Bruno Ramalho de Carvalho
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serei eu, minha gente,
um tolo a cumprir os prazos,
se o próprio tempo, ultimamente,
tem sido fiel aos atrasos?
saudade é dor em rio,
do olho-d'água da gente
à foz no mar do vazio.
se quisesse Deus
que a lágrima
fosse para nós um alento,
não teria posto o sal
dando gosto ao sofrimento.
a pergunta condoída
sobre o sabor do chorado:
com tanta
amargura na vida,
para quê esse choro salgado?
no que acho, nada mudo:
para tanta mudez no mundo,
a nudez da mudança é tudo.
na contra mão
da mudez,
a nudez do não.
ando sem saco
para poesia;
por isso, espalho
tanta em revelia.
clone:
percebo
que sou
menos eu
que meu
telefone.
mal ou bem,
deseja melhor
quem deseja
o que tem.
idade não se
discute com
quem existiu
no Orkut.
não há presente
no futuro sem um
futuro no presente.
ousadia
do primeiro de janeiro
é ser dia de caber
um ano inteiro.
o maior dia do ano
é primeiro de janeiro:
por milagre ou por engano,
cabe nele um ano inteiro.
o amor tece o que amortece.
se há massa,
se amassa,
mas, se ama,
não amasse.
se cala mais de um silêncio, é arte.
se oferece um nó ao pedir um laço, é arte.
viveré
somar quês
de saudade.
versoverso.
substantivo de todos os gêneros.
1. experiência sensível que integra os mundos real e virtual, e os caminhos entre eles. 2. ambiente imersivo construído por meio de diversas sensibilidades e sentidos. 3. a involução utópica do metaverso, que permite a interação pela interação, o avatar pelos olhos de quem vê, a realidade aumentada pelo olho nu. 4. onde eu sou eu, ele, ele e você, você.
eu
sou muitos
nos amando,
a sós.
é no silêncio que escuto as minhas paisagens.