Anne Moseley

Me culpo por não querer deixar passar, por prender isso a mim, por acabar escravizando a mim mesma.

Não tem como sentir falta de algo que nunca tocou, algo que nunca foi seu.

As minhas duas armas estavam apontadas para ele.
As trilhões dele estavam apontadas para mim.

E o que falar dessa vida que só gosta de me dar tapa na cara?
Querida por favor, mude de lado pois esse já está muito vermelho.

Nós dois estávamos como loucos famintos.

Eu o amava...
E agora era tarde de mais para mudar isso.

Em uma vida inteira de perguntas, todos os dias eu tinha respostas.

As perguntas eram tão confusas que elas mesmos precisavam de perguntas. As repostas eram tão confusas que precisam de observações.

Meu coração era como um sapato que tinha acabado de sair da loja. Novinho, brilhoso, cheiroso. Ele era um sapato feliz, até que um dia chegou alguém e pisou... Pisou, pisou, e de tanto pisar acostumou e agora não para mais. Agora ele não é mais sapato feliz, anda por lugares sujos, está gasto, tá cansado. Cansado dessa vida de pés que só o sabe pisar e usar.

Eu só queria mudar meu jeito de pensar, mudar minha mente.
E agora a transformei nesse breu que tá agora.