Bruna Monteiro
Os pássaros cantam lá fora, todos voando alegremente em direção a seus grupos enormes, que passam pelo céu todos os dias. Alguns cantam no topo da árvore em frente a minha casa. Tão livres, tão bem. Eu os invejo. Eles não parecem precisar de algum tipo de consolo, simplesmente voam em direção ao que querem. Espero que, algum dia, eles tenham a sorte que eu tive ao conhecer você. E que sejam um pouco mais espertos que eu, e não deixem a felicidade escapar.
Quando acordar de manhã, meus pensamentos voarão para você. Quando tomar banho, lembrar-me-ei dos dias em que dividimos aquele momento. Quando sentar-me à mesa todos os dias, lembrar-me-ei da forma como você o fazia com sua deselegância. Quando os pássaros voarem, lembrar-me-ei do quanto desejei voar ao seu lado. E enquanto estiver viva, lembrar-me-ei do quanto amei você.
Não é rebeldia, na verdade nas minhas veias correm a audácia de viver.
Sentir TUDO, menos a monotonia de uma existência qualquer.
Espírito vivaz , alma intensa, poética e literária.
Corpo libertino e que anseia pela liberdade.
Os ventos que bagunçam os cabelos ou o coração.
Como dizia Clarice Lispector “A loucura é vizinha da mais cruel sensatez”
Quem poderia olhar com sobriedade esse mundo e continuar incólume?
Quando Clarice Lispector disse que amava a Cruz que dolorosamente carregava porque isso era o mínimo que ela poderia fazer da vida, eu entendi que que não dá pra mudar os males da nossa história então careceria de saborear o fel com uma dose de gin!