu coração é quentinho e macio, e que quero ser protegida a qualquer custo. Se me dessem um pouco mais de atenção, àquela atenção que te tira a atenção porque o outro perfurou seus mais profundos segredos e medos, eu tenho toda certeza do mundo que poderia virar uma abóbora às doze badaladas da meia noite.
Ela se sente rejeitada pelo mundo, não que ela seja rejeitada literalmente, mas sua mania de se isolar acaba resultando nisso. Sempre cometendo os mesmos erros, ela não consegue mais fugir de si mesma. Quebrada por dentro, intacta por fora, e querendo desesperadamente encontrar a razão de tantas coisas que já lhe aconteceram. Erros, seus erros. Não há ninguém em casa, então ela mente e volta para as ruas amaldiçoadas. Não há ninguém para enxugar suas lágrimas, ela está perdendo a cabeça e não há ninguém para salvá-la. Ela perece. Definha. Expele lentamente o veneno. Ela se perdeu dentro de si. Ela quer ser salva. Quem a encontraria largada no pavimento obscuro de sua alma vazia?
Deixa eu escrever como se fosse cantar, deixa eu te mostrar como é que se faz para voar. Conquistando cada pedaçinho do céu e do seu brilho tom de camel. Brincando de ser qualquer coisa, qualquer um menos só mais um. “Paris parece uma boa ideia, ou melhor, Paris sempre é uma boa ideia”. Maravilhoso é trocar o dia pela noite, ou a noite pelo dia, tanto faz! Me ensine a fechar os olhos e mergulhar no declive dessa ingrime loucura. No fundo dos espinhos venenosos que são o abismo dos nossos corações lutamos enquanto rimos abafados para os elfos encantados não nos pegarem enquanto planejamos nossa fuga desesperada. Deixa eu te beijar rapidamente porque tenho pressa, vou me atrasar. Deixa eu te abandonar por cinco segundos, assim eu posso pedir para que vire de costas. Agora, deixa eu ser a única que suas vistas vislumbram claramente, todas as outras faces se embaçaram e a única coisa que importa é aquela linda criatura sendo acariciada pelo tecido branco enquanto os tímidos lírios desabrocham em suas mãos.
Eu sinto o coração saltar e morro pelo menos duas vezes ao dia. Você me faz mal por me fazer tão bem. Eu engulo o seco e deixo o sentimento de ânsia rasgar a garganta. A ansiedade é doentia. Isso é estar tremendamente apaixonada? Eu não gosto desse sentimento. Ele é tóxico, porque me faz agir como louca. Eu peço para que pare, mas logo depois imploro para que nunca pare. E, isso sempre se repete. É a mesma história com você todas as vezes. Minhas mãos suam e meu corpo estremece. Será que você está com a mesma doença do que eu?
Era um dia frio de outono e sob as cobertas ela se escondia. Lia um livro, ou melhor tentava escrever um. Passado e presente, agora não fazem mais sentindo. Por um minuto ela despenca do alto da macieira e chora. Chora por ter sido cega quando poderia ter enxergado. O corte é tão profundo que ela definha, pouco a pouco. Sem esperança? O que será da vida agora não importa, é só mais uma peça esperando para ser encaixada no quebra-cabeças. Não é certo estragar a vida de ninguém, mas é ela que está estragando sua própria vida. Talvez, quem sabe seja só uma fantasia de garota em sua cabeça. Mas, e se tudo fosse diferente, não só dessa vez, como da última vez? Há pouco tempo ela estava tão certa de quem amava, e agora tem a leve impressão de que trocou os papéis entre seus cavalos do xadrez. Aonde existe amor falta paixão, e aonde há paixão falta o amor. Nós aprendemos a amar, mas e a se apaixonar? Ela sabe o que é certo, mas o certo está fora de cogitação agora. Mergulhar fundo em algo que é incerto causa um pouco de pavor.Tudo estava tão certo que parecia loucura. Loucura foi ela ter percebido tarde demais. E, quando ele perceber ela parecerá uma outra história…
Eu quero me mover, mas sinto como se o mundo acorrentasse minhas pernas em torno ao chão frio. Não sei ao certo se estou ferida, ou só irada da vida por eu viver tendo minhas fases, como a lua. A vida passa e eu percebo que não construí nada emocional, é bem mais provável eu estar no auge da minha vida profissional do que com todo o resto. No fundo, eu tenho medo. Eu não sei como agir com as pessoas, não consigo imaginar a relação com o outro porque é tudo tão complicado e delicado, que eu prefiro me afastar. Se eu não me envolver com ninguém, então não preciso ter de lidar com isso, certo? Só que no final, tudo que me sobra é um vazio imenso, com uma vontade doentia de mudar o rumo da história, só uma vez na vida. Pelo menos dessa vez.
Sequer uma palavra ela disse, e assim que se virou seus olhos se comprimiram e transbordaram, até que todo oceano escorresse por suas bochechas rosadas. Um dos suspiros mais sufocantes que ela dera, foi seu último. Quem ela deixaria naquele momento era irrelevante, contando com o fato que ela teria que ferir rostos importantes. Decisões eram como vulcões em erupção, às vezes era necessário explodir para que o mundo continuasse a girar. Pegadas são marcas deixadas, e marcas duram uma fração de segundo. Ela amara um amigo, mas era tremendamente apaixonada por um garoto exitante. Eram dois opostos magnéticos, que por tanto tempo credeira que poderia manter os dois. Se ao menos um beijo o cavaleiro desse, talvez o lobo mau não fosse tão interessante. E, se o lobo mau finalmente mostrasse que compreenderia a bela princesa de gelo ela só levaria o cavaleiro para passear. O que há em um, falta no outro e vice-versa. Tentando fazer o certo ela adia o incerto, assim quem sabe um dia ela se contente com o que tem no momento. Mas, amar não é mais do que desejar e suportar? Amar é voltar, não é?
Há flores em seus cabelos, e espinhos em meus pulsos. Eu estou despedaçado e você dilacerada. Você se atreveu a invadir o canteiro do vizinho, só que como uma moçinha turrenta, você não pensou nas consequências. Na alvorada do amanhecer, sugiro que você vá embora antes que morra sem nenhuma pétala restante em seus olhos. Eu te observo e sorrio verdadeiramente. Ah, já fazia um bom tempo desde que… Esquece. Não vale a pena, mas você sim. Andorinha de asa quebrada pousou em meus ombros e como um encanto me amarrou. Não faço ideia do porque quero cuidar de uma rosa cheia de espinhos marrenta e boca suja que pode muito bem ir e vir quando quiser. Aquela babaca me faz querer arrancar os dentes, um por um. E, mesmo assim eu lhe causo alguns dano irreparáveis. Percebe a ilógica do caso? Eu a tenho tão fácil e ao mesmo tempo tão raro. Nós fazemos mal um para o outro, mas sabe o que dizem...
O que dizem mesmo?
Eu tive menos de quinze segundos para apreciar àquela beleza, ao menos um passo eu pude dar em sua direção. Não era justo e não foi, porque naquele dia eu achei que podia abraçar o mundo e foi o mundo que me engoliu. As pessoas acham que possuem a vida inteira para fazer da vida, inteira. Eram dois centímetros até ela, e em dois centímetros eu medi sua importância. Você se faz completo consigo mesmo, mas infinito a gente se faz com o outro. Contamos calorias no lugar de estrelas e é assim, aos poucos, que vamos dissolvendo a alma. Eu a julguei tola e não olhei para trás. Duvido muito que se eu tivesse outra chance faria diferente, porque a gente só percebe a estupidez que faz sendo estúpido, então não espere acertar antes de errar. Eu poderia listá-la em dez idiomas diferentes, mesmo não sabendo nem traduzir àquele português estilizado dela. Antes que ela sorrisse, eu preparei meu coração para uma maratona infinita de flechadas de pequenos sintomas amorosos, mas de nada adiantou. Observando-a, daqui de cima, ela não me parece tão inalcançável assim, não é tão intocável, muito menos vazia. Eu não sou do tipo especial ou surreal, mas eu possuía algo raro e único. Quando a necessidade que você tem de provar ao mundo que é feliz dá lugar ao sorriso fácil e a alegria tola, você ganha o milagre. Foram tantas as vezes que eu não percebi, que eu fingi que não vi que agora eu a teria em menos de um piscar de olhos. Ela desabrochou como um lírio e fez de mim um ciso que só nasce quando se cria o juízo, mas que precisa ser arrancado, porque agora é dispensável. Não tenho dó de mim, nem remorso dela, afinal fui eu que não peguei meu sol quando ela me disse "- O que você faria se um cometa colidisse com as estrelas?"
Por todos os dias que eu caminhei sem ao certo saber para onde estava indo e por todas as lágrimas que eu derramei por um motivo ou outro, eu escrevo. Porque perceber um olhar de um "Eu te amo" é libertador. Eu posso ver tudo através dele, sinto a doçura e escuto alguém sorrir por mim, sinto também o toque de alguém que não quer me perder. Apenas um olhar e, eu sou capaz de notar. Será que por um acaso o meu também diz o mesmo? Se apaixonar é estar no meio de uma tempestade elétrica e rezar para que os raios te atinjam, mas amar é outra coisa. Não sei muito bem o que é. Mas, para dizer a verdade, acho que ninguém sabe mesmo. E, ainda sim só de olhar um estranho pode-se concluir se ele está amando ou não. No amor, já começamos sabendo que temos que deixar o outro ir, porque ele sem você é melhor do que, com você. Somos fortes para aceitar, não para abandonar. Somos egoístas também, oras! Guardamos para nós todo esse amor puro pela vontade que temos de fazer aquele alguém permanecer na nossa vida, caso contrário é muito mais provável que essa pessoa fuja à pé se sentir essa sinceridade no nosso coração. E, por todos àqueles que amam alguém, de verdade, mesmo que morram de medo, mesmo que neguem que possam amar, mesmo querendo estar enganadas, mesmo.... imaginando que nunca poderão fazer essa pessoa ser feliz ao seu lado eu cruzo meus dedos. Peço para as estrelas, assopro uma vela de aniversário e deixo uma moeda afundar n'água. Somos todos iguais querendo procurar algo que já temos, somos todos os mesmos quando amamos alguém de verdade.
A madruga ás vezes parece uma imensidão perdida no tempo, é como se os segundo virassem séculos. Eu tô tentando - eu juro, eu tô fazendo o possível para ser forte. Dessa vez eu preciso ser capaz de esconder tudo o que eu sinto por você, não por mim, mas pela tua felicidade. Eu não posso destruir o seu único motivo de ter esperanças de um futuro. Olha, eu sei que sou a pessoa mais egoísta e medíocre do mundo, mas você me ensinou a consertar o que eu ainda acho quebrado em mim. Hoje eu acordei sufocada e - mais uma vez, morrendo de vontade de te ver, seus olhos me acalmam e seu abraço me é seguro. Provavelmente eu esteja louca, porque consigo ver que você sente o mesmo - ou pelo menos sente alguma coisa (será?) Fala pra mim. Diz que sou maluca! Só assim eu largo essa ideia de que você é a pessoa que eu amo, de verdade. Eu me apaixonei por algumas pessoas, mas nunca amei nenhuma delas. Já faz algum tempo que prometi para mim que só diria “Eu te amo” se fosse sincero e verdadeiro, e de repente, assim do nada, eu acabei dizendo isso para você. Desculpa, me desculpa por isso, e por tudo que eu tô fazendo e sentindo. Me perdoa por começar a desmoronar a nossa amizade, nossa relação forte, mas é que dói demais ser só sua melhor amiga. Fere aqui dentro, tá conseguindo ver o buraco? Eu quero que você siga com sua vida, que seja feliz, e que faça de tudo para ficar com essa garota, porque mais do que ela vai ter fazer feliz, você a fará feliz, e você é muito bom nesse assunto, vai por mim. Não liga pra mim não, eu vou ficar bem, só tive um dia daqueles, sabe? E por isso decidi abrir o jogo. Por favor, não tente se explicar, não arrume uma desculpa para não me magoar, não me olhe com pena, só aceite que eu vim aqui para me despedir e que preciso de um tempo de você, mesmo não conseguindo passar um dia sem querer te ver sorrir e saber que você sorri por mim.
São duas da manhã e não importa que eu esteja do outro lado da cidade, no subúrbio de New Orleans, porque me sentir livre desse jeito não me faz querer voltar para casa. Meus dedos dançam no ar e o luar me acompanha nesse tedioso verso. Meu celular? Não adianta me ligar, atirei-o no muro dos hipsters. Meus sapatos? Afundo meus pés descalços no caos. É uma perfeita madrugada para se caminhar com as mãos atadas. Eu entro em um taxi qualquer e caio no sono ali mesmo, o motorista me sacode e diz " - São cinquenta pratas, moça”, não faço questão de perguntar onde estou, só desço cambaleando e tento desembaçar os olhos. O topo de uma colina me espera pacientemente. É laranja e rosa…e amarelo e violeta. O nascer do sol me imobiliza e quando você pensa que não pode ficar mais estranho, fica e eu volto a caminhar pelo subúrbio.
Eu tinha me esquecido como era esquecer aquele olhar. Já se passara muito tempo desde que me senti assim. Não era novidade o cintilar no sorriso, o encanto do riso frágil e o coral das bochechas, então por quê meu coração tilintava como nunca antes? Me sentia um pouco embriagado, e não me leve a mal, mas você me dá dor de cabeça. É quase impossível te entender, e mesmo que eu tivesse todas as peças do quebra-cabeças seria uma palavra cruzada te desvendar, você é meio que doida, sabe? Só que eu sou mais. Sou muito mais louco neurótico pinel das ideias para tentar me fazer de cego-surdo-mudo diante da atual situação. Eu nego a mim mesmo o que não pode ser negado a si mesmo. Você pode ser doida, irritante, dramática, repetitiva só que o fraco da parada não é você, sou eu. Não sou fraco! Entenda, que já passei por isso com você, já te amei demais por um tempo, mas deixei para lá porque percebi que era mais vantajoso te ter como amiga, do que como nada. Imagina se você soubesse e acabasse com tudo? Nosso companheirismo valia mais do que tudo, então fiz com que o assunto morresse. O seu abraço faz ventania se transformar em calmaria, seu jeito de me olhar acalma meu coração, suas palavras poéticas me fazem querer ser uma pessoa melhor, sua determinação me faz perceber que você é a única pessoa para quem eu corro quando preciso, de todos os modos possíveis é sempre você. É você com quem eu falo das minhas fraquezas, é você que eu encontro na rua, é você que nunca mudou comigo, é você que me dá conselhos, é você que me faz ter esperanças de construir uma família. Olha a loucura da coisa, até então eu fingia que não via, não sabia, não sentia….Era fácil mentir para mim mesmo, achar que era só um sentimento momentâneo, que era só um desejo qualquer, que eu estava imaginando coisas e não era mais do que parecia ser. Era melhor não pensar para não sentir, mas as coisas não funcionam assim, porque o que eu tanto procurava havia encontrado em você sem perceber, tinha algo ali - bem na minha frente - raro e verdadeiro. Uma mulher real que me fazia sentir realmente completo e feliz por ser exatamente quem eu sou.
É domingo de manhã e eu escuto pedrinhas na minha janela, vou correndo com passos delicados até a cozinha e escuto uma risadinha abafada. Dou duas olhadas antes, para me certificar que é tudo real. Faça um pedido, eu me lembro como se fosse ontem você sussurrando no meu ouvido enquanto tapava meus olhos. Foi naquele dia que você, finalmente, percebeu que tudo que mais procurava estava bem ali, na sua frente. Me sinto boba por ter deixado você escapar tantas e tantas vezes por entre meus dedos, mas sinto que você é um tremendo babaca por ter me amado e mesmo assim ter mentido para si mesmo. Me apoio no batente da porta e pego a xícara com café pronto da bancada. Eu reservei os melhores momentos para você. Nossas histórias sem sentido às três e cacetadas da manhã me tiram um sorriso ou outro. Como somos infantis e idiotas juntos, consegue se imaginar fazendo todas essas coisas com mais alguém? Consegue se ver sem me ter do seu lado? Independente do tipo de relação que nós temos, a minha vida sem você seria boa, mas tediosa. Minha barriga dói de tanto rir, minhas manhãs são monótonas sem você me chamando de preguiçosa, meus abraços são sem graça sem você neles. Ainda escuto as pedrinhas na janela, termino meu café e vou para o quintal. Lá está a razão da risadinha abafada. Uma garota linda de fralda e vestido rosado que me olha e grita “- Papai, a mamãe finalmente acordou, bem que você disse…ela é uma preguiçosa!” O papai está de costas e pega a menina no colo. Posso reconhecer aquela silhueta, reconheço aquela voz e aquele cheiro. Ele se vira e eu falo aliviada ” - Bom dia, babaca. Cadê meu abraço?”
O tempo está mudando, bem devagar. O amor vai sendo substituído aos poucos por uma bebida aqui, um lance ali e, aos poucos nos tornamos seres desesperados por atenção. Estamos nos baseando em algo material, algo desse mundo imoral, por isso estamos cada vez mais perdidos. A fé hoje é em vão, a compaixão já não existe, e o amor por Deus se omite. A verdade é que nos sentimos vazios , a cada dia que passa e não temos mais para onde correr. Se parássemos para pensar, veríamos que não há nada impossível, nada tão perdido que não possa ser salvo.