André Anlub
Minha alma e coração, amizade plena e comunhão. Paranoicos, cegados, categoricamente contrariados. Irmãos, quase siameses, gêmeos no amor, na doçura e na ilusão.
Fita uma rota, faz uma bola: amassa, arremete, amarrota. Na lixeira dos olhos no mundo, vendo tudo e uma untuosa esmola que pelos dedos escorre.
Vê-se os trilhos do bonde, no pé das frutas do conde, no entorno do misto dos milhos, com as doces e tortas espigas do conde de monte cristo.
Olho por olho, dente por dente, é coerente que os opostos se atraem. Na beira do abismo dou um passo à frente, mergulho fundo, só o amor constrói.
Se sou retrógrado? Digo que sou como uma velha locomotiva a vapor, mas que gosta de uma sauna seca. Tenho no eucalipto o odor e no suor minha seiva.
Não sei se é tão importante saber se haverá vida após a morte; mas uma coisa eu garanto: É essencial haver antes.
Não devemos deixar ferver a cobiça, para não queimarmos a cabeça, grelhando os neurônios e temperando a soberba. Na bondade existe a candura, a face do nosso verdadeiro “eu”. E tão logo se alcança o apogeu, quando estendidas nossas mãos, tratando todos como irmão, nivelando a mesma altura e sem julgamentos em vão.
Faça um traço, entre em ação e cores irão fluir no seu pensar. Encéfalo explode, ogiva nuclear, arco-íris, cogumelo, refração.
Meus cães são meus amores, senhores, donos da situaçãos. Eles não guardam rancores e nunca me deixam na mão.
Nunca temas as vozes: algozes – atrozes. Travestidos de pouco caso. Não és o rei deposto, ainda tens um reinado e coroado de alento, tens a rainha de gosto.
Uma das chaves para a porta do viver melhor é reconhecer e valorizar mais as vitórias do que as derrotas.
Dentro e fora do nada prático homem apático, um específico sentimento colossal abrolhou. Abrigou a cautela num juízo lunático básico, cingindo o corpo e tocando o amor.
Logo que começaram a reciclar o lixo, certos indivíduos, inúteis e presunçosos, perderam um adjetivo.
Sempre quero sorte plena, cem por cento de êxito, na sede, na sina e na senda... Sem cena. Vou tentar, tentar e tentar novamente, até valer a pena.
Acordei acessível, com novos aforismos, ansiando ouvir tua voz. Acordei querendo... Ser o ser mais admirável para ti, te amar com maior tenacidade, experimentar tua sensualidade. Acordei famélico... Querendo me entregar, querendo te possuir.
Acordei venerando a música, peguei a gaita e o jeito, não fazemos amor há tempos e saiu um blues dos pesados. Melodia traçada nessa harmonia, rito e reta, meta e mote, fito o mito: Sem moda - sem fúcsia - filha única.
Com o perdão que outrora não conhecia, aprendi a amar, ser feliz e saciar quem me sacia; aprendi a controlar minha raiva, doar-me mais e cobrar menos; aprendi a ser moderno amando o eterno e que serei sempre aprendiz.
Aquela pétala que cai, pedaço de flor que se banha, maravilhada por agora molhada; mistura-se a água de um tempo e some com o rio que rouba.
A taça fina, que ao rodar do dedo canta. Ouço o som mais doce e apaixonado, junto ao seu cálice que me acompanha. Fecho os olhos, embarco e me entrego.
Aves que voam no além-mar, sentindo a salinidade existente; liberdade de tocar a epiderme da vida. Aves migratórias de voos extensos, atravessam continentes com suas asas enérgicas; a brisa é sua amiga e confidente. O homem aqui embaixo; Plantado! Confinado na inveja.
A Via Láctea tem cem bilhões de planetas; e eu estou aqui, muito feliz, radiante, satisfeito por ter feito contato com você.
A vida pode ser farpa entre unha e carne, um bambu que não quebra com o vento que varre, ou estrelas que brigam com o raiar de um dia.
Na sombra da lua, no radiopaco do dia, estrela cadente e ardente cometa. Burlesco amor, se viu - se vê, nossa nostalgia.
Não se sabe se o perfume se espalhou, pelos bosques coloridos e imagéticos. Na nossa aldeia, logo, logo, deflagrou. O colírio, canto lírico e poético.
Veio assim de repente, como essa brisa gostosa que corta o vale. Uma lembrança recente, que se faz nascente, no amor que ainda insiste em você.