Eu conseguia tê-la, dentro de mim, era pouco, mas bem mais do que eu merecia.
Sinto saudades de tudo e de todos. Inclusive, às vezes, de mim!
Querendo desencontrar, ela encontrou o amor.
Dizia ele: É amargo como café sem açucar, o meu coração.
Já chega, disse eu pra mim, despido, despojado e limpo. Convicto.
Tenho saudade, uma saudade inquieta e incessante de nós.
Nem sei bem como é o amor, mas amo, e sinto.
Desejando diminuir seu amor, disse pensar vez'enquando nele, quando na verdade pensava a todo momento.
Te quero, te tolero e te preciso, não minto. Te venero, muito.
Sofra menos, se doe menos, se admita menos, todavia ame, sem ter motivos e sem se permitir concessões.
A verdade é que eu estava só, eu-e-eu, eu-comigo, eu-e-o-que-sobrou-de-nós.
E como teimoso sou, meu ser deixando de existir, eu me esvaindo, desfalecendo, no entanto, não deixo de amar.
Eu quero nós, juntos, ligados, agarrados; nós, firmes, atados.
Confesso, depois de muito negar, amar por dois é medíocre, é abandono, é sofrido demais, zé.
Tenho ficado velho, uma velhice de falta, falta de amor, de ânimo, sorriso e pessoas completas.
Se acalme, disse então. Quando a vontade for maior do que o orgulho, o amor vai desabrochar.
Não se permitiria recaídas, estava decidida [...]
E brilhava, tinha uma luz própria, uma forma de amar tão sincera.
Mas amo, e amo sem motivo, isso é maior que qualquer força contrária.
Tenho uma carência de calor, uma urgência de amor, irremediável.
Gostaria de ver, nela, um pouco de afeto, afago, até amizade, ou quem sabe, amor.
Talvez amor, talvez loucura. Nunca se sabe, dizia inconformada.
Não havia tempo, horas, dias, anos. E, sem tempo não se tinha amor.
Se doer - e de fato dói - guarde em segredo. E sorria, sorria.
Era provocante, sedutora e fatal. Pior ainda, sabia disso.