Aroldo Arantes
O amor é a dislexia do concreto e a surdez do composto. O amor é a miopia do afeto e a insensatez do bom gosto.
O que realmente importa não tem preço! Não é plausível, nem palpável. As vezes é invisível, e talvez um tanto quanto inaplicável.
Um livro é uma máquina diferente, sem engrenagens, porcas ou dormentes, produz sentido onde não tem, incita doido dormente a pirar de vez.
E pra que medir as palavras se não dá pra dosar o sentimento? E pra que metrificar o tempo se a sua falta ultrapassa qualquer comprimento?
As vezes sou flecha, as vezes alvo, as vezes sou circo, as vezes palco, as vezes sou abrigo, amigo, as vezes eu sonho alto.
Esses ecos teus me fazem bem! São seus olhos que me tomam de verdade, e de tudo mais que possa haver, em ti, em mim e ao meu redor.
Sabe aquele não saber, ultimamente tem ocupado meus instantes, preenchido meus espaços e completado meus segundos. Um teatro vazio e confuso.
O sorriso é a arma que desarma os olhos, abranda os argumentos, desarticula os verbos, despe a alma e acalma os adjetivos.
O bem que espalhas ao vento, será o seu maior sustento, e a defesa mais justa quando o destino fizer seu julgamento.
Que chova amor em mim, e derrame alegria em meus olhos, em seu compor, molhando as palavras e consumindo as lágrimas que a tristeza deixou.
Seja seu, antes de ser de alguém! Não adianta nada se entregar ao outro, quando na verdade você nem sabe quem é!
Se você tem uma semente de amor, cultive-a! Adube bem, com carinho e confiança! O amor é um ramo sagrado, que bem cultivado, floresce.
Sou doce como um néctar, mas sou amargo para alguns sentidos. Sou instável como o verbo, mas mesmo assim, sou afago para alguns adjetivos.
Cada um que cuide da sua própria dor. Cada um que pinte a sua cor. Cada um que adube a sua flor. Cada um que viva, seja lá como for.
Desencavo meus entraves, trovejando pequenos lampejos. Desentravo meus lugares, desejando e querendo seus ensejos.
Não me venha com indiretas tentando inverter o sentido de tudo que já foi dito, eu prefiro mil vezes a verdade do que um carinho fingido.
Me aproximei de tuas cordas, tentando dedilhar os acordes de uma melodia perfeita, mas de repente notei que não precisavas de mim.
Vivemos tanto de aparências, que quando o espelho nos ataca, muitos caem cegos, fulminados pela lâmina da realidade.