Arcise Câmara
Não adianta correr atrás, paquerar um, paquerar outro. O amor acontece quando menos se espera, quanto mais procuramos mais demora, não sei que ligação é essa mas confesso que é a plena verdade.
Não procure por um amor, viva normalmente, seja você. O universo tem olhos e acredite alguém está sempre te observando, observando seu jeito, suas atitudes, seu encanto e você também pode observar à vontade até o cupido atirar sua flecha.
Não abandone a sabedoria e o bom senso e para as mulheres o feeling, se você não gostou, se alguma coisa te diz que não, não insista, vai por mim. Não deixe que a carência transforme um não, num talvez, um péssimo, num vai mudar, vai melhorar.
Não diga sim só porque você está há 2 anos sozinha, ou porque se você desperdiçar essa chance você desperdiçará a última chance da tua vida. Isso é balela. Seja exigente, exija o melhor, se o melhor não vier não se contente com menos, como o melhor vai chegar se a cada mais ou menos que aparece você se compromete.
Eu perdi a conta do número de mimos que ganhei este ano, eu me emociono a falar disso, ganho cds, dvds, caneca, ovo de páscoa, chocolates, vinhos, shambala, jóias, perfumes, cremes, maquiagem, tapetes e uma infinidade de Natura, Top, Boticário e Mary Kay. Sempre fui generosa em palavras e afetos, nada que faço exijo recompensa. No meu ex-casamento não teve lista de presentes porque não gosto do “parecer obrigatório” está no convite de casamento a lista de presente, sei que facilita a vida dos convidados que pensam em te presentear, mas foi a maneira que encontramos para dizer: “não precisamos de presente, precisamos de você para partilhar esse momento de felicidade conosco”. Esses presentes todos vieram fora de hora, sem datas especiais, vieram como forma de agradecimento por um ombro amigo, por uma palavra de carinho e conforto, por um telefonema, um apoio, um conselho. Recebi o vinho, marquei um almoço com 5 pessoas para tomarmos o vinho. Reuni 4 amigos para dividir os quilos de chocolates recebidos. Reuni amigos para sessão cinema após ter ganho dois quilos de milho de pipoca, foi pipoca pra mais de metro. Obrigada amigos por sinalizarem que eu ao menos consigo fazer alguém feliz.
Às vezes o melhor lado da pessoa ela demonstra para estranhos, a pessoa é tolerante com o desconhecido, tolerante com colegas de trabalho, engole sapos com o chefe, engole bois com meio mundo, Mas...
Em casa eu grito, xingo, humilho, me revolto. Com os meus eu não consigo me calar. Com os meus eu não engulo sapos. Com os meus eu não sei contar até 10. Eu sou agressivo, sou mal-educado, sou irônico, sou sincero ao extremo, sou eu. Se o vizinho põe o som nas alturas eu posso reclamar entre os familiares por está ouvindo aquele brega mas não vou brigar, mas se meu irmão põe o som alto, aquele brega não entra na minha garganta e se preciso for quebro até o mini sistem.
Estranho Né! A gente magoa quem está próximo, nos acolhendo, nos amando, nos apoiando, a gente trata bem ou aguenta pessoas que não quebram nem a unha por nós, que talvez nem nos ache qualquer coisa, talvez isso aconteça porque fora de casa existe um holofote te olhando e dentro de casa ninguém está vendo. Fora de casa você é julgado e apedrejado, dentro de casa você é compreendido. As pessoas se sentem seguras suficientes para fazer com os outros o que quiser porque não é politicamente correto ter raiva do pai, da mãe, do irmão, da irmã, não é politicamente correto sentir um amor imenso por um amigo em detrimento ao amor morno por qualquer familiar seu. E aí todo mundo vive e sobrevive como se o amor fosse uma mágica que não importa o que aconteça ele sempre existirá, como se o amor não merecesse ser cultivado.
Em meu íntimo, a amargura insiste em se instalar, será que fui relegada a um plano inferior?
Com toda pachorra eu finjo não ouvir a vozinha que deseja me diminuir. Eu tenho a característica de me adaptar a situações adversas e abraçar com força bons e maus momentos, acho descabido esse tipo de protecionismo as coisas ruins. Quando me sinto assim, gasto a rodo, com disciplina para não meter os pés pelas mãos. Essas fases me deixam inclusas no meu próprio eu, cumprimento amigos e conhecidos, troco meia dúzia de palavras e dou atenção necessária que uma boa educação obriga, mas nada além, afinal não consigo ser ótima por fora estando péssima por dentro, se fosse passar disso, com certeza acabaria me irritando. Pode acreditar que sou grata e sempre soube manifestar minha gratidão por todos a minha volta e tenho esse princípio como altíssima responsabilidade para com os que amo. Quando me sinto muito pra baixo, observo as pessoas que admiro e vem em mim o espírito de imitação, no sentido de ser daquele jeito, ser gentil, amável e cordial, não transparecer minhas fraquezas e minhas limitações, o outro só precisa do meu melhor. A experiência vivida é tão frustrante que causa até inibição num ser tão falastrão. Para fugir de tudo isso, fico farrista e me relaciono facilmente com estranhos, aumentando assim minhas amizades e as trocas de ideias, afinal inibida não é minha forma pontual. Sinto o sangue subir com mais facilidade, às vezes me sinto no automático e isso é terrível e desmoralizante, parece que eu não sou eu e fico dizendo a mim mesma, é uma fase, apenas uma fase que logo logo passa. Nesse estágio fico ruborizada mais facilmente e minhas mãos tendem a suar, dores de barriga estômago aparecem. Essa não sou eu, e não vou acreditar ser no que não sou. Não serei um autêntico poço de complexos de inferioridade, não vou alimentar meu ego de forma tão negativa. Tudo isso sempre passa e vai passar mais uma vez.
Em 10 de março eu fiz um e-mail e encaminhei as amigas mais chegadas e o título do e-mail foi: "2012, acaba logo", nesse e-mail eu relatava a dificuldade de enfrentar 4 episódios tristes. Foram 4 situações que tiraram a minha energia, alegria e paz de espírito, adoeci emocionalmente, fiquei sem forças. Ao mesmo tempo me fingia de forte, colocava um sorriso no rosto de "não é nada demais" ou como no outro episódio que eu chorei por dentro para passar tranquilidade e força a quem estava ao meu redor. Eu fiquei arrebentada física e emocionalmente, os poucos amigos souberam de tudo, das histórias que pareciam surreais, vindas em cascata, uma atrás da outra. Naquele dia eu já tinha desistido deste ano, um ano par, historicamente feliz. É lógico que levei um monte de puxão de orelha porque minhas amigas não passam a mão na minha cabeça e internalizei que o ano mal havia começado para tanto pessimismo. Porém a minha filosofia de vida do momento era "Afasta de mim esse cálice". O tempo passou e mais fatos negativos continuaram a acontecer e mesmo que eu aceitasse o sofrimento como vontade divina era tudo sem entendimento de propósito, a única coisa que me consolava era a fodofilosofia que consistia em tentar enxergar que apesar de tudo tinham pessoas em situações muito piores do que a minha. Eu me imaginava na festa de fim de ano, o esperado dia 31/12/2012, à meia-noite, com uma taça de espumante na mão, ao som de fogos de artifícios e eu dizendo em alto e bom som "2012, já vais tarde!". Depois vieram mais frustrações, pequenos percalços multiplicados pela minha sensibilidade e por fim o falecimento do meu amado vô João Assis que estava super bem na sexta até as 18h enganando todo mundo, a 'melhora da morte'. O que mais me chamou a atenção foi o testemunho de vida de pessoas tão próximas-não-parentes, de uma igreja lotada com uma missa particular e de corpo presente. O meu avô era um evangelizador nato, um homem de muita fé, um Mariano de carteirinha, talvez a única herança genética recebida por mim tenha sido a arte de falar só. Tem o ensinamento do terço, do terço não, do Rosário. Tem o ensinamento de rezar antes de comer, o meu avô era incapaz de botar 1 dedo de pão na boca sem agradecer. Eu por várias vezes pegava "no olho" quando eu insistia em tratar meu avô como velho, eu dizia: paizinho, lembra de mim? e ele me dava a ficha completa das minhas peraltices de menina até os dias atuais, ou quando eu falava ALTO, quase GRITANDO, e ele dizia, fala baixo, eu não estou surdo, ou quando eu insistia em ler algo e ele dizia: já li, diga-se de passagem que antes da cegueira irreversível em um olho ele enxergava mais longe e melhor do que eu. Quando eu era adolescente eu tinha um grande orgulho do vovô, o orgulho dele pedalar de bicicleta pra lá e pra cá. No hospital era elogiado por não ter ruga, uma enfermeira brincando ou não, perguntou se o papai era pai dele, porque o meu pai tem mais rugas que o meu avô. Aos 90 anos, meu avô veio com uma novidade, queria casar, viúvo por duas vezes, queria subir ao altar e não queria menina nova não, queria alguém da idade dele, poderia ser 5 anos a mais o 5 anos a menos, mamãe alcoviteira como sempre já arrumou a vizinha de prédio, chegaram até a conversar no dia do meu aniversário mas não passou disso. O meu avô roubava cena onde ia, e assim foi no dia do meu ex-casamento em que ele foi extremamente elogiado pelo padre como exemplo a ser seguido. No caixão estava de terno, com a bata de Ministro da Eucaristia, a medalhinha do Apostolado da Oração e o terço, fisionomia pomposa de homem elegante e parecia estar dormindo.
O meu cálice aquele que eu estava rejeitando, hoje teve um propósito, diante de mais uma dor eu percebi o quanto me curei de mágoas e ressentimentos, diante de mais uma dor nocauteei meu orgulho, pisoteei no meu ego e esmurrei a arrogância. Diante de mais uma dor eu percebi que apesar de sangrando, meu coração estava puro e contraditoriamente limpo. Diante de mais uma dor senti o amor do meu avô por mim, esse amor que ficará para sempre, esse amor que hoje machuca com a saudade, com o choro, com a dor de cabeça, mas que amanhã será apenas amor fortalecido de boas lembranças, esse amor que não tem botão de on e off, que vai eternizar, que vai sempre existir no meu coração. Paizinho eu sempre vou te amar.
Para mim não existe nada mais cansativo do que dirigir no trânsito caótico e sempre congestionado, está tão intenso e tumultuado que eu indo trabalhar a pé levo menos tempo que indo trabalhar de carro. Azar o meu e decepção também minha por ter a pior calçada do país prejudicando a locomoção. Ainda por cima tem aquelas mesas e cadeira e camelôs nas calçadas, os pasteizinhos sortidos e oleosos, os acompanhados de gastrite e dor de estômago por ter sido frito em óleo tão velho. Eu sempre faço o que bem entendo e recebo as consequências desse desprendimento, inclusive com a falta de saúde por tamanhos abusos gastronômicos. Mais o assunto é importante e nada confidencial, são 3 mil novos carros por mês, 3 mil emplacamentos, o trânsito não suporta, as ruas não suportam, eu não suporto. Chega de tratar de amenidades, vamos tratar de assuntos sérios, urgentes, importantes, precisamos palpitar, pedir audiências públicas para resolver o problema. Como ação de descongestionamento incluíram-se placas de proibido parar e estacionar, no entanto a cidade inteira carece de estacionamento, se é proibido estacionar e não tem estacionamento próximo a indústria da multa e das sanções imperam e quem paga o pato é o contribuinte condutor, estamos muito bem arranjados. Por muito tempo estive sozinha com meus ideais e posso voltar a ficar assim, porque não suporto a ideia de pessoas ficarem tentando enfiar na minha cabeça que estou agindo errado em reclamar, exigir direitos. Tenho o direito de me sentir lesada e prejudicada.
Acho que quase todo mundo já teve uma amiga traíra, aquela própria onça, também amiga da onça, mas como não sou rancorosa...
A vida não pode ser encarada apenas por esse prisma e que nada de achar que a amiga te traiu merecidamente, mas é que as revelações dos acontecimentos fez você conhecer aquela falsa amiga que você confiava tanto. Então, caracterizo como puro aprendizado. Em todas as situações preferi ficar quieta e me afastar, evitei a discussão, a desarmonia. Me afastei de certo modo de um mundo pleno de futilidades. Liguei meu botãozinho no modus vivendi e continuei minha caminhada sem aquela amizade. Depois de tempos e anos você percebe que aquela amizade jamais se encaixaria porque no mínimo seus valores são diferentes e suas prioridades mais ainda, vocês apenas morgavam uma conversa sem pé nem cabeça, um blá blá blá de qualquer ordem. Uma mulher linda, desejável e inteligente não precisava competir com você. Eu tenho alma romântica e é penoso ter esse tipo de alma porque você idealiza sempre o melhor e o mais lindo, o mais perfeito possível e até em relações de amizade você precisa sentir a intensidade de borboletas no estômago. Depois de tantos tombos fiquei cansada, desiludida, dura e fria, não discuti, não argumentei, não disse nada (fuja dessa característica), apenas me afastei porque a vida é uma troca, você salva meus dias e eu salvo o seu. Hoje fico pensando que foi melhor assim apesar de tudo.
As mulheres não são inferiores se estão menos cobertas, se deixaram de estudar, ou se não trabalham fora de casa, ou se quer optar por prazeres físicos incluindo os prazeres sexuais, ou se retardam o amadurecimento sendo as criancinhas da casa. Não estou condenando nem aprovando, estou apenas levantando uma bandeira de que não somos de estirpe inferior por pensarmos e agirmos diferente do que prega a maioria. Tenho mau-humor e fico com voz rascante quando sinto-me julgada por minha atitudes ou falta delas. No frigir dos ovos, eu sou inteiramente responsável por meus comportamentos sem precisar que alguém aponte o dedo. Tenho convicção de que meus comportamentos de alguma maneira atingem quem está ao meu redor. Você não tem argumento nenhum para me tolher. É fácil esconder as próprias frustrações jogando a culpa nos outros, sendo vítima e a recebedora de golpes, ou então atribuir o peso das suas costas em cima de mim. Sou imediata e impulsiva, minhas verdades são absolutas mas mudo de ideia a cada argumento bem vendido. Custe o que custar sou mutante, não sou a mesma de 10 anos atrás e nem serei a de hoje daqui a mais 10. Se sonhei com véu, vestido branco e grinalda além da festa pomposa, hoje tenho outros sonhos não menos românticos, mas totalmente diferentes.
Meu avô está doente e internado do Hospital da Unimed, eu estou tristonha, o que não parecia nada demais até ainda a pouco, está se agravando. Os rins estão parando de funcionar.
Eu não consigo pedir a Deus “Seja feita a sua vontade”. Eu sou muito egoísta pra isso. Eu só consigo pedir a Deus “Cura meu Vôzinho, mantém ele entre nós” e ainda negocio “Poxa Deus! Ele é meu único avô, cura logo, não me deixa aflita, preocupada, ansiosa, chorona, me deixa forte, esperançosa e confiante que tudo não passará de um susto”.
Meus amigos peguem na minha mão e rezem junto comigo, vamos pedir com muita fé pela recuperação do meu vô. Estou com o coração tão apertado, tão chateado, tão confuso.
Primeiro eu analisaria com frieza o que aconteceu. Sem justificativas que todo homem é assim, que a carne é fraca e essas baboseiras que você iguala todos os homens com os piores, como se eles não fossem seres pensantes e conscientes.
Depois eu perdoaria para ter paz no coração e me livrar de pensamentos ressentidos e mesquinhos, mas, no entanto, não a ponto de voltar com a pessoa e passar uma borracha.
Colocaria na minha cabeça que a "sem vergonha" não me devia respeito e consideração e sim meu parceiro, namorado, marido ou companheiro.
Há casos pontuais de homens que se arrependem, mas há muitos casos de homens que traem uma, traem mil.
Já vi homens falando de ninfetas perto das esposas e as esposas rindo como se ser fiel fosse exceção e não regra.
Eu particularmente discordo de tudo isso. Conheço um monte de homens fieis, uma monte de pessoas que respeitam seus amores, suas opiniões, é pra isso que casamos, para amar e ser amada, respeitar e ser respeitada.
Eu acho que a traição masculina em alta tem muito a ver com a impunidade. Eu traio, sigo meus instintos e depois choro e fica tudo certo.
Existem mulheres que tem homens fieis, maduros, legais, honestos, íntegros, trabalhadores, bonitos, amáveis e existem mulheres que tem qualquer “zé esperma”.
O que você merece?
O que você quer pra você?
Porque umas têm BONS HOMENS outras não?
Escolhas e Atitudes! Esse é o caminho.
Fico impressionada como algumas pessoas em nome do amor romântico aceitam migalhas, não estou falando da traição estou falando da falta de lealdade.
Hoje recebi um piadinha preconceituosa sobre católicos e santos e a piadinha se resumia em práticas evangélicas e comparava com práticas católicas e cheia de desdém. Pois bem, quem me mandou a piadinha é evangélico fervoroso e pastor e sabe que sou católica não tanto fervorosa, mas “do bem que mal tem”. O meu dia que já não estava muito bom devido a uma maldita insônia ficou pior logo cedo. Imaginei então que eu tinha colado chiclete na cruz ou precisava ajoelhar no milho. Mas o fenomenal ainda estar por vir. A eu de antes ia partir para a briga e para o ataque. A eu de hoje não cansa sua saliva com explicações e argumentos que de nada vão adiantar. Vale a pena falar que respeito é bom e todo mundo gosta? Vale a pena falar do meu entusiasmo pela minha fé e pelos dogmas da igreja? Vale a pena argumentar com quem tem uma visão fechada sobre Deus, religião e salvação? Não, não vale! Mas se nada disso vale a pena, porque o texto? Ah o texto é para amenizar a raiva e evitar úlcera.
Apesar do pouco tempo como estudante de economia, apesar de ter sido jubilada de uma universidade federal tamanha falta de paciência com o sistema desorganizado dessas universidades, uma coisa pude aprender: Os recursos são limitados. Dói-me ver desperdícios de água como se não fosse acabar nunca, me dói ver lixo sendo jogados nas ruas, nos igarapés, nos rios, mares, me dói saber que a coleta seletiva da minha metrópole Manaus não chega a 1%. Dói-me a falta de educação ambiental, a falta de consciência, a falta de cuidado com a natureza, com o meio ambiente.
Sou chatinha quando o assunto é meio ambiente. Ajudei a implantar 2 projetos na empresa, um trocando o copo descartável por canecas personalizadas e individuais e outro de reciclagem de papel que consiste apenas na separação e a empresa vem coletar o material. As enchentes quase contumazes do Amazonas trás junto a doença e o lixo. São toneladas de lixo recolhidas por dias, são infinitas garrafas pets, vidros e pasmem geladeiras, fogões e sofás velhos despejados no rio. O trabalho de conscientização é quase nulo somado a preguiça de jogar o lixo no lixo. Aqui em casa faço a separação do lixo e a cada sacola cheia deixo no porta malas do carro - teve uma vez que fui buscar uma amiga no aeroporto e o porta malas não tinha espaço para a mala da minha amiga- são materiais lavados e secos então não fede, não atrai bichos nem nada. Fica no porta malas pois assim que vou no Makro já os deixo, pois tem ponto de coleta. Porque não fica em casa até eu decidir ir para os Makro? Porque sempre decido passar quando já sai de casa e lembro que falta comprar alguma coisa. Nada é calculadamente programado. Sou muito livre para essa coisas, às vezes me programo pra ir e desisto, outras vezes não programo e quase sempre vou.
Uma coisa eu tenho certeza, Deus perdoa, a natureza não esquece. Depois nos lamentamos por centenas de catástrofes. São apenas colheitas, péssimas colheitas.
Uma coisa que me tira do sério são pessoas que não assumem o que fazem. Estão sempre certos, cheios de razão maridos que culpam suas esposas por serem traidores, irmãs que se acham vítimas das circunstâncias, colegas de trabalho que te culpam por erros próprios. É difícil não ligar para uma coisa dessas porque fere a honestidade, é mentiroso, desonesto, irreal, é o mal tentando vencer o bem. O que mais me impressiona é que o mentiroso acredita na sua verdade. Traição mesmo, falta de altruísmo, lealdade e bom senso, falta até de educação doméstica. Isso é falta de caráter. Os sentimentos das pessoas devem ser tratados com respeito. São sempre vítimas, eu, mais eu, e são capazes de jurar que você está cometendo uma grande injustiça. Ou a gente se esforça para mudar ou vira vítima desses serzinhos perversos, umbiguistas de plantão.
Você vai lá, dá um recado que um colega de trabalho ligou dizendo que não viria trabalhar e o seu chefe resmunga. Mas pra quê ele resmunga pra você se você apenas fez o favor de avisá-lo. Você chega pontualmente na reunião e ouve seu chefe se lamentar que as pessoas nunca chegam no horário e blá blá blá. No elevador você ouve vizinhos se lamentarem por conta da taxa extra de condomínio, da troca do piso do Hall de Entrada que ficou escorregadio e tantos outros defeitos Por que algumas pessoas insistem em resmungar para quem não tem nada a ver com a história do Brasil, será que é pelo simples prazer de falar mal?
Tem gente que nasceu para agradar o mundo e desagradar a si mesma. Fica infeliz, carrega o mundo nas costas. Tudo que não é espontâneo cansa, pesa, maltrata. Amor não se cobra, não se exige, não se impõe.
Seja você! É melhor ser aceita ou não aceita sendo a gente mesma do que ser aceita sendo quem não somos.
Não alimente carências de ninguém, não dê munição para pessoas se intrometerem na sua vida pessoal, conjugal, dizer e desdizer algo. Não aceite competições, não mude postura.
Não tenha medo de choro, birras, indiretas, beicinho e batidas de pé, tenha medo de ser manipulada, de ser fantoche na mão de quem quer que seja, ter suas necessidades abafadas e reprimidas por conta de atitudes alheias.
Acho um absurdo você ter vontade e anular sua vontade em detrimento a vontade alheia.
Por orientação de Deus e o mundo, resolvi castrar minha gatinha e confesso que estou extremamente arrependida. Joguei dinheiro fora e, de quebra, perdi minha gata. Aproveitei que ela tinha uma segunda cirurgia para fazer na pata e mais 15 sessões de fisioterapia na água e resolvi castrar.
A minha Tiffany morreu, tá uma morta-viva. Eu cortei a ordem natural das coisas, cortei os hormônios, ela só come e dorme, perdeu a danação, perdeu as mordidinhas, perdeu a vontade de correr para a porta e pular nos meus braços, está de uma frieza inimaginável, se acomodou, virou o ser mais preguiçoso do universo. Não é a minha gata faceira, danadinha, enxeridinha, mordedora, estressadinha. E eu confesso que, se pudesse voltar atrás, voltava, voltava mesmo para trazer a alegria e a danação aqui pra casa. Parece um miniadulto, parece que nem respira como antes, tá muito robotizada e eu estou odiando isso.
Hoje fiquei sem paciência ao chegar em casa e constatar que tinha trocentas ligações no meu telefone convencional. Nossa, me deu um piripaque no coração, um pressentimento de que algo ruim tinha acontecido, como se o insistir das ligações me avisassem da urgência em contar algo péssimo, mortal.
Não era nada, apenas a insistência de alguém que quer tudo na hora, pra ontem e que não sabe esperar.
Por falar em telefone, vou citar um exemplo típico do meu trabalho e de como as pessoas precisam de orientação quanto ao uso adequado do telefone. Cada estação de trabalho tem um ramal e um telefone, então cada colega meu tem seu telefone. Se alguém quer falar com um colega específico e esse colega não está, essa pessoa liga e bota o telefone para tocar 20 vezes, não satisfeito liga mais 3x20. O que isso significa? Atrapalhar os demais colegas, algum colega puxa a ligação pra simplesmente dizer, fulano não está. Será que realmente precisa alguém atender ao telefone depois de 20 toques para que o outro serzinho entenda que a sala está vazia, que o colega não está.
Não sou do tipo que muda para agradar, não vou visitar parentes nem meus nem alheios, se não quero e tampouco viajo em tropas. Sou decidida, sei o que quero e como quero, sei me impor mais para os de longe que para os próximos. Apesar de toda independência que minha personalidade exige, sonho com família. Sou uma excelente pessoa, consigo enxergar o que está em volta, me adapto a certas situações, peço desculpas para não criar animosidades, e sei até onde vai meu limite, sei até onde aguentaria recuando caso de imposições contra o meu eu.
Cobranças, exigências, encheções são aberturas que damos aos desocupados de plantão, que cuidam mais da nossa vida que das deles. Confesso que indiretamente abro margens para vez em quando tripudiarem em cima de mim. Só fazem com a gente o que a gente permite e eu ando permitindo muitas coisas. Preciso aparar as asinhas de todo mundo. Fazer cara de paisagem quando alguma coisa acontecer. Virar as costas, ser sempre educada e firme nos meus posicionamentos. Afastar-me do que me faz mal, das manipulações, das cenas, das chantagens, do disse-me-disse, do oh céus, oh vida…
Se a dica veio tarde, só te aconselho no seguinte: Não fale mal da sogrex e nem revele que o motivo de você alugar uma casa de preferência longe, seja ela. Diga simplesmente que quem casa quer casa, que é o seu sonho ter sua independência, cuidar e decorar a casa e blá blá blá. Não brigue com a sogrex, cada vez que ela for entrona, pense que logo logo você estará na sua casa com a sua família. Se o maridex não for (pasmem mas existem muitos homens que não suportam a ideia de deixar as mamis sós e internalizam isso como abandono), quem perde é ele. Nada de ou eu ou ela, se quiser me acompanhe, essas frases demonstram que para você tanto faz ele te acompanhar ou não. Você vai ver que seu casamento vai melhorar longe da casa dela. Enquanto você põe o aluguel em prática seja a melhor esposa do mundo porque mesmo que ele decida ficar com a mãe, em 2 dias ele muda de ideia.
Meu pai nasceu em família humilde, trabalhou muito cedo, com 8 anos morava em casa de família (aquelas famílias que denominam empregados não remunerados de "filhos de criação"), Cadê o meu pai? Está lavando o pátio. Cadê meu pai? Está lavando a louça. Cadê meu pai? Está lavando o banheiro. Cadê os outros filhos? Estão brincando... Mas era filho de "criação" (trocava a criação + trabalho como um mouro escravo por comida mais moradia).
O mais velho de 17 irmãos, quatorze vivos e 3 falecidos como dizia minha vó (meu pai diz com os olhos cheios de lágrimas a cada partida: "meus irmãos furam fila para falecer". Eu só me lembro de 10 filhos porque outros morreram crianças e até bebês, vítimas de desnutrição e 1 de afogamento. A oportunidade de estudar mais que o curso primário ensino fundamental deu condições futuras para a contribuição, e assim, completar a renda familiar e ajudar seus irmão menores a estudar sem grandes sacrifícios. Meu pai começou do nada, única herança genética era o esforço e a força de trabalho. Uma certa dose de ambição, a ambição saudável e benéfica, a ambição dentro da legalidade, a ambição não pejorativa pregada por muitos levou o meu pai a subir cada degrau, jamais esquecendo sua escala de valores. Meu pai pessoa que admiro e amo. É perfeito? Não! Mas é o meu melhor pai do mundo? Pra mim, sim!
Lembro quando fui morar sozinha que sentia todas as noites aquele beijo noturno dado pelo meu pai em minha bochecha, eu chegava a me arrepiar, foram tantos anos recebendo aquele beijo, ajeitando o nosso lençol, rezando na nossa cabeça que é inesquecível, e não dava para deixar sentir aquele carinho mal-acostumado por quase duas décadas.
O papai educou os filhos na surra, no castigo, na palmada e na conversa, hoje talvez estivesse preso por alguma Lei Antipalmada ou de Direitos Humanos, nos explicava com exemplos, com a vida e com as notícias dos jornais, lembro-me de um longo ensinamento sobre a banda podre da polícia e o quanto a sociedade padecia com tais comportamentos. Lembro também dele tentando me explicar a diferença entre idealismo, radicalismo e fanatismo. Era o melhor professor/pai de todos os tempos.
Por muitas vezes eu me perguntei o porquê eu não tenho a garra do meu pai, adoeço por tudo, basta 3 horas debaixo do sol, mesmo com ventilador portátil, bloqueador e guarda-sol para ter febre e moleza no dia seguinte. Quase sempre me encontro em exaustão, proporcionalmente recebo de brinde um sono profundo em estado delicioso, talvez o Nirvanah que os budistas falam. Segundo a minha mãe herdei seu gênio forte. E que gênio! Por favor, não paguem pra ver!
Meu pai leu em algum lugar que banana prolonga a vida e na casa dele pode faltar tudo, mas banana não falta, é vitamina de banana pela manhã, banana misturada na comida no almoço, banana de lanche e banana com banana, ainda bem que é minha fruta favorita, é automático pensar no meu pai comendo banana quer frita quer in natura.
Apesar de escritório físico meu pai trabalhava em casa. Meu pai oposto da minha mãe, por ela não nos aventurávamos no jambeiro do meu avô, não nadávamos, não andávamos de bicicleta e tampouco de skate, o papai conseguia quebrar a superproteção da minha mãe e brincávamos com terra, de manja, lembro-me de todas as manhãs brincar com toda a família de 5 as 6h, agente acordava cedo e ia para a antiga bola da Suframa correr e respirar ar puro, evitava asma segundo o papai. Lá íamos na nossa Brasília Azul, cantando "não corra papai não corra, estou esperando você não corra papai, não corra, não quero nunca lhe perder".
O Papai sempre nos criou em uma relação de iguais, eu o chamava de tu e minha irmã sempre o chamou de Senhor Irineu, aprendeu com a empregada que o chamava assim.
Lembro de uma vez que o papai levou um balde de sorvete para o Dom Bosco, isso porque o dia das mães tinha todo um glamour e o dia dos pais era superfanta.
Eu tenho as melhores recordações do meu pai na infância e hoje adulta me sinto amada cada segundo.
Pai, eu te amo!
Tenho muitas histórias loucas pra contar, quantas aventuras já vivi com minhas amigas, cada uma delas tem seu apelido carinhoso, o meu é Beleia Velha, eu sou, vamos dizer assim, a líder do grupo, defendo ferrenhamente alguns preceitos sobre nossas aventuras presentes e futuras.
Programamos dvd com pipoca, programamos sair pra comer sashimi (amooo), programamos filminhos no cinema e às vezes não combinamos nada e as coisas acontecem quando a gente menos espera. Eu fico muito feliz por ter amizades sinceras e duradouras. A cada dia percebo o quando nossas amizades vêm amadurecendo, são amigas de boa alma. Tem a complexada, a recalcada, a cheia de problemas, a feliz e a falastrona, cada uma ajuda as outras. Temos a ingenuidade de crianças, a carência de mulheres solitárias e a dedicação de um apaixonado. Cada uma completa a outra, cada uma preenche as deficiências da outra naquele momento, uma por todas e todas por uma.