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[...] passei o dia andando pelo bairro. Cheguei a pegar meu velho trenó e meu velho cachecol. Há algo de confortável nisso para mim.
Subi a colina onde costumava usar o trenó. Havia muitas crianças ali. Eu fiquei vendo elas voarem. Dar saltos e apostar corridas. E pensei que todas aquelas crianças um dia iam crescer. E todas aquelas crianças iam fazer as coisas que nós fazemos. E todos eles beijarão alguém um dia. Mas agora andar de trenó era o bastante. Acho que seria ótimo se bastasse um trenó, mas não é assim.
Mas há momentos em que a gente não precisa de um ombro.E se precisarmos de um abraço,ou uma coisa parecida?Você não pode se limitar a se sentar lá,colocar a vida de todos à sua frente e pensar que o que importa é o amor.Não pode fazer isso.Você tem que fazer as coisas.
Não sei se terei tempo pra mais cartas, pode ser que eu esteje muito ocupado com meus amigos. Se esta for a ultima carta saiba que andei ruim antes de começar o ensino médio, e você me ajudou.
Ainda que não soubesse do que eu falava ou conhecesse alguém que passou por isso fez com que eu não me sentisse só.
Sei que tem gente que diz que essas coisas não acontecem, tem gente que esquece o que é ter 16 anos quando faz 17.
Sei que tudo será história um dia, e que nossas fotos vão se tornar lembranças, e todos nós nos tornaremos mãe e pai.. Mas no momento, esses instantes não são histórias.. Tá acontecendo..Eu tô aqui..E tô olhando pra ela..porque ela é tão linda.. Eu consigo perceber o momento em que você sabe não ser uma história triste, você tá vivo.. Você se levanta e vê as luzes dos prédios e tudo que te faz pensar.. Ouvir aquela música na estrada com as pessoas que você mais ama no mundo..e nesse momento eu juro nós somos INFINITOS."
Mas o amor que cega não dura muito. Um dia você levanta a cabeça do travesseiro e descobre que estava vivendo em um pesadelo.
Blair: we all try on old clothes, from time to time, maybe surprised when they still fit, but that doesn’t mean we should wear them again… EVER.
Estou me sentindo um grande impostor porque deixei toda a minha vida para trás e ninguém sabe disso.
Magnus tinha ouvido muitas vezes a história de como os Nephilim foram criados. Eles devem ter esquecido de colocar o trecho que dizia: E o anjo desceu do alto e deu aos seus escolhidos abdomens fantásticos.
O problema de se namorar é deixar de ter piada ir a discotecas. Ter uma relação séria acaba com a nossa vida noturna.
É por isso que numa folha de papel pardo ele tentou outro poema. E o intitulou de "Absolutamente Nada". Porque era o que estava em toda parte.
E Sam olhou o papel, e olhou para mim.
- Charlie, você já beijou uma garota?
Sacudi minha cabeça em negativa. Tudo estava muito silencioso.
- Nem mesmo quando você era menor?
Sacudi a cabeça novamente. E ela pareceu meio triste.
Ela me falou da primeira vez que beijou. Me contou que foi com um dos amigos do pai dela. Sam tinha sete anos. E ela não contou a ninguém, exceto a Mary Elizabeth e pois Patrick, há um ano. E ela começou a chorar. E disse uma coisa que eu nunca vou esquecer:
- Eu sei que você sabe que eu gosto do Craig. E sei que te disse para não pensar em mim daquele jeito. E sei que podemos ficar juntas assim. Mas quero que você esqueça todas essas coisas por um minuto, tá bom?
- Tá.
- Quero se a primeira pessoa a beijar você. Tudo bem?
- Tudo.
- Ah, meu Deus! - eu disse.
- O que foi, Charlie?
- Amanhã eu tenho aula!
Acho que eu não teria conseguido fazê-los rir mais.
— Sou o conde Axel Von Fersen.
Um conde! Chamado Axel! Um militar! Com cabelos negros e olhos azuis! E angustiado! Ah, o universo se superou e iria receber flores.
Não tenho certeza do futuro, mas não estou preocupado. Vou confiar nas pessoas mais próximas de mim e compartilhar seus problemas, como elas compartilham os meus. Vou viver e amar.
Não vou me deixar distrair. Não permitirei que minha mente permaneça naquilo que não é importante. Não vou confiar em ninguém nem em nada. Não serei vulnerável a erros.
Muitas vezes na minha vida eu estraguei tudo. Falei quando deveria ter ouvido. Fui duro quando deveria ter sido terno.
Ontem gastei todo o meu dinheiro e comprei um terreno em Marte. Eis a foto, cedida pela NASA, do meu pedaço de felicidade. Sem gente, sem bicho, sem planta, sem carro, sem computador. Eu e a imaginação vamos morar no vazio.
No infinito. Pretendo não manter mais contato com os tolos, nem com os que habitam minha mente em memórias de estúpidos convívios do passado. Adeus.