André Anlub
Sonhei com o dia que estreou a nova fase da lua, feita com calma e cuidado, só para os apaixonados. Ela tornava-se duas, duas metades encantadoras, sempre perto uma da outra,
assim como um casal... Cada qual com sua importância, influenciando nas vidas e refletindo a luz do astro rei.
Dizem que a morte não é tão ruim, pois é um novo começo. Não, obrigado! Gosto da rotina, da memória do que vi na retina e de relacionamento extenso.
Os motores aos ouvidos em dores; os odores do carbono a calhar; o cruzar de mil pernas; as janelas com visão limitada e a empreitada de ser e estar.
Na trilha do som e do cheiro, entre outros planejes, já havia o longo tempo de um asilo; e saiu, enfrentou, nisso e naquilo, foi certeiro.
O verde vivente evidente, fez nuance nos raios dourados do sol que surgiam e sumiam ao bailar de folhas, no cair de sementes, da jabuticabeira.
Muitos poetas crescem para dentro numa implosão da alma, como nitroglicerina cálida do pranto em autocombustão... E, por sua vez, na aura o brilho eclode num parto, expõe-se o filho, o fio e o farto, num alto salto muito além da concepção.
Sentada à mesa ao jantar, perfeita na metáfora dos gestos; pegando o suco, molhando os lábios, encanto abrupto nos calores honestos. Sei dessa vida o meu vagar, sinto-me amar e vou dizer: tenho prazer nos excessos dos seus ardentes hinos, sendo inteiramente felina nas horizontais de prazer.
Mudei de século, moldei o crédulo, e passei a sonhar com as Valquírias; Vi um mundo sem máscaras, sem muita diplomacia.
Haverá um menino e tornar-se-á bem sabido, verá tudo se repetindo... Sorridente - indiferente e a alcunha de sobrevivente, sentará feliz lá na praça jogando milhos pras garças
No auge da contradição os ouvidos não ficam entupidos, ecoam os belos grunhidos do cão são da imaginação.
Qualquer mudança para melhor, em um país, um estado, ou a uma pessoa, estará ligada diretamente a uma maior valorização de seu professor.
Uma tal ovelha negra se desgarrou do rebanho, conseguiu sua liberdade, desfrutou do assanho; e agora com mais maturidade, continua ovelha negra, só que feliz e arteira, dança com o namorado na luz da fogueira.
De tanto tentar e persistir, envelheceu e morreu sem conseguir. Às vezes palavras bonitas não funcionam; um pouco de dinheiro e sorte sempre é bom.
Falam de bailarinas, de estrelas cadentes e flores. Falam de amores, de destinos, esquinas, borboletas e odores. Mas poucos falam do artista em seu mergulho no meio, sem medo e sem freio, num oceano de caos. E ao unir os extremos, teremos, sem pressa, a composição de um poeta, que beija na cópula, o corpo e a alma do bem e do mal.
Vem à nuvem, vem à névoa e somem a aves no véu de um Deus. Os olhos fechados vão além, veem tudo e todos no clarão e na treva, os segredos e os pecados que jamais foram meus.
Lembra? Vale ressaltar... Até se derramam as tintas, até se misturam as cores, até não se pintam amores, mas a tinta não pode acabar.
É assim que se caminha, o branco e preto de todo dia, pedindo sua cor. O chão mesmo em fervor, distante da sola do pé: - não queima... (dá para sentir o calor).
(a merecer) O por do sol por trás do Farol da Barra, é barra não me pôr à mercê do (so far) rol dos saudosistas.