Caio Luizetto
A oração não é um mecanismo de condicionamento cristão, antes, é a exposição secreta a Aquele que em secreto vê. É o ambiente de diálogo de segredos, de devoção e contrição, é um tempo que dedicamos a dialogar com o Criador e com o próprio coração.
Ao colocar-se a orar, somos levados a um distanciamento do ritmo frenético e rotineiro da vida, submergimos no mundo do imprevisível e das sensibilidades.
O "nosso" tornou-se assustador, compartilhar de algo sem que esse algo responda aos nossos anseios egoístas tornou-se uma verdadeira insanidade
O "nosso de cada dia" afirma evidentemente para uma relação diária, onde a porção do que se tem recebido do Criador, seja observada e experimentada na perspectiva das mãos estendidas
A confiança em si por muitas vezes precede a ruina. Não são raras as vezes, que desconfiar de si é um santo remédio.
Como é triste caminhar a procura de braços que confortem e não os encontrar. Como é devastador quando a dor não é percebida e a angústia continuar a devastar.
A humanidade em Adão e Eva é a anunciação de que o bom não é o suficiente para os devaneios do coração.
Precisamos desenvolver uma espiritualidade em que, ao mesmo tempo que, nos lança na perplexidade da vida, nos ancora na paz do Cristo, uma espiritualidade que nos leva a agonia do mundo das dores, mas, também nos cura por meio das dores impostas pelo mundo.
A culpa, sempre a culpa é a sugestão. A vida deposita o peso da constante culpa sobre aqueles que de alguma forma não conseguem corresponder as demandas e expectativas atuais da sociedade, o sistema é dilacerador de almas, constritor do indivíduo.
O descanso é o espaço onde o tempo para. Onde as lágrimas encontram quem as enxuguem sem julgamentos e censura. É onde pode-se ser sem medo de quem se é. Não há julgamentos, apenas acolhimento.
A lei da semeadura é um absurdo. Pois é o grito dos oprimidos em um mundo que ama ser opressor e usurpador.