Carlos Castaneda

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O medo é o primeiro inimigo natural que o homem tem de vencer em seu caminho para o conhecimento.

Você não está habituado com este tipo de vida; portanto as indicações (agouros) lhe passam despercebidas. No entanto, é uma pessoa séria, mas sua seriedade está ligada ao que você faz, não ao que se passa fora de você. Preocupa-se muito com você. É este o problema. E isso dá um cansaço horrível.

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... aprender por conversas era não só uma perda de tempo, como ainda era estupidez, pois aprender era a tarefa mais difícil que o homem poderia empreender

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O homem só vive para aprender. E se aprende é porque é essa a natureza de seu destino, para melhor ou para pior.

Não! Nunca me zango! Nenhum ser humano pode fazer alguma coisa tão importante que mereça isso. A gente se zanga, com as pessoas quando acha que seus atos são importantes. Não sinto mais isso.

Um homem de conhecimento é aquele que seguiu honestamente as dificuldades da aprendizagem - disse ele. Um homem que, sem se precipitar nem hesitar, foi tão longe quanto pôde para desvendar os segredos do poder e da sabedoria.

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E o que pode ele fazer para vencer o medo?
- A resposta é muito simples. Não deve fugir. Deve desafiar o medo, e, a despeito dele, deve dar o passo seguinte na aprendizagem, e o seguinte, e o seguinte. Deve ter medo, mente, e no entanto não deve parar. É esta a regra!

O crepúsculo é a fresta entre os mundos.

O que é uma vida verdadeira?
- Uma vida vivida com propósito, uma vida forte e boa.

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Tudo é um entre um milhão de caminhos (un comino entre cantidades de caminos). Portanto, você deve sempre manter em mente que um caminho não é mais do que um caminho; se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele, sob nenhuma circunstância. Para ter uma clareza dessas, é preciso levar uma vida disciplinada. Só então você saberá que qualquer caminho não passa de um caminho, e não há afronta, para si nem para os outros, em largá-lo se é isso o que seu coração lhe manda fazer. Mas sua decisão de continuar no caminho ou largá-lo deve ser isenta de medo e de ambição. Eu lhe aviso. Olhe bem para cada caminho, e com propósito. Experimente-o tantas vezes quanto achar necessário.

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Esse caminho tem um coração? Se tiver, o caminho é bom; se não tiver, não presta. Ambos os caminhos não conduzem a parte alguma; mas um tem coração e o outro não. Um torna a viagem alegre; enquanto você o seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer sua vida. Um o torna forte; o outro o enfraquece.

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Você tem a presunção de crer que vive em dois mundos, mas isso é apenas vaidade. Só existe um único mundo para nós. Somos homens, e temos de seguir o mundo dos homens satisfeitos.

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Digo que é inútil desperdiçar a vida num caminho, especialmente se esse caminho não tiver coração.
- Mas como é que sabe quando o caminho não tem coração, Dom Juan?
- Antes de segui-lo, você faz a pergunta: esse caminho tem coração? Se a resposta for não, você o saberá, e então deve escolher outro caminho.
- Mas como saberei ao certo se um caminho tem ou não coração?
- Qualquer pessoa sabe isso. O problema é que ninguém faz a pergunta; e quando o homem afinal descobre que tomou um caminho sem coração, o caminho está pronto para matá-lo. Nesse ponto muito poucos homens conseguem parar para pensar e deixar o caminho.

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Isso é tolice. Um caminho sem coração nunca é agradável. Tem de trabalhar muito até para segui-lo. Por outro lado, um caminho com coração é fácil; não o faz trabalhar para gostar dele.

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Para mim só existe o percorrer os caminhos que têm coração, em qualquer caminho que possa ter coração. Ali eu viajo e para mim o único desafio que vale a pena é percorrer toda sua extensão. E ali viajo... olhando, olhando, arquejante.

A liberdade de buscar um caminho referia-se à liberdade de escolher entre diferentes possibilidades de ação, que eram igualmente eficientes e utilizáveis.

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Daí, ser um guerreiro é uma forma de autodisciplina que frisa a realização individual; no entanto, é uma posição em que os interesses pessoais são reduzidos a um mínimo, pois, na maioria dos casos, o interesse pessoal é incompatível com o rigor necessário para executar qualquer ato predeterminado obrigatório.
Um homem de conhecimento em seu papel de guerreiro era obrigado a ter uma atitude de consideração diferente pelas coisas com que lidava; tinha de imbuir tudo que se relacionava com seu conhecimento com um respeito profundo, a fim de colocar tudo numa perspectiva significativa. Ter respeito era o equivalente a avaliar seus próprios recursos insignificantes diante do Desconhecido.

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— Sabe alguma coisa do mundo que o rodeia? — perguntou.
— Sei muitas coisas diferentes — respondi.
— Quero dizer, sente o mundo em volta de você?
— Sinto tanto do mundo em volta de mim quanto posso.
— Isso não basta. Tem de sentir tudo, senão o mundo perde o sentido.

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Estou falando do fato de que você não é completo. Não tem paz.

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Pensa demais em si —- disse ele, sorrindo. — E isso lhe dá um cansaço estranho, que o leva a fechar o mundo em volta de si e se agarrar a seus argumentos. Por isso, só tem problemas.

Usei a palavra "realidade", porque era uma premissa básica no sistema de crenças de Dom Juan que os estados de consciência provocados pela ingestão de qualquer daquelas três plantas não eram alucinações, e sim aspectos concretos, embora não comuns, da realidade da vida quotidiana.

Inserida por Cleidi1961

Era necessário um temperamento leve e dócil para poder suportar o impacto e a estranheza dos conhecimentos que ele me ensinava.

A sensação de importância faz a pessoa sentir-se pesada, desajeitada e vaidosa. Para ser um homem de conhecimento, ela tem de ser leve e fluida.

"Olhar" referia-se a qualquer maneira comum em que estejamos acostumados a perceber o mundo, enquanto "ver" encerra um processo muito complexo, em virtude do qual um homem de conhecimento supostamente percebe a "essência" das coisas do mundo.

O que eu percebia naqueles estados de consciência alterada era incompreensível e impossível de interpretar por meio de nosso modo quotidiano de entender o mundo. Em outras palavras, a condição de "não aplicação" acarretava a cessação da pertinência de minha visão do mundo.