Arally Pontes
Impressionantemente a Mulher sofre por tudo e pra tudo. Curiosamente a Mulher é o ser mais forte e persistente, e ao mesmo tempo frágil e delicada. Admiravelmente a Mulher conquista espaço, ganha confiança, se firma e afirma que existe pra brilhar.
Nem tudo o que se diz é o que se pensa. As vezes pensamos menos do que falamos e falamos mais do que devíamos.
Sobre a morte: não tenho medo, tenho temor. Sabemos que todos têm sua hora, mas nunca se sabe quando é a "hora". A morte é a única certeza da vida, mas é tão incerta que nos surpreende. Morrer é uma palavra forte demais, para se usar quando alguém passa para o "outro plano", entendo que morrer é deixar de existir, e como se faz pra matar alguém dentro de nós? Como se faz pra matar o amor que fica, as lembranças, a poesia, o sorriso, o legado de alguém que amamos e que se foi? Por isso eu temo a morte, porque tenho medo de morrer para as pessoas que amo. Eu não quero "morrer", quero apenas que chegada a "minha hora" eu parta para um "plano melhor".
Nossos dias...
Ontem eu te conheci,
Ontem provei seu amor
Ontem você me fez feliz
Ontem você me realizou
Hoje, eu te perdi
Hoje você me deixou
Hoje estou infeliz
Hoje não sei mais do amor.
Amanhã outro dia será
Amanhã não quero mais essa dor
Amanhã se você voltar
Não te darei o meu grande amor.
E depois se quiseres me amar
E depois quando falta sentir
E depois quando o dia raiar
Não sentirei mais nada por ti.
Esperança de reencontro
Você saiu sem se despedir
Fechou a porta sem permitir
Que eu te desse o beijo de toda manhã.
Foi tão rápido,
Foi tão prático,
Quando eu me dei conta estava sem ti
A minha alma querendo partir
E um vazio devastando meu coração
Parei pra pensar,
Pensar em você
Mas pensar o quê?
Se decidisse partir e me deixar
Deixar a sonhar com o dia da sua volta
Com o abrir daquela mesma porta
Que você saiu sem se quer me olhar
Hoje sigo sem “eira nem beira”
E o que me sustenta é a única certeza
De que um dia você voltará
De braços abertos querendo ficar
Porque um outro alguém não soube te amar
Espero esse dia com ansiedade
Pois sinto por ti uma grande saudade
E amor como o meu não vai encontrar.
Cidadezinha do interior
Oh! Linda cidade
Que sorrir no amanhecer
Eu lembro e sinto saudade
Da Terra que me viu crescer.
Que vontade de voltar àquela terra
De subir aquela serra
De ver o sol nascer
Quero ver o nhambu piar
Nesse dia que eu voltar
A minha infância alvorecer.
De manhã tomar banho no rio
E a noite sentir o frio
Que padece o entardecer.
Amor Demasiado
O que eu faço sem você
Se em meus olhos dá pra ver
O tamanho do meu amor
Não posso mais agüentar
Não consigo mais controlar
Esse sofrimento, essa dor.
Preciso de uma luz
Pra suportar essa cruz
Que é você sem me amar
O que eu faço sem você
Se para te esquecer
Eu preciso me esquecer
Não te amar é impossível
Te amar é inadmissível
Porque você só me fez sofrer.
Ainda não sei o que é o amor
Ainda não sei o que é o amor...
Não, por não saber seu conceito,
Ou por não tê-lo sentido,
Não por desconhecer seus efeitos,
Ou por passar despercebido.
Ainda não sei o que é o amor...
Não por ignorá-lo,
Ou por ser ignorada,
Não por procurá-lo
Ou ainda não tê-lo achado.
Ainda não sei o que é o amor...
Não por ter sido ferido
Ou por haver esquecido,
Não por estar entorpecido,
Ou por não tê-lo querido...
Mas simplesmente por não tê-lo vivido.
Cérebro
Embaixo do meu chapéu existe um mundo
Cheio de certezas e incertezas
Existe amores e desamores
Alegrias e tristezas
...
Embaixo do meu chapéu
Trago minhas virtudes e vontades,
Meus anseios e adversidades,
Trago um mundo sem vaidade
Que não sei descrever de verdade
Mas que na verdade sei que existe...
...
É meu mundo e nele vivo
É o infinito que posso alcançar
Porque no mundo em que sobrevivo
Só tendo o próprio mundo para sonhar.