Baco Exu do Blues
Não tem mais volta
Aprendiz de Cartola, eu falei com flores mortas
Tô conquistando o mundo
Mas toda conquista tem um sabor de derrota
Eu tô em minha casa, me sinto sozinho
Eu sou um estranho no ninho
Escravo do que sinto
O amor não faz nenhum sentido
Minhas dores gritam no meu grito exausto
Corpo casto, corpo gasto
Negro filho do sol, nasci astro
Leia na noite do meu corpo seu signo
Me siga dos bons aos cínicos
Destruindo seu reinado de prédios
Me sinto Tim Maia, então chame o síndico
Admito, sinto medo às vezes
A violência me olha com sede
Homem da caverna de Platão
Atirando pra pintar paredes
Orixás moram na minha testa
Coroa celestial
Prêmios por minha cabeça
Quem tentar sabe o final
Ela fez carinho nas cicatrizes
Na sobrancelha e nos dedos
Disse que eu sou preto divino
E humanos nunca matam deuses
A partir de agora considero tudo blues
O samba é blues, o rock é blues, o jazz é blues
O funk é blues, o soul é blues, eu sou Exu do Blues
Tudo que quando era preto era do demônio
E depois virou branco e foi aceito, eu vou chamar de blues
Saudades
Me fazem fazer loucuras que sei que tiram minha paz
Mensagens
Olhar pro celular me faz olhar pra trás