Ancelmo Bento
armadilhas.
felizmente
Estamos fardados
a sermos a nossa
própria ilha e todas
essas armadilhas
fazem parte de uma
historia mal contada
sobre o nosso próprio
eu.
efêmero
Para todo efeito sou
efêmero e brasileiro,
a noite me liberto
do incerto e acerto
o meu diagnostico,
astro sem constelação
poeta de boteco em
ascensão. Musico de
uma unica canção
tropeço em notas e
corações, quem sabe
um dia uma estrela
cadente ao cair esteja
sorridente, nem tudo
é para todos, mas o
pouco que me cabe
cabe em um abraço.
papel
se o amor fosse
uma folha de papel
estaria esquecido,
amassado, jogado
em lixeiras, morando
em lixões, voando
por ai.
para poucos seria
marcado como a
pagina favorita de
um livro, lido e relido
todos os dias.
Faz de conta
Hoje me
Perdi no meu próprio
Conto e desencontro
Com as coisas, tudo
Em cima do muro se
Virou por um minuto,
O mundo segundo os
Parafusos é confuso e
Inseguro, sem a água
Viva sem cor seria as
Cores vivas, da janela
Um retrato falado por
Um pássaro calado.
terra
Onça-pintada
tamanduá, jacaré.
baobá, ipê amarelo
jacarandá.
seu zé, dona maria
padre José.
um pouco do todo
cabe em um poema,
mas não cabe no
seu mundo?
vida no campo
Do alto da Embaúba
o bem -te- vi observa
o nascer do dia.
na goiabeira as
as maritacas em
demasia, no chão
o som da água e
do coração
labirinto
No meu universo
as constelações brilham por
puro instinto, e sem o cosmos
elas não florescem
No espaço do meu silêncio os
pequenos gestos ganham voz,
forma e cor
No meu coração o único caminho
para sair do labirinto é dizer tudo
que sinto.
sejam elas palavras ou
saudades.
Brasil
Petróleo sobre tela
Pretos e pobres dentro
Da cela.
Fauna e flora virando
Sacola
Coca -cola não é horta
Escola não é quartel.
Temos tudo de que não precisamos
Lutamos para precisar de tudo isso
Nós vendemos por centos.
Esquecemos quem somos
Esquecemos dos sonhos
Vivemos Ou apenas
Esquecemos ?
verde ?
o verde das florestas
não será mais o mesmo
verde
pessoas de colete verde
fugindo das que usam fuzil
e capacete
a sede de quem destrói
não é mesma sede de
quem sofre
ser humano, o
verde destruindo
verde por verdinhas.
Sem destinatário
Sente-se ao meu lado
Me fale sobre você,
Me diga como se sente
Você ainda tem sonhos ?
Quero saber por onde
Tem andado e o que o
Amor tem feito por
Você
Fique a vontade para
Não responder, aprecio
O silêncio envolvido em
Um abraço.
olhando nos meus olhos
ela me leu por inteiro
Carlos Drummond de
andrade ou paulo coelho?
fala muito sobre o amor,
com certeza é Drummond.
A biblioteca está prestes a ser fechada por alguém que nunca leu um livro, mas o que doí é saber que leitores apoiam sua decisão e os que discordam esqueceram que também
sabem ler em voz alta.