Ângela Beatriz Sabbag
Ainda estou em construção, pois enquanto há vida sempre existe a possibilidade de mudança de prioridades, de conceitos, de preferências, de ânimo...assim é que na maior parte do tempo, só mas com o coração tranquilo, com a vida numa boa e sem procurar ninguém para estar ao lado só para ocupar um lugar. O que tiver que ser será, não posso escrever a minha história, tenho no mínimo o livre arbítrio para fazer escolhas. Gosto muito e de verdade de estar comigo, não me entedio, muito pelo contrário, vivo momentos que talvez não pudesse experimentar ao lado de outra pessoa que não fosse eu mesma. Se parecer pretensiosa peço desculpas, mas acho que foi muito bom eu ter sido parte da criação. Sinto alegria no ar...
A primavera me aguçou um desejo insano de receber lindos copos-de-leite. Vou abrir a porta que dá para o jardim e entre todas as espécies de flores lá plantadas, verei você, meu amor, chegando com as flores com as quais tenho tanto sonhado.
Se você quiser ser meu amigo me deixará muito feliz, mas por favor, não insista em formar comigo um casal. Fiquei muito tempo casada comigo e ainda ando fascinada com a experiência. Me desculpa se o coloquei no mesmo saco de farinha dos outros homens, mas ainda persiste nesse ano da graça de 2015 a mania que vocês tem de nos verem como propriedade, como coisas que uma vez conquistadas passam a lhes pertencer. A amizade é um amor mais forte, onde os amigos respeitam os espaços uns dos outros e cuidam do amigo com todo o esmero para não perder a amizade tão prezada.
Moça casta, criada segundo o catecismo da Igreja Católica Apostólica Romana, tudo era pecado, e assim muitos pecados foram sacramentados.
Faz um calor desértico por essas bandas,e até a nudez esquenta o corpo, porque a pele arde como brasa. Sei que não nos cobrimos não por conta de Deus, em alguma época os homens é que nos limitaram usando trajes. Talvez para não despertar em nós nossos instintos mais primitivos...voilá!
Não. Não é porque não vou à escola que eu detesto final de semana. Não é porque eu não tenha que sair para ir ao trabalho que eu detesto final de semana. Não é porque sou avulsa que eu detesto final de semana. Já tive que sair para estudar e detestava final de semana, já tive que sair para trabalhar e detestava final de semana. Já tive pares e detestava final de semana. Sempre fiquei deprimida em finais de ano, finais de novelas, finais de convivência com pessoas. Acho que meu problema são os finais, os encerramentos, as páginas viradas, os livros concluídos. O final pode até ser feliz, como os Happy End que aparecem em letras garrafais nas telas de cinema. Bem, acho que já não há mais tempo para livrar-me desse mal. Ah, não é porque já esteja ficando velha que eu detesto final de semana, já fui jovem muito mais tempo do que o tempo em que entrei na velhice e execrava os finais de semana. Gosto mesmo é de começos...
Tentando glamourizar o cansaço, direi :-Je suis trés fatigué! Se é que se possa dar qualquer conotação de charme a algo tão banal...
O calor convidava a um sorvete. Hora de colocar a mão na massa e trabalhar. Vou juntando no liquidificador um tanto de amor, mais uma quantidade de saúde, pitadas generosas de paz, sucesso a gosto e uma colherzinha de açúcar. Colocar tudo para bater no liquidificador e depois é só esperar que gele para amenizar o calor. Engraçado, posto todos os ingredientes sempre paira uma dúvida no ar: será que esqueci de alguma coisa? Em seguida o coração acalma, passando todos os itens pela cabeça vem a certeza de que não esqueci de nada. Agora é só esperar a felicidade vir refrescar o corpo e a alma.
Nem gotas de ouro e nem de prata, gotas como essas, e apenas essas,poderiam ensejar celebrações nesse princípio de primavera. Água, irmã água, bendita água que refresca a toda a gente, sacia a sede e colore de lindos matizes de verde a vegetação. Vou pegar a taça mais linda da cristaleira e vou brindar com todos os amigos. Não será um brinde de champangne, vinho espumante ou outra bebida com a qual se costuma brindar. O brinde dessa noite será feito com o líquido mais precioso e caro que há: água.
Nesse exato momento ela me diz que está demasiadamente enjoada das pessoas. Não generalizou, porque sabia discernir as várias pessoas do bem das que não tem nada a acrescentar além do veneno que expelem. Porém malemolente devido ao calor desértico que se apresenta em sua cidade nessa época, acrescido da falta de elegância e sinceridade que campeiam os lugares ela confessou que sente muita vontade de casar e mudar.
Há um certo tempo os passarinhos tem frequentado essa casa, ficava embevecida...
Muitas vezes até brincava que era meu pai nos visitando, todo dia eles vinham.
Atualmente vivem aqui, não se intimidam com nossas presenças e nem com nossos barulhos.
Acho que não são eles que tem vindo nos visitar, estou quase certa de que nós é que invadimo-lhes os ninhos.
A situação está tão feia que resolvi dar um curso de etiqueta. Até aí me dirão: qual é a novidade? Simples...cada vez mais as pessoas estão mais e mais mal educadas. Vou dar o primeiro curso de etiqueta auto adesiva. As boas maneiras vão ter que ficar aderidas, nem que seja na marra!
Caramba! Eu não aguento amar tanto, não há peito que caiba...acordei pensando que estava tendo uma angina. Ângela, angel, anjo...enjoei!
Já diagnostiquei minha fobia por domingos. Que "barato"! Escrevendo DIA AGNOSTIQUEI, fiquei arrepiada, poderia ter escrito dezenas de outros sinônimos....mas a conclusão à qual cheguei para o meu pânico tem tudo a ver com culpa. Não a culpa do CP que é causada por três fatores: Imprudência, Imperícia ou Negligência. Minto, agora percebi novamente por intermédio da palavra escrita. Tenho culpa na medida em que negligencio minha visita à casa do Pai aos domingos. Então seria o dia do/a agnóstico, o que não é e nem nunca será o meu caso. E a culpa pesa!
Acho que tem muita gente que não sabe o que quer dizer a sigla R.S.V.P. Vou desenhar: Responde Se Vai Pô!
Não entra nem vento, mas entra ladrão;
Não entra nem dinheiro, mas entra ladrão;
Não entra nem vitamina, mas entra ladrão;
Não entra nem trabalho, mas sobeja corrupção.
Somos Republicanos, somos Democratas;
Não somos inimigos de guerra;
Somos cidadãos de uma novíssima democracia;
Não debatem programas, destilam ódio.
Saudade é sentimento caprichoso. Muitas vezes quem a provoca nem sequer imagina...mas saudade não precisa ser sabida para ser sentida.
Até o começo desse ano eu nunca havia vivido sem amar, sem estar apaixonada, e isso me fazia feliz, apesar de ser muito comum amor rimar com dor. Agora não quero saber de quem me enxergar com volúpia, com desejo e com amor romântico. Não quero saber de coisas outras que não sejam poucos amigos e minha família. Me purifiquei, transcendi a carne para concentrar na alma.