Beane Ferreira
Espero que um dia as pessoas entendam que, o amor não é para se entender é para se sentir. Que não tem graça alguma, dizer que se ama sem amar. Porque acredito que o amor é sinceridade, ternura, cumplicidade. E eu, posso até não ser a mais romântica, mas sei que o meu "eu te amo" esta guardado para quem, um dia, o merecer. Quantas não foram as vezes que eu tive medo desse sentimento? Muitas. Porém, não é o amor que devo temer e sim as pessoas que não sabem amar.
Parece que foi ontem que te conheci, o tempo passou tão depressa. Lembro que quando vi você, te achei um chato, convencido. Demorou para eu mudar de opinião, mas aos poucos eu fui te conhecendo e gostando do seu jeito. Quanto mais a gente convivia, mais crescia um sentimento dentro de mim. E ao que parecia, você também gostava, talvez paranoia. Mas veja só como é a vida, o vento que te trouxe, foi o mesmo que te levou, te afastou. Agora, você parece outro, mudou a ponto de não te reconhecer, nem o quero. Afinal, o tempo passou e com ele trouxe novos amores, novos olhares e você ficou no passado. E o passado só serve para isso, para recordar e corrigir os erros para não serem cometidos novamente.
Enquanto caminho, reflito. Sobre tudo que quero, sobre tudo que sou. Por isso não estranhe se me chamar e eu não responder de primeira ou se me encontrar conversando sozinha, eu tenho essas manias de pensar alto. Há quem me chame de louca, e sou confesso, mas prefiro dizer que estou aproveitando minha companhia. Coisa que muita gente não sabe fazer, talvez por falta de personalidade. Bom, por enquanto é tudo que quero fazer, caminhar ao meu lado e seguir além do limite que me foi dado.
Se eu lhe estender a mão, segure. Se eu pedir proteção, me abrace forte. Se eu pedir pra desabafar, me escute. Se eu pedir desculpas, diga que já me perdoou. Se eu perder a cabeça, me guie. Se eu cair, vamos rir, mas me ajude a levantar. Só não procure perfeição em mim, na verdade se tem uma palavra que pode me definir é complicada. Complicada, atrapalhada, desengonçada, ôh menina desmantelada. Porém, um dia alguém ainda irá dizer, que gosta de mim desse jeitinho, sem precisar mudar nada.
Sei que estou caminhando sem rumo, por uma estrada que já caminhei. Já caí inúmeras vezes, isso não me impedi de prosseguir, a cada tropeço uma nova lição. Aprendi a me proteger em meio a esse tempo instável, a neblina cobre meus olhos, posso não enxergar o caminho que esta a minha frente, porém também não posso ser encontrada. E quando muitos acham que me avistou, que me encontrou, percebem que tudo não passou de uma miragem. Porque eu não estou parada, não estou a espera de um alguém para me encontrar nesse denso nevoeiro, eu estou indo em busca daquilo que quero. Desviando sempre daquelas pedras que já me fizeram cair, porém sem me preocupar nas novas pedras que iram me derrubar. O que importa pra mim é levantar e seguir em frente, sem ter medo de cair de novo.
Por mais que exista um dia após o outro, por mais que a gente acredite que somos imunes a qualquer mal, somos seres mortais e não temos todo o tempo do mundo. Não adianta acreditar que o amanha será melhor que hoje, se não fizer a diferença hoje. As mudanças não caem do céu, as conquistas muito menos. O que vem fácil, dura muito pouco. Eu aprendi a lutar pelo o que quero, mas muitas vezes eu me acomodo e não estou disposta a ir a luta, as vezes eu só quero descansar no meu aconchego, só quero tirar a armadura. Quero voltar pra casa e encontrar um lugar para chamar de meu. Porque eu canso, todo mundo cansa. Afinal, eu não sou uma máquina. Sei que existo, sei minhas funções. Porém, sei que amanhã ou depois posso deixar de existir, sem ao menos poder dizer adeus as pessoas que quero, porque a vida é assim, sem roteiros. E por mais que eu faça planos, o melhor a se fazer é pensar no agora, amanha é simplesmente um novo dia, um novo começo.
Se eu mudei, não foi por nada, não foi do nada. Tem uma hora que a gente cansa e é preciso se livrar de tudo que não presta. É o que eu tô fazendo, me desfazendo das coisas que não tem serventia. Que ao invés de me fazer seguir em frente, me empurra pra trás. Que ao invés de me fazer bem, me faz mal. Ultimamente eu sou a única companhia que eu quero ter por perto, é uma fase, uma mudança de planos. Onde eu decido quem permanece em minha vida, porque eu cansei de levar bagagens.
Eu não abaixo a cabeça e digo "sim senhor!" Eu vou e faço o que quero, vou até onde os meus pés podem alcançar, luto até onde eu aguentar. Só não me fale de amor, porque esse eu já não quero.
Talvez eu não seja mais a mesma. Talvez eu nem queira mais as mesmas coisas, nem tenha mais os mesmos sonhos, ou nem ouça mais as mesmas músicas. Parece que me perdi no meio da caminhada, não sei mais quem sou e muito menos para onde vou. Eu sei que quero descansar e estar livre de tudo que me tira a paz. Eu quero somente minha companhia, esta comigo mesma é tudo que eu preciso agora. Não quero bagagens, estou levando comigo tudo que é de minha importância. Não tenho limites. Estou dizendo adeus para quem fui e caminhando em direção ao pôr do sol.
Nunca vi felicidade trazer mal algum. Que alegria é essa que te deixa de mal com o mundo? Deixe de se enganar, isso não é felicidade, nem nunca vai ser. Não feixe os olhos para não ver o que está diante de você, não seja assim tão tolo. O tempo passa tão rápido, e um dia você vai perceber que sua felicidade estava presente naqueles singelos momentos, na simplicidade das coisas, em minutos tão passageiros. O importante mesmo é você valorizar o agora, para não dá valor só quando virar recordação. Agora, se você quer ir em busca da felicidade, vá em frente! Mas vá, sem que para isso você tenha que machucar ninguém.
Já faz algum tempo que parei de tentar compreender as pessoas, que parei de tentar ajuda-las. Não adianta. Pra quê verbalizar, quando não se quer ouvir? Conselhos, pra quê? O melhor é você seguir seu próprio caminho, cair e levantar sozinho, porque é assim que se aprende, mas mesmo assim há quem não consiga aprender. Só não se engane com essa história de "aconteceu porque tinha que acontecer", nada disso! Aconteceu porque você quis assim, porque a vida nos impõe escolhas e as consequências são nossa própria responsabilidade. E, por mais que eu tente, há certas pessoas que não são dignas de compreensão, que na verdade não são dignas de nada. Então me polpe de seu drama, me deixe fora do seu teatro.
Eu sou aquela música chata que você escuta uma vez e não consegue tirar da cabeça. Eu sou o vento teimoso que sopra contra seu rosto e ainda bagunço seu cabelo. Digamos que eu não sou uma rosa, eu até tenho espinhos e alguns até dizem que sou bela, porém não sou frágil. Eu sou mais leoa do que gatinha indefesa precisando de carinho, pois é eu sou brava e louca também. Eu sou uma espécie de labirinto, me encontro e me perco neste caminho sem fim. Sei que sou tantas coisas e muitas vezes te confundo. Porém, entre tudo o que sou, só posso ser uma. Sou assim e o que posso fazer? Sou eu que te faço bem. Mas sabe, as vezes, eu também sou um pássaro que precisar voar além de sua gaiola.
Um dia, quando eu for me casar, me vestirei de branco. Não precisa ser um vestido glamouroso, muito menos uma festa estrondosa. O que importa pra mim é quem vai estar ao meu lado, quem vai me dar a mão, quem estará comigo quando eu precisar, quem dirá sim a todos os meus defeitos e minhas qualidades, quem me aceitará da maneira que sou, quem me ama de verdade. Porque o resto é futilidade. Agora, cabe a você decidir se vai ser o noivo ou apenas o convidado.
Pra mim, o pior tipo de pessoa é a falsa. Sabe por quê? Porque eu sou honesta e gosto de sinceridade. Se eu gosto de alguém, eu gosto. Do contrário, nem vem que não tem. Você tem muito que aprender, não temos tudo que queremos, você não enxerga isso? Não precisa mais se esconder, sua máscara já caiu. Quem você quer enganar com esse teatro, eu sei muito bem o que você quer, então vá em frente! Se humilhe, porque é isso que você vai fazer, se humilhar. Mendigar o que é e sempre será meu. E cá entre nós, eu sei muito bem quem são meus verdadeiros amigos, assim como sei quem não são. Mas sabe, do pouco que vivi eu aprendi uma coisa, que tudo o que fazemos, seja bom ou mal, tem volta. É mais ou menos aquela história: "você colhe o que plantou". E se você quer colher flores, aprenda a plantar. Porque pra você destruir a árvore cheia de flores que eu plantei, vai precisar bem mais que isso.
As pessoas julgam minhas escolhas. Tudo bem, agora se coloca em meu lugar e tenta fazer diferente. Vê se é fácil. Claro que é, julgar é muito fácil. Difícil mesmo é se colocar no lugar do outro, sentir o que o outro sente. Entenda que escolhas não são fáceis, pelo menos não pra mim. Já parou pra pensar o quanto tuas escolhas machucam? Pois é, não só as suas como as minhas também. Não só machucam como tem consequências. E é por isso que estou seguindo em frente, que vou aguentar o preço das minhas escolhas. Mesmo que para isso, seja preciso seguir sozinha.
Tem gente que acha minha vida uma maravilha, por isso deixa de viver a sua, pra viver a minha. Acorde bem, crie sua história. Porque a única protagonista dessa literatura sou eu, você não serve nem para figurante.
Eu sou do tipo de mulher que ainda gosta de receber flores, que gosta de ouvir palavras de carinho e quem não gosta? Eu prefiro receber a simplicidade com muito carinho, do que receber futilidades sem sentimento nenhum. No fim das contas, você vai perceber que o que importa de verdade não é o preço de cada coisa e sim o valor sentimental de cada simples detalhe.
Toda liberdade tem seu preço, assim como tudo nessa vida. Cada passo, cada escolha, cada palavra tem seus efeitos. Então, pára de ser inconsequente e assuma as consequências de seus atos, porque fugir não nos leva a lugar nenhum.
Quer saber? Eu vou dançar, gritar, cantar, deixar a música me levar. Deixa que eu sei me cuidar. E quando eu não souber, arrumo alguém pra cuidar de mim. Porque eu sei viver sozinha, mas é muito melhor viver acompanhado.
Estou novamente caminhando e mais uma vez não sei para onde vou. Estou sem rumo. Acho que só quero andar, deixar o tempo me levar para onde ele quiser. Indo devagar, aproveitando cada momento, cada lugar. Como sempre observadora, prestando atenção nos atalhos. Mas, eu sei que mesmo assim eu tropeço, caiu e me esborracho no chão. Vou rir, claro e continuar seguindo em frente. Se eu olhar para trás, será só para ter certeza de que não vou mais voltar.
Coloquei todas as minhas lembranças em uma carta, rasguei-a e queimei seus pedaços. Porém, as memórias não podem ser feitas em pedaços, muito menos ser queimadas, continuam intactas. E isso machuca, porque de uma forma ou de outra algum detalhe sempre trará um vestígio seu.
É estranho como as coisas mudam tão de repente, chega até ser engraçado. Uma pequena brisa se torna uma tempestade devastadora em questões de segundos. Como pode tudo mudar tão rápido? Eu não sei. Acho que da mesma maneira que se forma uma tempestade, acontecem as mudanças. Um processo silencioso, que não enxergamos a olhos nu e quando menos esperamos a chuva cai. Não sei explicar ao certo, o que sei é que, seja a chuva forte ou fraca o sol sempre brilhará depois.
Diz o ditado "o que os olhos não vê, o coração não sente". Mas não se engane, na prática é bem diferente. É mais ou menos assim: o que os olhos não vê, o povo vem contar.