Camilo Castelo Branco

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Entre namorar e amar, está o reflectir.

A maior alma é sempre insignificante ao pé da pequeníssima alma em cuja dependência está.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Estrelas Propícias, 1863

Ninguém sente em si o amor que inspira e não comparte.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Amor de Perdição, 1862

Ninguém sente em si o peso do amor que se inspira e não comparte. Nas máximas aflições, nas derradeiras do coração e da vida, é grato sentir-se amado quem já não pode achar no amor diversão das penas, nem soldar o último fio que se está partindo. Orgulho ou insaciabilidade do coração humano, seja o que for, no amor que nos dão é que nós graduamos o que valemos em nossa consciência..

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Amor de Perdição

A caridade é a felicidade dos que dão e dos que recebem.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Demónio do Ouro, 1873

O arrependimento inventa carinhos novos, e a inocência parece vingar-se, perdoando, e sorrindo ao algoz, que exora o perdão com lágrimas.

A verdadeira lei do progresso moral é a caridade.

Um verdadeiro amor é segunda inocência.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Coração, Cabeça e Estômago, 1862

Não há metade do coração. Ou todo o amor ou toda a indiferença; quando não, é uma insustentável impostura, chamada estima.

Ninguém é pobre quando ama.

É na solidão que as almas doentes convalescem e se fortificam.

O futuro é um descuido do maior número e uma aflição de poucos espíritos que vieram sãos a um mundo cheio de aleijados.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Cavar em Ruínas, 1867

Há horas na vida em que a mais leve contrariedade toma as proporções de uma catástrofe.

O homem é um composto de grandeza e pequenez, uma dualidade de gigante e de pigmeu.

A torpeza, a ignomínia, a podridão das entranhas vivas, o nascer ou morrer infamado ou infame é só do homem.

Há um ideal comum a todos, ideal que dispensa consumo de ideias: coisa em si materialíssima, que se chama ideal em virtude de tácita convenção, feita há cinco mil anos, de nos enganarmos uns aos outros, e cada qual a si.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado, 1863

Todo o homem tem uma porção de inépcia que há-de sair em prosa ou verso, em palavras ou obras, como o carnejão de um furúnculo. Quer queira quer não, um dia a válvula salta e o pus repuxa.

Inserida por gtrevisol

Há desgraças inconsoláveis (...) apenas uma lhe vê sorrir: a morte.

Que mal fariam a Deus os nossos inocentes desejos?...Por que não merecemos nós o que tanta gente tem?

Nos livros aprendi a fugir ao mal sem o experimentar.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., O Bem e o Mal, 1863

A candura nem sempre é bela.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Coração, Cabeça e Estômago, 1862
Inserida por pensador

O amor quer o monopólio das faculdades da alma.

Camilo Castelo Branco
Obras de Camilo Castelo Branco: A sereia. 6. ed, Volume 73 de Obras de Camilo Castelo Branco, Editora Parceria A. M. Pereira, 1965
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Inserida por pensador

No homem gasto vão-se as ilusões e fica a experiência.

Inserida por denilsondac

Os amigos

Amigos cento e dez, e talvez mais,
Eu já contei. Vaidades que eu sentia!
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.

Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.

Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.

- Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver…
Que cento e nove impávidos marotos!

O que é o remorso? É a reação da virtude contra o crime.

Inserida por AdagioseAforismos