ania lepp
...um barco no mar, eu na vida, estranha, a passar...um barco a vagar, e eu vivendo, tentando me achar...
Você nem viu a dor, a máscara que usei... O rosto, a lágrima que enfeitei...(trecho do poema O toque que eu dei)
Leva-me para onde vais,
Leva-me em teus voos,
Eu quero deitar sobre nuvens
Afagar teu pensamento
E contigo viajar...
(trecho do poema Leva-me...)
"...meu querer é assim...Um céu de estrelas e lua...Um cheirinho de magia...Um despertar de desejos que tremulam em mim...(trecho do poema Meu Querer é Assim...)
Horas mortas...
Será que naquelas horas mortas,
aquelas de solidão ( solidão que até tu tens),
consegues ouvir os gritos da minha solidão
que chama por ti?
Então, retorne sobre teus passos e me faça
de novo sorrir...
Lembranças são sombras
que perseguem...que não se afastam...
que arrastam de volta,
não deixando esquecer...
...o silêncio brinca comigo...me alucina...solta meus medos num grito vazio sem eco...sem nexo... na solidão dos meus dias sem você..
Nem Sempre...(soneto)
Nem sempre os dias são de azul imenso
E nem todas as noites, enluaradas
Há dias tristes, de cinza chumbo, intenso
E noites de trevas, luzes apagadas ...
Nem sempre a brisa recende a incenso
Nem estrelas brilham enfeitiçadas
Há vezes que até o ar se torna denso
E as estrelas, se escondem, atordoadas...
Os ventos, nem sempre, são alvissareiros
Não conseguem ser, só bons mensageiros
E o sol, nem sempre, o frio da alma, espanta...
Manhãs, as vezes, nascem com nevoeiros
Modificando todos os roteiros
Dos sonhos que o coração, acalanta...
Dói-me demais...
Dói-me demais a saudade
de beber teus sorrisos,
de me refletir em teus olhos,
de me embriagar no teu cheiro,
de me esconder entre teus dedos...
Dói-me demais a saudade
de te habitar...
De vez em quando...(soneto)
De vez em quando vem a saudade
De um tempo que era só de nós dois,
Quanto carinho...quanta ansiedade,
Toques ...beijos...e o gostoso depois...
De vez em quando vem a lembrança
De mãos a procura...louca urgência
Em lençóis de seda... nossa dança,
Saciando...um do outro, a carência...
De vez em quando, ainda, sinto no peito
Tua ausência...insana vontade de te ter
Aqui...preenchendo o vazio do nosso leito,
E noite a fora, no teu corpo, me perder...
De vez em quando, mas não tem jeito,
Eu juro que tento, de você, esquecer...
Ainda tua lembrança...(soneto)
Há no ar certo cheiro de maresia,
Na bruma, toques de irrealidade,
Na brisa, um tanto de nostalgia,
Em mim...solidão, fragilidade...
Nas ondas, um vaivém de melancolia,
No horizonte, laivos de saudade
Sentimento, que as vezes, acaricia,
Em outras, traz dor e infelicidade...
Nas pesadas nuvens, um tom cinzento,
No imenso mar, sonhos naufragados
Na branca areia, pela espuma, espalhados...
Olhar ao longe, na direção do vento,
Na alma, mágoa e desesperança,
No coração, ainda tua lembrança...