Bibiana Benites
Eu aprendi que algumas pessoas e determinados sentimentos, são ímpares. Mesmo quando a gente quer que eles sejam par.
Eu te estranhei.
Por seres tão eu.
Por seres a melhor e mais perfeita
tradução de mim mesma.
O reflexo meu diante de ti.
Vem manso e me encontrarás louca. Vem louco e me encontrarás pronta. Vem, da forma que for, que encontrarás. Tua. Sempre tua.
Com o coração não se brinca, moço.
Porque até onde eu sei (e me ensinaram)
sentimento é coisa séria.
Sim, eu chorei. Eu sofri. Eu deixei que você me doesse até o fim. Eu me permiti sentir o luto desse amor que deixou de ser. Que virou saudade. Que virou alguma coisa. Algum sentimento. Mas fiz isso por mim. Para o meu bem. Pra deixar você ir. E me esvaziar. Dentro. Até não sobrar mais. Até não faltar mais a falta que você fez em mim. A falta que a tua falta fez.
Confesso que perdi o norte. Que me senti sem chão. Sem rumo. Sem nada. Mas quando olhei pra dentro de mim, eu percebi que eu tinha um leste, um sul e um oeste de possibilidades de ser feliz de novo.
Ele parece que veio para amenizar
todo e qualquer peso
que ainda insistia em ser.
O moço é só leveza.
Te liberta de toda a dor, menina.
Te livra desse peso.
Se expõe, feito borboleta, pra esse mundo.
Pra essa vida.
Que a gente não permita que nada e ninguém, destrua o que temos de mais valioso: nossos valores. E que a nossa essência continue clara e bonita como deve ser. Como nossos pais nos ensinaram.
O amor sobre(vive) da troca. Da reciprocidade. E de uma série de outros sentimentos que fazem com que ele permaneça aceso. Bonito. O amor é uma via de mão dupla.
Então chegou a minha vez. Agora eu quero falar. É pela palavra que nos une. É pela Poesia. Pelo encontro. Pelo verso. Pela rima. Pela prosa nossa de cada dia. Que a Poesia continue nos mostrando que é possível se esvaziar do peso do mundo. Daquilo que nos dói.
Que a gente continue florindo. Que a gente continue amando. Dançando e cantando na chuva. Sentindo. E se sentindo. Mesmo longe. Mesmo quando perto.
Que a gente não se perca. Mas que tenhamos a ousadia de mudar a rota quando a vida assim quiser. Quando a gente assim decidir. Porque ninguém é de ferro. Somos o contrário disso. Somos tanto. Somos silêncio. Somos sorrisos. Somos também tristeza, quando o destino de rasteira nos alcança. Somos nossos livros que nos instruíram até aqui. Esse instante. Somos as pessoas que passaram por nós. E as que ficaram também. As que são.
Somos as tentativas. Os nossos sonhos. Somos a Poesia da vida. Somos Poesia. E dela extraímos a doçura que nos move. Que nos une. Que todos os dias nos abençoa, pela simplicidade dela. E pela gentileza, também.
(25 de julho - Dia do Escritor)
Eu te vi e fiquei ali. Parada. Estagnada. Apaixonada por aquele cabelo bagunçado. E pelo teu sorriso torto. Eu estava encantada. Cantada. Canto. Encanto. Você.
Mesmo que o amor não seja mais o seu amor, será sempre amor. O amor nunca morre. Ele muda de endereço. E a gente tem que se dar a chance de mudar também.
E quem se expõe demais, paga um preço caro por isso. E eu pago mesmo. Só assim me alivio do excesso que eu trago dentro.
É que temos o péssimo costume de criar expectativa em cima das pessoas. Em sentimentos . Em sorrisos que nos dão. Em abraços que nos oferecem. Em palavras bonitas. Em moços bonitos. Expectativas que geram desgosto quando a intenção do outro não foi nos atingir. Não foi se aproximar. Quando a intenção dele não foi nos pegar pela mão e sair com a gente sem rumo por aí. Não foi nos fazer feliz. Mas é que muita gente não entende que não é fácil destruir castelos de areia. Ainda mais quando somos nós que moramos dentro. Desse sonho. Doce sonho. E ilusão, também.
Então faz assim: traz um pincel bem colorido e pinta. Colore um quadro qualquer. Sem ritmo. Sem pressa. Resgata o brilho do olhar. Deixa que transborde tudo de mais lindo que você traz dentro. Sem medo. Sem receio algum. Seja. Flor, se assim quiser. Coração, se por esse caminho escolher. Mas aprende a te surpreender com as pequenas coisas da vida de novo. Com essas que nos deixam grandes. De alma.
E entre tantos sentimentos. Entre tantos sorrisos. Abraços. Tantas palavras de carinho. Doçuras. Tantas. Entre cada pessoa que cruzava. Entre cada olhar bem-intencionado que pairava no ar. Entre cada vez que eu me arrepiava quando a tua mão vinha de encontro a minha. Entretanto. Entre tantos. Me diz: tinha que ser Amor? Não dava pra ser apenas tudo isso que eu falei sem amor no meio? Sem a gente, desde o início?