Carol Gray
Eu conheço certos acasos, certos fatos, certos fardos...
E todo este laudo eis aqui em mim plantado.
Sempre vivi ao simples: nada de retratos falados, paisagens bem elaboradas. Gostava mesmo era de fazer círculos, mesmo que não muito simétricos, e dali imaginar inúmeras coisas, como uma simples bolha de sabão.
Ninguém vive totalmente sem amor. Então prefiro viver com pouco amor, do que morrer para ser amado tarde demais.
Meus pensamentos (às vezes) fazem meu cérebro deixar de ser um único pássaro para ser um ninho cheio de pássaros ignorantes e mesquinhos, que lutam para conquistar o lugar mais aconchegante: a razão.
E de tanto dizer "Deixe ir! Deixe ir! " às pessoas que eu mais amava, fui obrigada a vê-las despedindo-se de mim.
Ouvi dizer por toda a minha vida que "nunca" é uma palavra muito forte. Quer saber um segredo? Se você a coloca antes do verbo "desistir", ela se torna mais forte ainda.
O amor é um dom que possui dons: transforma dor em alegria, transforma lágrima em riso, transforma dois em um; transforma tudo em amor.
Eu só não entendo certos trechos, certos versos, certas coisas que a gente escreve simplesmente sem querer... Que a gente ouve sem ao menos entender... Que a gente lê querendo apagar.
Cada um tem seu ponto de vista e seu próprio horizonte, onde desenha as linhas de seus próprios pensamentos.
Algumas pessoas se aproximam e fazem você feliz, e depois vão embora simplesmente como se tudo não passasse de um sonho medíocre. Saudades dessas pessoas, que no passado eu chamava de amigos.
O universo então é lindo, a felicidade chegou, e o tempo tá firme. Deixa chover, deixa clarear, o importante é viver...
A felicidade só visita quem cuida da própria casa, assim como as borboletas só aparecem apenas para quem cultiva o próprio jardim.
Um lutador de honra e glória é aquele que se constitui pela moral e pela forma como usa suas habilidades.
Todos nós nascemos ricos. A questão é que não enxergamos nossa riqueza. O corpo está cheio de bons sintomas. A alma está repleta de bons sentimentos. O cérebro está aí, cheio de sonhos, pensamentos, horizontes a serem criados. As pessoas deveriam tratá-los bem, como se fossem flores que precisam de cuidado; equilíbrio. E elas acham que eles surgem do primeiro livro que leem, de algo que escutam ou que vem assim, do alto, como as folhas de uma grande árvore no outono; mas as pessoas se esquecem que elas caem secas, sem vida, sem tom, sós, vazias... Não irão mais viver.
Desde moleque, eu já era um moleque. Vivia sonhando não em contar as estrelas, mas em usá-las pra desenhar uma escada só pra olhar o muro do vizinho. Via um cano e fazia ele de arma, unia com uma balão de ar e fazia um estilingue. Via uma árvore, e aquilo ali era um esconderijo pro pique esconde, ou então pra ficar tacando marimba na pipa dos outros. Vivi as melhores coisas que foram oferecidas a mim. Nada de bonecas ou de casinha... Isso aí é, metaforicamente, um treinamento pra ser dona de casa. E não era isso que eu queria. Sempre quis explorar o mundo que me foi concebido. E fiz isso vivendo, jogando e aprontando as melhores brincadeiras e artes possíveis. Fui muito feliz. Pena que hoje em dia as crianças não saibam mais o que é essa felicidade...
Para um soldado, a arma é seu escudo, o Hino é sua oração, sua alma é a farda e o quartel o seu lar.
- Como assim você não acha pessoas feias?
- Acho que é meu olhar sabe... Acho que ele põe beleza em tudo. É o fato de eu aceitar as pessoas como elas são, e observá-las por dentro. Tem muito jardim que parece horripilante, mas se você observá-lo ali, dentre todas as plantas, vai encontrar um mundo incrível; um mecanismo extraordinário.
- Como pode comparar um jardim a um ser humano?
- Talvez porque as pessoas também possuam um mecanismo extraordinário.