Antony Valentim
O orgulho é o inimigo mais ferrenho do ser humano, e curiosamente, o que se apresenta da forma mais bela e vivaz possível.
Há momentos em que, diante do evidente orgulho, teimosia e ego de outrem, a melhor de todas as opções é o silêncio. Mais tarde, quando tudo passar e o bom senso imperar novamente, as palavras farão mais sentido.
Nos definirmos como seres espiritualizados é só marketing quando, ao mesmo tempo, falamos mal das pessoas (“mereçam” elas ou não), somos tomados por cólera, ignoramos as próprias dívidas e lições kármicas, desconhecemos nossa missão pessoal de vida e ignoramos o fato de que só evoluímos quando entendemos que todos somos um (logo, se agrido o outro, é a mim mesmo que estou agredindo).
Em um negócio, é inaceitável que um projeto iniciado seja simplesmente abandonado só porque um dos membros do grupo concorda ou discorda com alguma coisa. Empresas de sucesso fazem o planejado, ainda que um ou outro membro da equipe discordem.
A tragédia de uma empresa ou negócio está em se eleger um líder que toma decisões deixando claro que ele administrará conforme seu conhecimento, experiência e feeling, e, tão logo ele comece seu trabalho, suas decisões são questionadas. Ou se escolheu o líder errado, ou o posicionamento de quem interfere em suas decisões é retrato de imaturidade.
Em tempos de startups disruptivas chegando com tudo para estremecer modelos de negócios de empresas já consolidadas, decisões ousadas não são boas ideias: são questão de sobrevivência. Ficar apenas observando ou contando com a boa imagem da reputação, custa mais caro do que tomar decisões radicais imediatamente, sempre, é claro, de forma bem estudada e planejada.
Quando alguém quer se enganar - por teimosia, apego ou ego - nenhum argumento racional ou academicamente correto, fará efeito. Para quem deseja apenas provar que está certo, não há limites no enredo.
O tempo é um recurso individual tão escasso, que eu só emprego o meu onde eu tenha absoluta certeza de que o solo e as sementes são boas. O fruto pode ser apenas hipótese, mas a semeadura, jamais.
Se os amores já se foram, se vá também. Há outros olhares, outros sabores, outros cheiros, outros abraços, outras linhas de futuro que podem ser mais bem aproveitadas como oportunidades.
Não coloquemos a culpa no outro quando a responsabilidade do karma é nossa. Em casos assim, o outro é apenas instrumento da lei que nos convida a repor a verdade onde ela foi violentada no passado.
Famílias não se reúnem no mundo por acaso. Se temos parentes difíceis, é porque nós mesmos contribuímos com o distúrbio daqueles seres no passado de outras vidas. Hoje estão ao nosso lado exatamente para que suportemos com paciência e resignação aquelas presenças, e sirvamos de exemplo, sem revoltas inúteis que só colocarão os mesmos personagens juntos novamente em vidas futuras. Quem acha que se afastar da família difícil é solução, está apenas demonstrando enfermidade na alma e imaturidade no coração. Qualquer pessoa que estuda espiritualidade séria, descobrirá isso. Quem crê se achar vítima da família difícil, habitualmente é o ser imediatista que ainda não conseguiu compreender que a vida é mais do que a encarnação presente. Estamos no seio familiar exato dentro do que nossa alma precisa para se ajustar com a lei de causa e efeito.
Não queira impor sua verdade a quem não está disposto a aceitá-la. Cada pessoa tem seu tempo, seu momento, uma história reencarnatória, um nível de evolução e entendimento, uma linha de crença e um grau de flexibilidade diferente. Respeitar a opinião alheia é essencial, principalmente quando não concordarmos com ela. Golpes verbais na direção de quem tem uma visão consistente sobre alguma coisa, não mudam a opinião de ninguém. Deixe que cada um viva sua própria experiência, sem críticas ou ridicularizações.
Quando as pessoas pararem de olhar para o Tarot como pobre instrumento de adivinhação de futuros prontos (que não existem), e entenderem que as cartas devem ser vistas apenas como ferramenta de aconselhamento e esclarecimento para a tomada de decisões - já que essas sim constroem o futuro - todos se frustrariam menos.
Futuros prontos não existem. Existem tendências, forças regentes, tempos de vida com essa ou aquela característica de dificuldade ou de facilidade. Mas achar que o destino seja um filme pronto em que basta acelerar a mídia para ver o que acontece adiante, é garantia absoluta de frustração. Só somos marionetes quando queremos ser.
Se o seu interesse ao fazer uma consulta de Tarot é obter uma receita pronta de um destino imutável em que o próprio Tarot tome todas as decisões por você, e ainda esperando que as coisas boas aconteçam com você mantendo os braços cruzados e apenas esperando a situação cair no seu colo, aceite meu humilde conselho: não torre seu dinheiro com esse tipo de ilusão. Tarologia séria não tem nada a ver com isso.
O futuro se constrói com decisões e ações. Cada escolha leva a um caminho e a um destino. A questão é entender qual é o nosso real range de escolhas para não criarmos expectativas ilusórias demais. Querer o que não se pode, é desperdiçar o pouco tempo que se tem.
No dia que as pessoas compreenderem o poder supremo que há em se ter acesso ao próprio contrato reencarnatório decodificado, e agirem de forma consonante a ele, o efeito manada não fará mais vítimas e nem causará mais frustrações baseadas na crença de que tudo funciona igual para todos.
Cuidado com a busca de conselhos em vários tarólogos, esotéricos, místicos religiosos ou videntes. No fundo, você sempre saberá o que precisa ser feito. Aceitar ou não sempre será resultado do embate entre consciência e ego. Buscar conselhos místicos para alimentar o próprio ego, é como trabalhar para entrar em um perigoso universo de ilusão.
Se você for testar diversos tarólogos para escolher um em quem possa confiar, preste atenção naquele que vai te dizer o que você não quer ouvir. Geralmente, é o que mais faz valer o seu tempo e o seu dinheiro.
Quando alguém se cansa de levar bronca em um processo de evolução pessoal, é porque ainda está muito distante da disposição de se burilar. Afinal, não há burilamento sem a dor de encarar as próprias mazelas.
Muitas são as técnicas e ensinamentos disseminados que orientam ilusoriamente como eliminar karmas ou mudar os contratos reencarnatórios mais difíceis. É que o ser humano vive sedento de qualquer coisa que dê a ele a esperança de poder fazer uma mágica para se livrar da parte mais difícil da vida sem o óbvio esforço da mudança comportamental dentro do que o levou a um contrato difícil.
Uma das maiores tragédias pessoais de uma pessoa começa quando ela tem o primeiro pensamento no sentido de prejudicar profissionalmente a outrem. Sem saber, começa ali um perigoso pacto com a morte, que, via de regra, mata os próprios sonhos pessoais.
Há muita hipocrisia no meio esotérico. Entendendo o ramo como um “mercado que dá dinheiro”, é onde se registra o maior número de lobos em pele de cordeiro. O problema não está na remuneração por serviços prestados, mas sim, na incapacidade moral de ajudar pessoas com verdadeiro amor, ou na fatídica impotência de se pregar uma coisa e se fazer outra.
Uma nação próspera é aquela que compreendeu que todo trabalho precisa ser remunerado. Quem acha que há real vantagem em se viver de favores, está é enxotando a prosperidade da própria vida.
Sua vida pessoal, seus planos, seus projetos, sua missão, destino, valores, desafios, dramas e carmas, são temas mais importantes para você do que a vida alheia. Trate-os como tal e perceberá em si uma maior capacidade de alcançar realizações e plenitude. Ao que cuida mais da vida dos outros do que da própria, só resta frustração.