mãos que se tocam olhos que se encontram beijo na boca
misteriosa, Mona Lisa só ri depois que goza...
gota na água faz um furinho como prego na tábua
moinhos ao vento Quixote e Dulcinéia no pensamento
crianças mortas - mundo que escreve mal por linhas tortas
volta cometa - serão as saudades deste planeta?
patins no gelo - riscos que se cruzam como novelo
cerveja gelada amigos no boteco palavra molhada
chuva lá fora - os pássaros, molhados, foram embora
quarto escuro silhuetas se amam pecado puro
crime na tela - mordomo no cinema acaba na cela!
brilha o grampo ou ela tem no cabelo um pirilampo?
fruta mordida - saudade de teu beijo na despedida
palhaço triste é como pássaro preso sem alpiste
casal trocado juntos pulam o muro lado a lado
um beijo no pé outro em tua boca depois do café
flor amarela, no vaso, vê o mundo pela janela
era uma vez um sapo que - beijado - poeta se fez
pardal no fio ouve o telefone mas não dá um pio
vela acesa testemunha olhares sobre a mesa
mulher aflita telefone toca cafeteira apita
ao te adorar não sei mais se tens corpo ou altar...
mosca na sopa xilique no boteco cliente louca
dia de eleição primeiro o seu voto depois a traição
Ajude-nos a manter vivo este espaço de descoberta e reflexão, onde palavras tocam corações e provocam mudanças reais.