Camylla Gonçalves Cantanheide
Ultimamente minha situação ficou tão desesperançosa, que quando algo de bom acontece, a minha primeira reação é estranhar.
É tão dolorosa à hora de ir dormir. A mente fica vazia e os pensamentos vêm com toda a força, todo impacto, sem pena.
Embora tenha sido real, você não acredita nesse fato. Concordo que realmente é difícil acreditar quando os momentos costumam a ser tão perfeitos assim. Às vezes chego a desconfiar que foram apenas bons sonhos, ou talvez minha imaginação seja fértil demais. Mais quando recordo, involuntariamente recupero o sorriso, quando sinto que foi real. Quando sinto que realmente aconteceu.
Estou meio sem ânimo esses últimos dias. Sem vontade de fazer nada; sem ver graça nas coisas. E talvez eu conheça ou desconheça o porquê. Só sei que não gosto nem um pouco de me sentir assim. Até já tentei, mas eu não estou conseguindo me animar, não sozinha.
O que tiver de ser, vai ser. Não vou ficar apressando as coisas para depois tudo dar errado, vou ter paciência e fazer tudo com calma. Não quero me machucar e ter que desistir de tudo. Quero ter você comigo quando for à hora certa, só isso.
É Inevitável. A vontade que tenho é de voltar no tempo. Na verdade eu queria que ele nunca tivesse passado.
Podemos perdoar as pessoas nos machucam, que nos decepcionam, que mente para nós. Mas dificilmente iremos esquecer e deixar tudo para trás.
Podemos perdoar as pessoas nos machucam, que nos decepcionam, que mentem para nós. Mas dificilmente iremos esquecer e deixar tudo para trás.
É perceptível. Tudo está em constante mudança. Em breve as coisas vão mudar novamente. E quando finalmente me acostumo com minha realidade, ela vai e muda de novo.
O que eu queria mesmo era te abraçar. Achar um meio de ficar perto de você, de cuidar de você. Mesmo estando distantes.
Tenho uma tremenda facilidade de me habituar aos meus diferentes estados emocionais. Entrando de cabeça em qualquer um deles.
É imediato. Quando uma lágrima consegue escapar de meus olhos, é o primeiro sinal de que as coisas estão saindo do controle.
Pode até parecer estranho, mas quando aquela pessoa olha para mim, as palavras não saem. A única coisa que consigo fazer é dar um sorriso.
Queria não me sentir tão sozinha. Queria não me sentir tão responsável sobre o que acontece ao meu redor. Queria esquecer um pouco, por um instante, por um momento. Compreender e aceitar que não tenho controle nenhum sobre as emoções dos outros, sobre suas escolhas, sobre as coisas que dão certo e também sobre as que dão errado.
Se estiver triste, tente se ocupar, tente se animar. Se sua casa tiver chata, vá para casa dos outros. Se tiver vontade de gritar, grite até perder a voz. Se tiver vontade de rir, ria até sentir dor. Se tiver vontade de chorar, chore até pegar no sono. Costuma funcionar.
Se você precisar de um conselho, de um abraço ou apenas alguém que te escute, eu vou estar aqui, sempre.
Eu ainda penso em você. Penso em estar com você. Mas você não parece ter o mesmo interesse. Se eu fosse atrás de você, você procuraria a mim? Até que ponto devemos lutar por alguém? Talvez esse ponto seja o momento em que você percebe que se dissesse: “Adeus”. A pessoa em questão responderia: “Adeus” ao invés de “Não vá”.
Eu tento. Sempre tentei. E vou continuar tentando. Embora, tentar não signifique conseguir. Mas todos que conseguiram obviamente é porque um dia tentaram.
É como se tivéssemos que nos machucar para crescer. Talvez tenhamos que deixar, para saber o verdadeiro valor que aquele momento tinha, o quanto aquela pessoa faz falta. Às vezes precisamos mudar a forma de enxergar as coisas, o pior é que só sabemos disso, depois que nossos olhos são lavados com lágrimas.