Apollo, o Poeta
Ela me deixou igual o Belchior em "Todo Sujo De Batom"
Patricinhas vestem Carmen Steffens, Louis Vuitton...
Mas o que ela gosta mesmo é de vestir meu moletom,
Ficar louca e beijar minha boca embaixo
do edredom
Meu coração se dividiu em irresoluta equação
Milhões de escolhas de uma única opção:
Seguir em frente sem temer.
A vida é uma irônica rainha, com as cartas sobre a mesa e o coringa na mão...
Surpresas a cada esquina, uma rua sem saída ao fim do quarteirão
Me perdoa, mesmo se eu não me arrepender
Me perdoa, se eu não souber o que fazer
Me acolha, se a vida é mais do que viver de escolhas...
Virar a página ou rasgar a folha?
Lúdicos e empíricos
Meus poemas são sarcásticos
To' sem sacos plásticos
Pra recolher os corpos
que são mortos
pelo tático
O tráfico é um mal cármico
A miséria e a violência
É um reflexo nítido
Da escravidão de Séculos
Carrapatos de gravata e sapatos
Defecam como patos na piscina de ratos
Os pobres não tem pratos, os pretos não tem pratas
Políticos tem pactos, suas almas são opacas
"Onde vamos parar
Se o respeito for trocado pelo pré-conceito
E se as pessoas perdem seu direito
Por não saberem dialogar ?