Bianca Rodrigues
Mania de dizer "talvez", "quem sabe", "um dia". Mas se perceber essa palavras servem para alguma coisa: "talvez" eu esteja escrevendo sobre sentimentos, mas "quem sabe" poderia coloca-la em meus pensamentos ou "um dia" te colocaria bem aqui, do meu lado.
Eu sei do que você gosta, do quanto quer ser livre, mas não resiste a uma paixão sem limites.
Eu sei do que você não gosta, do quanto se odeia triste, mas sorri do amor que não existe.
É tão fácil decifrar os gestos seus, até me faz confundir com o meu eu, chega a ser engraçado.
Eu ao ponto de entregar pra você tudo que é meu. Basta olhar nos meus olhos.
E quem sou eu, quando estou com você!?
Quem me dera eu, te ter, assim, pra sempre.
Não sou de falar, mas eu gosto de você.
Saudades caladas, se é que sinto algum tipo de saudade, mas não importa.
Você me deixa aliviada, trás calma pra minha alma, sem ao menos fazer esforço.
Porque choras silenciosamente?
Porque és feliz misteriosamente?
Levanta da cama como num dia qualquer, fazendo suas tarefas do seu dia a dia.
Mas não muda nada, já é rotina. Toma seu café fora de hora. Pensa em mudar alguma coisa do lugar, pensando melhor, melhor deixar como está.
Escreve frases, mas nunca acaba. Romances de imaginação fértil. Seus contos de fadas parecem um tipo de realidade, se entregando de si ou tudo de si, em cada palavra. É tão sério. E me fala dos seus pedaços de versos um pouco sem sentidos, mas é bom de ouvi-los. Não ligo. Sua respiração ofegante, cantando músicas estranhas que nunca ouvi, mas também não custa nada ouvi-los novamente. Ela não vê o que vejo. Não sente o que sinto, mas tem a tamanha esperteza de entender o que transmito, e eu como sempre me calo diante da sua inteligência infalível.
Gosta tanto de contar sobre sua vida, amores passados, mas há segredos que não contaria. Coisas dela. Gosta de frequentar lugares diferentes, talvez um pôr do sol, bastaria para ela. Não a entendo, mas tento.
Não a descubro, mas guardo.
E seus gestos mútuos, muitos.
Um pouco reparável.
Ela é só uma menina de 17 anos, como poderia dizer que tenha 20?
Escrever coisas que aliviaria. Caminha entre cinzas da vida procurando saber mais sobre o amor e de que dor lhe causaria, provavelmente faz perguntas sem saber direito da resposta, e se sabe de alguma resposta.
Faria bem um cigarro entre os dedos nas noites de frio em cima da pedra do arpoador esperando o sol nascer, caminhar na orla da praia até anoitecer novamente, ir para a casa pensando que aquele momento não mais voltaria. Tirar toda a sujeira do corpo prometendo a si mesmo que nunca mais fumaria, além do mais, sabe que faz mal. Tira a maquiagem, o batom vermelho que tanto adora, ir se deitar em sua cama e pensar na sua vida normalmente.
Não sou de falar, mas ainda sim gostaria de gostar de você.
Quando te olhei, já pensei que era amor a primeira vista.
Depois eu acordei e vi que não era nada daquilo.
Sabe que no caminho, as vezes não encontramos a saída.
Se apaixonar é normal, mas tem sempre um que vai e o outro fica.
Então eu desligo o celular porque não quero me perder numa música, até escondo o meu caderno pra não escrever ternuras e saio correndo pra não encontrar você pela rua, pra não pensar nessa prova de ficar sozinho no mundo da lua.
Roda gigante é o que define a minha cabeça.
Lembrança de um silêncio por ter dado ouvido ao coração.
Agora sabe lá, se a razão tinha razão.
Gira, gira e girou, mas não escutei não.
Eu não sou solução pra nada. Na verdade, não sou nada, ainda nem me descobri. Mas se eu fosse algo, eu ia querer ser algo pra cuidar de você.
Estava apaixonada por você. Não me venha me dizer que aquilo foi normal, pois não foi, e o que escrevi naquele tempo foi verdadeiro, clichê, mas verdadeiro.
Você não está acostumada a lidar com oi e eu muito menos sei lidar com tchau, desconfio ao entrar na minha vida e quando me acostumo vão embora, não sei, mas vão.
Me pergunto se o problema sou eu, sou eu? É uma espécie de paradoxo com coisas platônicas que invento do nada, na cama, na noite, na madrugada, em mim. Expectativas que eram pra ser reais acabaram sendo ladra de algumas ilusões e me desafiei tanto a arriscar coisas que hoje não faz diferenças tê-las.
Meio caminho com uma placa: Entre, se jogue, aqui é o precipício. E enquanto o sentimento que sinto por você jogaria pelo abismo, não faz sentido tê-los se você mesmo jogou contra o vento. E ele está sem rumo, sem radar, sem casa, sem onde morar e com ele, me perdi.
Se me encontrar por ai diga-me, pergunte-me se estou bem.
Se me encontrar por ai diz que estava me procurando e que sentiu saudade.
Se me encontrar por ai mostre-me o caminho de volta, até a mim.
Se me encontrar por ai, fala que eu me perdi e que preciso voltar para o meu eu. Mas se não me encontrar, eu me procuro, vagando por estradas imaginarias, chamando por meu nome na esperança que o meu silêncio ouça algum grito meu. Já não sinto mais nada de tanto sentir. Difícil definir. Mas acharia normal me confundir no meio do caminho contando as estrelas e me perdendo novamente nas perguntas sem respostas.
Nunca deixei de pensar em você, mas agora vou me procurar primeiro. Depois te procuro. Agora estou precisando muito de mim.
Dói. Enobrece a alma.
Festividade em meio ao pensamento.
Vento não é canção, mas quando passa, sai esvaindo por dentro.
Dói. Abandono de praça.
Amargurado com o coração.
Não é leilão, mas se dar como brinquedo.
Machuca. Machuca a alma.
Como mergulhar no fundo do poço e não ter saída.
Em meio a multidões se encontra vazia.
Machuca procurar o que tá perdido.
É como labirinto, roda, roda, mas não se acha nada.
O que foi perdido, no momento está partindo em meio à estrada.
Turbilhões. Embora exista mundo, no meu mundo não tem ninguém.
E o coração, embora brigue com a razão é por falta de alguém.
Quando pensas-te em ti, saio um pouco de mim.
Perco-me. Perco-me na escuridão de seus olhos.
Procuro-me no seu sorriso, de dia.
Acho-me quando sorrir.
Sonhei. Acordei. E já passou da conta.
A hora de levantar é o que desmorona.
Sem ter um e-mail seu, um bom dia ou um oi.
Tchau é o que dissestes pela ultima vez e não mais apareceu.
Poucas recordações, mas levou um pouco do meu eu.
De onde vem tanta tristeza, não sei! Mas prefiro esconde-la.
Silêncio, não grite! Sabe que não vão escutar.
Fale. Fale baixinho, quem sabe uma alma perdida á de lhe achar.
Espere. Mas espere andando, nunca se sabe a hora de parar.
Uma música, ouvi no radio. Passou na tevê. Em carros de som. Tudo fez lembrar você.
Cartas de adeus, palavras de quem nunca leu.
Pessoas sem alegria, coisas vazias e na dor, ah, na dor... Se faz um poeta.
Sorria. Sorria com os encantos, a vida continua.
Chore, mas não chore pelos cantos, não fique escondida.
Durma. Durma no calar da noite. Sentimento que fala com a voz do pensamento.
Adormeça, mas não se esqueça, não esqueça!
Que em meio às paradas e estações exageradas. Do quanto mudou a minha vida.