Não há nada mais cruel
Do que a vida,a vida é morrer todo dia,e para quem tem essa consciência viva dói demais.
Teu bloco desfilou
na rua de meus olhos
e deixou bagunçado
meu coração.
Lá fora o carnaval
e eu aqui no bloco do eu sozinho.
Não tenho carnaval.
tenho um batuque no peito
e uma atração mórbida
por quartas-feiras de cinzas.
Tive problemas com algumas mulheres por não ser o machista que elas estavam acostumadas a combater,por não ser machista mesmo.
Golpe! é sua ausência...
impeachment é nome bonito pra disfarçar.
Amanhã a felicidade banguela vai sorrir,
porque hoje eu acordei mordido de alegria.
Tenho um poema entalado na garganta,
como um carro atolado na marginal.
Eu sou Belchior,
e meu coração jaz esquecido em um estacionamento de aeroporto.
Sob a sombra desse homem de pensamentos estreitos
mora um menino de sorriso largo.
Esqueçam meus documentos,
meus poemas sabem mais de mim.
Não é só cansaço,
é o aço frio da rotina
rasgando a retina,
cansado a alma.
Queria beijos de perder o fôlego,
abraços de parar o tempo,
mas hoje só tem marmitex e saudade.
Hoje o sono não vem,
Tem uma torneira pingando dentro de mim.
Guardo pedaços de pôr do sol em fotografias 3x4.
Chove lá fora,
tenho calo nas asas dos pés
e sei que tudo vai passar.
Solidão:uma estação fechada de metrô,
que não liga um olhar a outro.
Lá fora o carnaval,
eu aqui no bloco do eu sozinho.
Vou fazer um canção
sem datas, sem dias
mas com som de tardes e noites nuas.
Atraso de relogio sem ponteiro
distância do que não foi embora,
metade do que foi inteiro
ontem,amanha e agora.
Achados e perdidos: Perdi o endereço da minha casa
quando encontrei teus olhos.
Na porta da noite,
tua boca costura meus desejos.
Teu retrato na parede,
quer congelar minha saudade.
Os dentes do dia mastigam minha poesia.
Quando morri de amor,
meu velório estava lotado de lembranças tuas.
A vida é um chicletes que perde o açúcar.