Ana P. Scheffer
Tem gente que já desistiu
Acha que a violência e o autoritarismo é a música da dança
E mesmo não concordando, mesmo que algo diga não e pulse insistentemente lá dentro,
Elas silenciam essa voz e sucumbem ao estado das coisas;
Eu não as culpo, é uma forma de tentar sobreviver, de tentar se “adaptar”
Isso que me incomoda, sobreviver!
A gente sobrevive, mas não vive
Sem diálogo, sem conversa, sem relevar o que o outro precisa, sem ouvir e considerar também as suas necessidades, a necessidade do todo.
E por mais que pareça que somos obrigados a fazer isso, não se engane!
A gente escolhe sobreviver em um mundo totalmente cruel, sem valores.
É mais instintivo do que lutar contra
E eu lhe pergunto vale a pena escolher sobreviver?
Vale, se, unicamente, sobreviver faz parte de uma busca por querer entender para transformar, por querer viver!
Primeiro eles te confundem, depois, fazem você acreditar que está errado e por fim, você sente culpa.
Há coisas que a gente sabe, mas finge que não sabe (aceitação);
Há coisas que a gente não sabe,
Mas, acha que sabe (ignorância)!
Há coisas que a gente sabe que sabe (conhecimento),
Há coisas que a gente sabe que não sabe! (sabedoria).
O fundo do poço faz parte do processo. Se chegou nele, parabéns, você está na metade do caminho! O importante agora é não aceitar a escuridão e persistir no caminho da luz.
Todo mundo tem uma caixa de pandora dentro de si, que pode ser aberta a qualquer momento, com uma chave chamada gatilho.
Por vezes, a vida nos fere de modo que não há cicatriz que estanque a profundidade dos acontecimentos. A dor incomoda, pois, mancha de sangue às nossas memórias. E os pontos, por vezes, não são o suficiente. Transbordamos e vivemos nas sombras. Sabemos que há um sol, mas, é difícil encontrar a própria luz.
De quem é a culpa?
Da sociedade?
Não! Da impunidade.
Que é desculpa, para tirar a culpa de quem tem culpa!
Reflita, escreva, desenhe, expresse-se! Não há sofrimento que não possa ser compreendido pela arte. Não há dor que não possa ser solucionada pelo autoconhecimento!
Deixe-me.
Preciso resolver algumas coisas comigo mesma.
Ouvir o silêncio, conversar sem dizer nada...
A esperança é como um calabouço. Você está lá em baixo trancafiado a cinco metros da superfície, sabe que é praticamente impossível chegar lá, mas também sabe que é a única saída que lhe resta, é preciso não enlouquecer e esperar...