Breno Botti
E sozinho eu me encontro, debruçado nas janelas da vida, esperando, quem sabe, um amor passar e me invadir.
Arrastava-se entre um amor perdido, um amor doído e mal curado, mas tinha a esperança de um dia encontrar um amor de verdade.
Chorou até as lágrimas secarem, levantou e não se permitiu lembranças nem recaídas, percebeu e aceitou sua partida. Chegou então a saudade.
Não acredito em amor, acredito num sentimento puro, uma junção de cumplicidade, fidelidade, afago, amizade, cuidado e identificação. Mas amor? Não, isso não existe.
Uma paixão de deixar as mãos úmidas, borboletas no estômago, tremores pelo corpo e um sorriso delicioso de canto de boca.
E procurou, na intenção de encontrar pelo menos um sorriso que descrevesse a amada, em um rosto alheio.
Tentava se convencer de que tudo aquilo que outrora foi felicidade, havia se tornado errado e estúpido.
Chorei ao chegar em casa, colocar a cabeça no travesseiro e ver que você tinha ido pra longe de tudo que foi nosso.
Ela me chama de bobo, eu a chamo de minha. Ela diz que me odeia, eu a abraço. Ela me irrita, eu consigo tomá-la em cócegas desejando fazer parte do seu sorriso. Ela fala que eu sou um idiota, eu digo que ela é o meu amor.
Deixar de acreditar que existam outros sonhos e outros amores e outros olhares se não o seu. E viver.
Era uma mulher sem nome, sem idade e porque sem idade, sem expressão. Mas como qualquer outra, tinha um coração sedento por amor.
E, debruçada nas janelas da vida, permanecia sobrevoando, cerceando amores alheios, desejando um dia ser um amor de verdade.