Carlos Araujo Carujo
Em nossa proto-história encontramos a religião buscando conduzir o homem para a “Era de Ouro e da Verdade” quando, repentinamente, descambou para o um momento de degeneração.
Em determinado momento até julgamos que a Ciência viria auxiliar a Religião, já em decadência, no “resgate” da humanidade para a “Idade Áurea”. Aconteceu o contrário.
Depois que as “escrituras sagradas” foram desacorrentadas dos altares a Ciência ergueu estandartes separatistas, derrubou os ídolos da moral, destronou o “Rei da Criação” e passou a governar em seu lugar montado numa máquina de guerra.
Desde a concepção do primeiro servomecanismo os avanços tecnológicos se sofisticaram na proporção inversa ao desenvolvimento espiritual.
Hoje, a religião se avilta através de um distanciamento cada vez maior das “escrituras”. Os homens, estribados na civilização cristã, embrutecem-se pelos crimes hediondos e querem, para seus semelhantes (eles mesmos!) a pena de morte – em contradição repudiam o suicídio, a eutanásia...
A sociedade degenera numa vida subterrânea onde as drogas, a prostituição e o ócio projetam os mais doentes no poder.
O marketing político enfatiza, nas mensagens subliminais, os valores invertidos da sociedade em sua existência torpe.
As possibilidades de uma vida saudável são abolidas em função dos bens de consumo supérfluos artificialmente manipulados, promovidos à necessidades pela mídia artificiosa.
As publicações da mídia operam na faixa da infâmia porque são criminosamente manipuladas para causar o impacto da “audiência”, pela inversão e por meio dos chamados conteúdos “chocantes”. Estas vilezas abastardam mais ainda a ralé e incitam ao crime.
O primeiro propósito do intelectual deve ser o de impedir, dentro de seus limites, que o monopólio da força se transforme em monopólio da verdade.
Fui contestado sobre minhas credenciais, tachado de inculto e ateu, ainda que ambos os predicados se excluam mutuamente. Ora, não pode um ateu ser inculto, nem um inculto ser ateu. Porque para negar a Deus é preciso ter cultura científica abrangente e as seitas supersticiosas apetecem, principalmente, aos mais ignorantes. Logo...
Deve-se colocar Deus acima do mundo dos fenômenos. O milagre é apenas a Natureza agindo de forma extraordinária na imanência de si mesma ou de forma paranormal no psiquismo humano.
Deve-se cultivar uma perspectiva antropocêntrica, própria do humanismo, que deveria determinar toda questão de lógica e de ética na esfera dos poderes temporais.
O falso e o verdadeiro são fecundados pelas ações humanas. Logo, distantes estão essas ações da “Realidade Divina”.
Quem criou os valores morais foi o homem, não Deus. Portanto esta moralidade requer participações concretas psicológicas, econômicas, sociais e históricas. Nisto se resume a vida humana. Quanto à formação do Espírito, esta se dá pela erudição, cultura literária, científica.
Para mim o saber é a primeira e última liberdade do homem – ouso fazer da minha vida um eterno aprender e assim posso dispor de toda a liberdade!
O autoritarismo, tanto político como econômico, gera a deterioração da Democracia. Uma elite esclerosada, composta pelos de sempre, são os autores desta degeneração.
Uma nova história da sociedade pode oferecer o contexto necessário para as mudanças necessárias. Esta Nova História está em construção e não enfatiza as vozes institucionais, mas sim as vozes humanas.
A mídia, uma fonte histórica suspeita, tende a aparecer ao lado da escola, da lei, do Estado e da família, mas como espaço privilegiado para o exercício da liderança pelas classes dominantes. Estas só visam a manutenção do poder sobre o conjunto da sociedade, a qualquer custo.
As alianças hegemônicas querem buscar, avidamente, o consentimento geral para os seus modos nos espaços midiáticos comprados ou vendidos.
o povo sempre estará sendo vítima do Sistema, iludindo-se com o simulacro de Direito empalhado na camuflagem da “cidadania”.
O homem natural não conhece outra forma de fazer, a si próprio, a justiça ideal senão elevando-se à situação anterior ao dano que lhe foi ocasionado.
Há muito que todo sentimento de piedade, de solidariedade cristã, caiu por terra. Prevaleceu a lei da selva, do mais forte.