André Luz Gonçalves

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Na maré baixa ganho uma ilha,
Com mar, sal, sol e céu.
A lua com força aperta meu mundo.
Oceano sobe inundo,
E mareia alto,
nada tenho mais,
Até tudo se acalmar.

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Se eu faço mal é "púrpura" bondade.

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Tudo que é bom, não custa nada.

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Hoje eu te vi
Sorrindo soltada
Essas voltas que eu dava
Suas curvas de meus mil dedos

Toquei seu jardim
vi ao olho nu
Te vi sim
um sonho bom

se acorda
não volto
se toca
não solto

Até aquela paz pousar
A tarde sumir
anoitecer o que pouco sei
em vontade de eternos dias de hoje

Te vi.

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Catarse
Eu podia livrar me da dor
Indo te olhar livre

Podia ressecar essa sangria
matar essa fome posuda

Beber da sua água
não há de me negar de novo

Contemplar a rede dos seus cabelos
Falarmos do pó e poesia de rua

Me abrigar no seu dossel
Deixar que o corpo faça febre

Te ouvir
E soar com suor o primeiro gemido

Adequar me ao incontível
Suprir o incabível

Remeter sem destino
Ou desmedir nosso infinito

Mais meti o braço pelas pernas
Estuprei o sentimento virginal que nunca floriu pra sempre

Tatuei um desenho qualquer
em forma de amor e desejei a você

O seu desejo então não veio
mimado de verdade, carente de nossa necessidade

Daí nem que nascessem juntos
sol e lua

E se mesmo assim por um instante
Eu te encanta-se

E assim traísse essa minha dor
com prazer e nossa paixão em dizer não

Nem mesmo assim
Eu não teria seu riso frouxo ao meu lado

Sempre lembraria e iria
Desse amargo que te fiz sugar

Não pode ser permitido "deslembrar"
Superar a memória do erro e eu

Jogou teu perdão na caçamba segunda
Julgou a limpeza imunda

Tratou de não tardar.
Dali restou o surreal de uma alma gêmeas frias e inventivas

Onde a criar torna-se a cela
A palavra a agonia

Toda vontade quando depara
Fome de panela vazia.

E ainda assim há dor imperdoável e desprezível dos meus ossos quebrados
remendados mais que nosso mistério estéreo, etéreo.

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Cabe amar e sofrer tanto quanto a morte!

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Poesia é um flerte.

A imponência dos cavalos
foi substituída pelos carros.

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Meu coração virou um bando de poemas pra te (en)cantar.

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alusão

Gosto de todos,
Nem tudo muito.

Sinto minha hora
Nem toda hora minha

Mesmo assim, sinto sim
O tanto proporcional lúdico de cada dia

Meus pés sem raízes buscam matizes, mirar
E o medo de perder

Né medo não é só
perceber não ter e ser

Um dia embora feito a hora
Cheia de querer ir, aurora...

Desejo grande não tenho
Dor bem longe por perto

Mais distante que o desassossego
Talvez me sinta só e criativa, saudade

Inserida por 1andreluz

Hoje eu vi um bobo
Um tipo louco de bufão escancarado e barulhento
Bruto feito o tremor e sensível feito o artista
Ele era um fora do mundo vivendo imigrado

Não vi refrão no tempo desse movimento
Certo de que alma contida ele não tem
Dor com sorriso é mais bonito logo desde manhã, chorava.
Um pierrô sem colombina

De maus tratos uns cortes
De vida sorte
Cheio de passos pra dar
Foi olhando pra trás.

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Reverbera

Um mandala depenado na casa de janelas de espera
O sacro amor profano
A falta de saber deixar
E os telefones todos com ela

Esse seu me abandonar por aí
Minha solidão, querendo seu estranho desejo odioso.
E várias outras mãos te digitando
E os telefones tocam sem ela

E desse vai sem ir
Nesse insosso sabor de desdém
Aonde eu vejo e penso lembro
E o telefone reverbera essa aquarela.

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Re-verso

Pra cada Orixá um Santo
Pra cada Profeta um Anjo
Em cada Ateu vejo um Deus
Ninguém aqui é irmão, nem Eu!

Inserida por 1andreluz

Um sonho numa era de sonhos

Devasto copas altas
Onde flores um dia foram moças
Desta memória que folhas tornam
Todo o pomar de onde furtei seu doce
Desmanchada feito fruta posta
De um chão tão longe que a terra encosta
Fiz minha base em soma, insumas e hiatos
Beirei a esperança em ser desapegado
E de longe não te vi feito um retrato
E sem monte não subi no cerrado
E sem fronte deixei o rosto suado
E sem estrofe, refrão ou mote, fiz o campo vasto.

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Impressionante como tudo muda enquanto nada fica diferente.

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Agora

De forma conjunta
Tudo que ele disse
Apagou sem querer

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Cego Blues

Num chapéu cor de farinha
Com uma cachaça e uma garrafa quase vazia

Uma cegueira cega que nem ela
Um tempo certo na hora errada

Um blues de um forró bem triste
Uma criança que não chora nem vai embora

E três mesas vazias.

Uma lembrança de um perfume
Um chale branco, saudade e ciúme

Uma parede de uma alusão púrpura bondade
Um amor insano, regado e negado

Invejado pelos anjos, flechado caboclo
Uma antiga mentira virou verdade

E as tais mesas vazias

E depressa vai cada vez mais lenta
A noite e o dia feito o amor que se inventa

Arde, queima e contenta
Falso feitiço feito a destilada água que torpe

Os modos e as giras
que envolta de nós se sustenta

Nenhuma mesa, onde não a via

O local deixou a razão com sorte
A música acabou e o bumbo coração tenta

Bem mais poema do que cena
Eu sorrio vida que brilha, não me faço de dentes.

Vida não esfazia no feitio de mesas fazias.

Inserida por 1andreluz

Mata a dor

Mato e faço borboletas das cinzas
Viro pó na fornalha do seu pensamento
Mato e espalho átomos pelos espaços
Criando novos agravos em um novo descompasso

Mato mesmo é a morte da palavra maldita
Essa navalha que raspa sua ternura
E aos poucos mata em mim o quase tudo que é desejo Sobrando dúbios poemas imperfeitos

Inserida por 1andreluz

Cadê?
Quando perdemos sentimos o que temos
Através da ausência presente como uma sombra sem luz
Um tipo de desejo invertido
Catapulta o pensamento num tipo de dor
Mostra o quão distante é o finito...

Inserida por 1andreluz

Sétimo

Revanche dos dias
Repouso da carne
Estado da graça
Domingo Sala escura filme de terror
Tarde no fim um barato
Quem sabe na segunda eu escapo

Inserida por 1andreluz

Circo encantado

A fila de ingresso as suas graças
Criança ansiosa não disfarça
O palhaço Lelé
Roubando Mulher

O Garboso apresentador e sua voz de locutor
La vem o truque da risada, palhaçada!!!
Pipoca no algodão doce
Sombra e luz, embaixo da lona o circo vem a tona!

Globo da morte e quase bateu
Trapezistas com sorte, a corda é forte?
Quase caiu num suspiro cheio de silêncios
O mundo pendurado por um fio

Malabares e Trapézio
Destreza e firmeza
Suspense e mistério
A cigana vem a Lona e põe fogo na roda

Borboletas psicodélicas
Voam pelos cabelos
Sensualidade em forma de brinquedo
O susto e a cortina se abriu

Os pequenos sorrindo
O mundo é lindo
A verdade é a grande imitação
Na próxima semana o mágico não me engana

Já acabou?

Inserida por 1andreluz

Sexta feira dia 13
Gatos pretos vasculham seu medo
Ansiosos ao receios das surpresas
Na noite cheia do azar e da sorte
Onde muitos nascem
Outros morte.

Inserida por 1andreluz

Vontade que dá, esse seu cheiro de sumiço
Passa sem vontade na memoria que não há
Esse amor suplico em direção contrária

Eu ando pela rua e você calçada.

Enquanto eu te defendo de outros elementos
Olho pro seu vento e não encontro sua soprada
E penso: será mesmo nossa a mesma estrada?

Inserida por 1andreluz

Se eu preto e branquear o horizonte
Desnudaria todo verdejar
Faria muitos tons de cinza
E tiraria o azul do céu
Não teria nuvens cheias
Nem flocos brancos formariam estas imaginações
Se descolorir...

Inserida por 1andreluz

Estrelas Binárias
Sempre juntas se envolvendo!
Não são Grandes.
Médias ou pequenas,
Dançando incandescentes pelo espaço,
Juntas brilham mais que soltas,
Até que uma dessas morre...
E continuam dançando,
Até formar uma supernova.