Antonio Montes

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ARDIDO GOSTO

Destampa a tampa preta e cheira,
cheira o cheiro da pimenta malagueta
... Ardida picante, coisa louca na boca.

Verdadeiro mal gosto de gosto...
Pelos sentidos, sentidos nos ouvidos
estonteante, ardido, atrevido.

É... Não se acanhe com essa lagrima...
passe a língua, pegue o gato se arranhe,
esta com saudade de mamãe?

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

AS PRAGAS

Seu Stenio...
se não for abusar da amizade
o senhor me traga da cidade...
Um vidro pequeno,
cheio e veneno?!

É para eu aqui, matar as pragas
que tragam com atrocidade
tudo aquilo que plantei.

Estão sucumbindo toda lavoura.
Já terminaram com as beterrabas
agora, destroem minhas cenouras.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

MAR E BRUMAS

Pintei o mar colorido
de vermelho como sangue
um oceano rebojo e revolto
outra hora, um mar morto
com triângulos e brumas...
E um desande que se expande.

Então pintei como folha
em tons verde de esperança
um mar com andas e bolhas
saltando pelas longas praias
como se fosse criança.

Ai, colori de azul
assim, igual as cores do céu
e com a sua mare cheia
as águas em aranzel
as espumas nas areia
e suas partículas ao léu.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

VARREDURA

Que as vistas... Invista
com troços e o binóculo
n'aquilo que esta por baixo
ou naquilo que esta, por cima da pista.

Que na mira, passe o pente
com óculos ou sem óculos
para traz ou para frente
assim como o ato de invólucro.

Não como se fosse um pêssego
ou um pente sem dentes, vesgo...
Escravo manipulado com seus apegos
na fricção repentina dos seus dedos.

... Mas de repente aqueles pente fino
dos olhos de tiros, de uma águia gaga
que com seu voou, arrasa e extravaga,
não passa despercebido ao olhar do menino.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BRASEIRO

Quero tinta, tinteiro
para escrever ao mundo inteiro
colorir, esses desejos de amor.

Assim, tão puro e verdadeiro
vou rascunhando toda a felicidade
e atirando ao léu, toda forma de dor.

Não quero com isso...
Escrevinhar a tão falada esperança
e pontuar a verdadeiro botão de flor.

Com firmes pinceladas de confiança
desenharei orvalho e amanhecer do labor
e a goteira do oitão, serenando o coração.

Quero tinta, tinteiro
braseiro de um corpo inteiro
a queimar a volúpia de minha paixão.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BIELA DO TEMPO

Bate sol, sobre janela
em amanhecer tão lindo
luar de luz, pura e bela
sorrir ao dia surgindo.

O galo no seu terreiro
bate asas a cantar
com ar magico faceiro
puro límpido respirar.

Pássaro no alto galho
canto e suas notas
farra em seu farfalho
maestria com chilrear.

Piaba lá no riacho
salta alegre ao navegar
marinheiro é macho
sereia sabe encantar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

BENEFICIO DO FIM

A morte perdeu a fala
em meio a sua mimica
fez careta a sua dor,
e com gestos e protestos...
Fez a sua despedida
aterrando-se ao lado
escuro da vida.

Às vezes a morte vive
... Vive para ser...
explorada, aclamada
tilintada pelos dotes da vida
ou para comemorar os bens
que não levaste com seu
ultimo suspiro.

Outras vezes...
para ser lembrada, relembrada
marcada pelo dia do fim...
Ou demarcada ao tempo
em que esteve aqui.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CABEÇA DE ALHO

Estou de olho e até surpreso
com a cabeça de alho
às vezes, eu fico preso.

Ela não coça a carcaça
e nem, carrega piolho
não embaralha o baralho
nem se deixa de molho.

A cabeça de alho, é a cabeça,
que se o povo tivesse...
Não teria encalhos
não armaria arapucas,
com as suas deixas
e nem pregaria talhos,
com suas madeixas.

O povo...
Não tem cabeça de alho
e vivem a se embaralhar
com seus reles baralhos.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CABEÇA DE VENTO

Cabeça de vento
voando aos sonhos
não pousa em seu tempo
nem vive tristonho.

Vaga aos sorriso
sem que sem pra que
com pouco juízo
sorrir pra valer.

Cabeça de vento
não pensa em mandões
não vive atento
e faz seus bordões.

Não preocupa com voto
nem com o amanhã
vive o hoje devoto
o seu tempo é divã.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

HOMOCROMIA

Ao comando de uma voz...
leva se elevas e galga, léguas
atira se atira e arranca as tiras
projeta flecha nas fresta e nos caminhos
assina e determina a própria sina
sacode as ordens as desordens...
Ativa o tino dos assassinos

Ao comando de uma voz...
Atira-se ordens voraz
projeta dardos do sul ao norte
desperta pesadelo e a peleja
edifica favas, e as igrejas
passa, calote e o trote
e acorda o ódio, para morte.

Ao comando de uma voz...
Se ama se esgana, engana
ganha grana edifica gana
bota carranca e desengana
voa livre, e perde as asas
se tranca nas trancas da casa
aperta se aperta e se esgana.

A voz... Determina os fortes
recebe os bons e os fracos,
não burla os ventos...
Mas comanda pensamentos
polui todos os sentimentos
e camufla obedientes no saco.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CABELOS

Cabelos tê-los, sem apelos
com cascos,todos cheios
despachando,belos zelos
sem permeação dos meios.

Solto... Aos ventos espatifados
amarrado com fita, penteado
feito cocó,estiradas tranças
esbanjando simplicidade
ou esperança de uma criança.

Cabelos ao tempo na tinta preta
cabeça descabelada sem nada,
despenteada lenta,aos ventos...
Caretas palhaços rindo voando,
no tempo tudo, no mundo, fado.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CARCAÇA DE OSSO

Carcaça de osso
de uma vida ferida
colosso da morte
uma alma dividida.

Alma; degusto da vida
peregrina da manhã
choro de uma partida
lagrimas sobre o divã.

Carcaça de osso
em um crânio furado
viveu sem colosso
por caminhos errados.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CARLOTA

... Carlota de roda
que roda ao rodar
Voando por baixo
sem asas no ar.

Com odômetro que marca
esmurrando seu tempo
agrega quilometro
sem nunca voar...

Carlota de roda
faz vento e soprar
saudade, levou pra lá
sem nunca chorar.

Já levou o amor
no passeio do amar
maltratou, confortou
já correu, foi buscar.

Carlota de rodas
já fez meu sorrir
com essas margens florida
avistadas daqui.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CARNAVAL NO QUINTAL

Carnaval no meu quintal...
desabrocha flor, e troca pólens
frutos maduros, sucos, goles
triturados, sustenta a vida
de muitas barrigas, mole.

Aos ventos, farfalha folhas
e enche os olhos com as cores
d’aqueles que lhe convir,
filtra enfim o ar impuro
de um coração e como rolha...
ninam os sonhos ao dormir.

No meu quintal o carnaval...
é feito por asas aladas
cantos que, no entanto encantam
em seus cantos... As passaradas.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

INQUIETUDE

Vejo todo mundo do mundo
... No fundo do posso:
Ouço vozes inocentes
com sentimentos atrozes...
implorando sonhos:
Em meio a leões medonhos.

A mala dos desenganos
esta carregando planos
tanto grito por nada
tanto choro! Enxurradas...
Desperdiço de lagrimas
tanto contos... Fadas.

Vejo para onde vai o mundo:
Seus destroços... tanto ossos!
Se transformando em fossos...
Perderam a medida do sal
tudo esta, indevidamente insosso.

As promessas...
Não manterão as pilastras
moedas, não comprarão o sol
quanto custa a torre de babel...
A realização do grande sonho,
um pequeno pedaço do céu?

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

UMA PENA

Com uma pena...
Escrevia um poema
o poeta do tempo,
os olhos dos sentimentos...
Registrava o presente
ressaltava o passado,
destrinchava os galhos
de um amor confinado.

Com uma pena...
esboçava as tristezas
inoculava o amor
dava cor a beleza
expressava a dor
e as ordens da realeza.

A pena, que esboçava rima
registrava ira o alto estima
assinava sina
esvoaçava a sorte...
o óbito a morte
planava pela imensidão
demarcava o sul
rascunhava o norte.

Com uma pena, uma pena
... Aterrorizava o forte
o poeta e seu tema...
refletia as contendas
registrando o milênio
apenas com uma pena.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

OCULTAR-SE

O papagaio na laranjeira, meu amor
no sol, estava maroto, e na cor verde...
no ato em que me viu, se camuflou.

Eu ainda avistei o farfalhar das folhas,
era outono, e os galhos sem cachos
estavam, despido de alegria e amor.

Sem flor, aquele verde papagaio de soslaio
assim que me olhou, gaguejou e se camuflou.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ACIDEZ

Quando aporta em minha porta
com suas perguntas,
atrás de respostas...
Tem gente que não se importa
outras, simplesmente dão as costas.

Todavia a mim, importa...
os desfecho d'essa vida torta
o amargo d'essa torta,
nem todos gostam...

A falta de rumo
a barriga vazia
o ruído da broca
o estrago do dia,
as agruras da vida...
nunca estão de partida!

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DE MARIA

Enquanto a ladeira do morro descia
Maria crescia, Maria corria,
saltitante saldava o povo e dizia
bom dia! Bom dia...

Maria dava bom dia e sorria
Ladeira abaixo descia
toda feliz a cantar
o povo do lugar aplaudia
... Maria vai encantar.

Maria já bem crescida
aos passos.galgando o declive
as luzes do morro acendiam
e os olhos com risos nos rostos
alegria, alegria... Alegria.

Maria fazia folia
Maria dançava de dia
era samba no pé era bamba
de salto e do alto olhava
por cima do ombro sem tromba
Maria agora namorava.

Um dia...
Maria virou mulher
cresceu o ar de sua graça
dava passadas na praça
Maria toda empinada
até parecia uma garça.

Amou e casou por amor
tão logo teve a sua cria
cheia de alegria e dor
o conforto desconfortou
Maria na chuva tremia.

O morro molhado desabou
e passou reto pelas curvas
e o povo gritando... Que horror!
Meu Deus, meu Deus nos acuda!

O sol raiou no amanhecer
em seu clamor, Maria entristecia
Maria então chorou
com lágrimas de chuva que corria
pelo quinhão,
pela vida que não tinha
Maria sabia, Maria sabia...
Que viver, todavia valia.

Inserida por Amontesfnunes

TINTA E PINTA

Maria da tinta
que pinta...
Pinta uma pinta,
uma pinta de tinta
ela pinta com tinta.

Pinta, trinta,
cento e trinta
com pinceis e rolos
com paletas e trinchas.

Maria da tinta
todavia distinta
pinta com a tinta
a sua pose e pinta,
Maria da tinta
pinta.

Antonio montes

Inserida por Amontesfnunes

ARPOAR

O meu barquinho de papel
sem rumo, se foi ao vento
nas nuvens do mar e do céu
remando pelos sentimentos.

Plainou pela imensidão
no fluxo com pétalas de flor
barquinho, esse meu coração...
navega no pulsar do amor.

Sem vento, parou no tempo
e no cais d'essa tempestade
ancorou meus sentimentos
na proa da densa saudade.

Então, joguei a tarrafa no ar
para afagar o peito meu
peguei, paixão com amor
nos beijos que você me deu.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DE VEXAME

Ame e de vexame...
Escreva nas nuvens
pinte seu amor no arco-íris
ao vento...
Se molhena chuva
sem guarda-chuva,
viagem o tempo todo
em sentimento
sorri, sorria ao momento
grite alto ao palco da vida
sonhe pelos pensamentos.

Faça versos à janela
sinta não estar sozinho,
desencante aos braços d’ela
cante como passarinho,
encante com seu voar
no jardim todo orvalhado
semeie flor em seu amar
e desabroche de amor
e tenho o mundo
em seu sonhar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ESTABELECER

Eu quero esta com você...
Assim como a sua sombra
a sua corrente da alma
sua água corrente, sua onda
a musica em sua banda.

Eu quero esta com você...
Ser as pétalas da sua rosa
as folhas de todo verde
os espinhos de suas hastes
o copo da sua sede.

As marcas de todos os rastos
as margens do seu caminho
o pulsar da sua vida
o medo em seus cantinho.

As areias da sua praia
poeira do seu deserto
a distancia da sua esperança
a felicidade do seu perto.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

CONTRAPARTIDA

Com seu gosto e sua tinta...
você pintou o meu rosto,
que desgosto, essa pinta!

Ver esse rosto, todo tingido
seus olhos blues, fingidos
quantos fados, o seu olhar atiça?

Os passos meus no contra passos desse amar
nesse terço n'essas pedras, não sei bailar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ESTÁGIO

O amor, quando jovem... Criou asas
Ainda criança, saltou de alegrias
Plainou pela imensidão dos ventos
voou pelos espaços do tempo e transbordou...
Nos afincos dos seus sentimentos.

Cheio de garras...
O amor se encheu de esperanças,
aconchegou-se em seus chamegos
e jogou a toalhas dos seus medos.

O amor amplo, desabrochou seus segredos
e debruçado no degredo dos seus consolos
se encheu de anciã, se vestiu de duvidas
e desvirtuou-se na incerteza do amanhã.

O amor já ancião... Agora apita,
apita como se fosse um trem
pelos trilhos da sua saudade
pelos buracos de sua recordação
pelos tempos das vaidades
pelos abraços e apertos de mão.

Antonio montes

Inserida por Amontesfnunes