André Babo
O desafio de viver
Todos os dias somos desafiados.
Travamos uma nova batalha por nossas vidas. Dia a dia lutamos por nós, por aqueles que amamos ou por quem sequer conhecemos. Nossa vida é uma guerra com fim. Fim, que quando chega, derrota-nos impiedosamente tirando qualquer vontade de viver. De continuar.
Não nos deixemos abater. Afinal não deixamos de ser vencedores de uma guerra por uma única batalha abatida. Claro, desde que o motivo de nossa guerra na vida não tenha sido em vão.
Se eu morresse hoje
Morreria satisfeito. Posso dizer que vivi incessante e intensamente. Não ao extremo. Quem me conhece sabe que não iria. Talvez.
Ri, chorei. Fui feliz, muitas vezes, e também sofri outras muitas.
Trabalhei com afinco, mas também fui usufruí.
Briguei, insisti e não desisti...quase sempre.
Amei e fui amado. E no final...
Morreria com a certeza que ninguém se importaria. Ou não.
Por que aceitamos a tristeza de outro quando nos abstermos da nossa própria? Reconhecer nossas mazelas e aprendermos com elas é o maior aprendizado que a vida pode nos presentear.
Quando pensar em criticar alguém a sua frente e que se move lentamente, pense no por quê desta pessoa não estar atrás de você. Talvez alguma coisa ele tenha feito de melhor para estar onde está.
Aquele que busca o melhor em si mesmo, está infinitamente à frente daquele que apenas se espelha nos outros para esconder sua inferioridade.
Que medo. A cada dia que passa percebo que os imbecis assemelham-se cada vez mais aos inteligentes. Ou seria o contrário. O que importa é em qual lado preferimos estar.
Saudade é reviver sem viver. É trazer para perto aquele que está ausente sem poder tocá-lo.
É trazer na memória momentos que, mesmo sem você se ter dado conta, lhe fizeram muito feliz. Inconscientemente lhe faz falta. E que na maturidade do momento de vida, infelizmente lhe é tarde demais.
A vontade e o desejo por alguém somente podem ser vencidos pela consciência. Que insiste em fazer o certo. Ou será o errado?
O homem prefere não abandonar seu sofrimento com medo do desconhecido. Sofrer com aquilo que tem e está acostumado é mensuravel.
O que nos leva a escolher uma vida sem sentido? Talvez a distância e frieza de um abraço, a indiferença das palavras que nos são ditas. Ou quem sabe a própria indiferença consigo mesmo?
A vida é como um jogo de cartas. Há regras para todo tipo de jogo. Depende apenas do quanto queremos arriscar. Risco de perdermos tudo, ou ganharmos muito, em uma aposta alta, mas sem a certeza ou garantia. Ou pouco, se formos cautelosos e medrosos. A decisão de como levar a sua vida é sua e somente sua. Só vale lembrar que na vida não há chance para blefar.
Cada pedra que se coloca sobre uma discussão não terminada de forma sensata, é mais uma que se assenta na construção do muro que os dividirá.
A miopia da idade imatura nos serve para não prever o futuro tão longe e o que dele podemos esperar. Então ao envelhecemos agregamos sabedoria e experiência de vida. Aquela miopia torna-se, quase sempre, uma hipermetropia. Que leigamente nada mais é, que a dificuldade de vermos o que nos está tão próximo. Só aí percebemos o quão sábia é a vida. Assim, com toda nossa experiência, não nos decepcionaremos com os outros e tudo aquilo de ruim que nos cerca.
O quão frugal é você ao oferecer palavras de afeto, fala muito de sua capacidade de amar e ser amado. Não economize sentimento para ganhar em solidão.
Sonhos são o reflexo do que desejamos e almejamos para nossa felicidade. São ilusões reais criadas, por nossas mentes doentias, em busca daquilo que no fundo ansiamos por ter vivido.