Carla Lopes Cah
Consciência
Todos podemos aprender com o sofrimento, mas cada um dentro de suas condições biológicas e vivências históricas. É fácil, em saúde mental, ficar dando dicas ou receitas de bolo. Fazer criticas é muito fácil, cuidar da vida do outro, formar opinião entrem outras coisas... Quero ver ser EU!
Tempo a praga moderna.
Quando era pequena não tinha noção de espaço e tempo, posso assim dizer que eu era Rainha do tempo, pois quando não se está contaminada pelo sistema; somos o que somos e ponto. Para mim era dia quando se levantava e noite quando se deitava. Sabia que quando era frio era frio e quando calor era calor.
Achava magnífica a natureza e que em noites após noites e dias após dias as flores nasceriam e logo viria um novo tempo. Eu dormia, acordava e comia... Assim era o meu reinado. Eu vivia sem relógios...
Quando tinha sete anos foi apresentada ao senhor tempo.
Entrei no sistema e passei a cumprir horário através da escola e foi assim que fui apresentada ao tempo. Então eu passei de "ser" e agora era o tal de " fazer", não conseguia viver no momento presente e passei a ter um passado e pensar no futuro. Passei da liberdade a extrema pressão do tempo, que nos dias de hoje sentar-me e ficar quieta por alguns segundos logo minha mente se rebela contra o parar, e logo passo a pensar e me apressar. Meu relacionamento turbulento com o tempo é a praga da vida moderna. Hoje vejo que não tenho muita percepção de coisas simples, minhas refeições descansadas, brincadeiras e risadas, tempo repousante e tranqüilo, e a capacidade de vivenciar a beleza da vida e quase imperceptível. Preciso sempre me anunciar ao simples, mesmo que ele já tenha sido anunciado por mim.
Tempo, tempo tempo é o que usamos para medir a vida.
Pensamentos não podem ser confundidos com a imaginação.
Quando dizemos que pensamos sobre algo... Na realidade nós imaginamos sobre este algo.
Por isto nós temos as oscilações, um hora alegre outra triste, pois quando imaginamos algo que não se conhece ou um fato, somos absorvidos por tais oscilações contudo no final não ocorre aquilo que a gente prevê. Afinal nós não pensamos sobre aquilo, apenas imaginamos o que deveria ser.
Quem são os bárbaros?
O bárbaro é visto como não civilizado, vale lembrar que a maior barbárie, ocorreu no país mais culto da Europa.
É considerado bárbaro todo aquele que propõem com sua teoria a exclusão do outro.
É considerado civilizado todo aquele que que propõem a aceitação da existência do outro. Todo aquele que de alguma forma prega a eliminação do outro, deve ser considerado e tratado como um racista patológico. Não é aceitável conviver com pessoas que querem me excluir da humanidade. O racismo no meu ponto de vista é patológico, baixa inteligência e principalmente falta de caráter. Tolerância ativa, hoje, amanhã e sempre!
Eu procuro viver apenas minha história de vida. Mas como qualquer peça teatral sempre existe os coadjuvantes. Eu nem sempre gosto de ser livre às vezes penso que deveríamos ser dispensados de pensar por si próprios. Não seria muito mais fácil se as pessoas ao nosso redor tivessem a formula de uma vez por todas do que é bom e o que é ruim?!
Nem sempre a família, a educação e principalmente a sociedade nos preparam para uma autonomia. Nas instituições educacionais... Será que aprendemos a pensar por nós mesmos, ou passamos apenas a repetir o que outros disseram? Meu espírito é muito crítico o que me torna capaz a resistência.
Se o inferno e o céu “paraíso” existe deixe-me deleitar-me aqui!
A falta de instrução é algo que me favorece... Graças a ela posso por assim dizer; que eu ainda posso me auto doutrinar. Agora ser uma pessoa de total ignorância me mata.
Só sendo um mortal ignorante para permitir o total roubo do conhecimento, e eu felizmente ou infelizmente não permito ser tomada.
Adoro o debate, mesmo quando sou tomada por uma verdade que ainda não havia em mim. Verdade esta que pode ser apenas uma concordância em meu estado mental daquele momento.
Me condenar a uma sentença por causa de crença...
Você cita a minha coragem e se eu te disser que ela veio do medo, você ainda assim me achará corajosa?!
Matem
Matem minha dor, minha fé
Matem tudo, matem minha tolerância
Matem minha curiosidade, matem minha inocência
Só matem o meu querer e o meu saber,
Mesmo que guardados por horas, dias, meses e anos
Tenho dito!
Matem
As vezes falamos e fazemos afirmações em cima de algo que em algum momento nos tornam pessoas contraditórias.
Logo pela manhã passei a analisar as pessoas... E ainda quero chegar em seus rostos.
Passos vagarosos em uma subida.
Quem são?
Vejo apenas as passadas ficando cada vez mais diferenciadas
Passadas com pressa, jogo de corpo, passadas e mais passadas.
Passos, pessoas que ao meu ver estavam desorientadas, apenas por seus passos descompassados e atropelados .
Sabe, fechei os olhos e imaginei por alguns instantes o comprimento das formigas.
Pensei... As pessoas em suas passadas desorientadas, são iguais as formigas. Sim! Elas, as passadas, são de alguma forma um estado de comunicação.
Deve ocorrer a troca de químicas, igual as das formigas.
De repente um esbarrão, e pronto. Desencadeamos uma guerra intima ou face a face, resmungando, falando palavrões e doutrinado a outra passada.
O vagão lotado, a mulher com o fone, a freira e seu caderno, o pai e a filha, quantas passadas.
A mulher do fone estava olhando sua imagem na porta de vidro do trem e proferindo estas:
- Experiência de existência... Ninguém me ensinou, nem minha mãe me ensinou; eu aprendi sozinha.
A freira e seu caderno:
Ela estava praticamente a bailar com o seu caderno em mãos.
O pai e a filha:
O pai segurando a mão de sua filha e ela totalmente alheia as palavras proferidas pelo pai, que insistia a resmungar.
Eu!?
Eu estava apenas a observar.
Eu não gosto de pessoas feias de alma!
Diversidade, cultura e etnia.
Dizem... É preciso isto ou aquilo.
Ética = valor de conduta; os princípios para agir em nossa sociedade.
Moral = pratica
Ética são o valores de condutas e a conduta são os princípios para ação, moral nada mais é que a pratica, ação.
Eu vivo constantemente em crise, porém para alguns eu sou uma pessoa sem opinião, formação e instrução.
As vezes, muito as vezes me recolho, mas só as vezes.
Logo sou tomada por um despertar.
E então? Como são a demais pessoas?
São todas cumpridoras de seus papeis, cumprem suas verdades a mim vendidas!?
Mas o que realmente me importa as outras pessoas? Pronto, agora sou insensível, desumana.
Como é complicado encarar a mim mesma.
Não existe nada melhor que há emoção de comparação, mesmo que tenhamos que encarar o orgulho, vaidade e a superioridade.
Ah, se nesta minha jornada de outrora não me tivessem tirado o direito dos conhecimentos...
Recusar o sistema...
Eu recuso o sistema, talvez seja por isto que eu sofra tanto!
Pensar de forma demasiada me torna uma pessoa oscilante.
Perguntas que me tomam:
Responsabilidade é obrigação?
Opressão é juízo?
Lendo A revolução dos bichos, pude notar, ou melhor cheguei a uma certa compreensão de que em uma batalha a união faz a força, porém ambos os lados se pode obter perdas das mais variáveis.
Eu sou o que gosto, mas se me privam do que eu gosto!? Quem sou eu? Eu sou o que gosto! Ora, se não sou eu, quem mais vai decidir, o que é bom pra mim?
Hoje eu acordei com fome
Fome de viver
Fome de amar
Fome de não banalizar
Fome do respeito
Fome de realizar
Fome de sonhar
Fome ouvir e falar
Fome de libertação do básico do enganoso.
Cada dia.
Ei dia... eu tenho vivido para ser a melhor!
Ei dia... eu quero ser para ti o melhor de mim, afinal eu sou única, porém não estou sozinha, não vejo sozinha.
Ei dia... meu melhor ainda não é conhecido por ti.
Esbarrando em dificuldades.
Quando acreditamos sermos a razão, naturalmente negamos a paixão. E quando acreditamos sermos a paixão, acabamos por negar a razão. Como usar ambos na hora certa, e principalmente na medida correta?
Não sabemos controlar a nós mesmos, pois nos identificamos com os fenômenos passageiros. E é claro que passamos acreditar que somos os nossos defeitos e nossas paixões, ou seja “ Síndrome de Gabriela”.
“ Eu nasci assim, eu cresci assim, sou mesmo assim e vou ser sempre assim”.
Que tristeza de vida!
Que letra de música mais infeliz, porque vamos e venhamos, nós temos que saber os elementos que não dominamos, estamos neste mundo para lidar conosco mesmo.
Como diria Mary Schich:
A peleja é longa e no fim é você contra você mesmo.
É preciso que haja uma desidentificação.