Allan Kardec

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"Quem quer que nutra contra o seu próximo, sentimentos de animosidade, de ódio, de ciúme e de rancor, falta à caridade; mente, se se diz cristão, e ofende a Deus."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Homens de todas as castas, de todas as seitas e de todas as cores, sois todos irmãos, porquanto Deus a todos vos chama a si. Estendei-vos, pois, as mãos, seja qual for a maneira por que o adoreis, e não vos lanceis anátema uns aos outros, visto que o anátema é a violação da lei de caridade proclamada pelo Cristo."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Com o egoísmo, os homens vivem em luta perpétua; com a caridade viverão em paz. Só a caridade, servindo de base às suas instituições, lhes assegurará a felicidade neste mundo. Segundo as palavras do Cristo, só ela também lhes pode assegurar a felicidade, porque encerra implicitamente todas as virtudes que os podem conduzir à perfeição. Com a verdadeira caridade, tal como a ensinou e praticou Jesus, nem ciúme, nem maledicência, nem apego exagerado aos bens deste mundo. Eis por que o Espiritismo cristão tem por máxima: "Fora da caridade não há salvação"."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Fora da caridade não há salvação."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais decorrentes dessas relações."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Os Espíritos não são, como muitas vezes se imagina, seres à parte na Criação; são as almas dos que viveram na Terra ou em outros mundos. As almas ou Espíritos são, pois, uma só e mesma coisa; donde se segue que quem quer que creia na existência da alma, por isso mesmo crê na dos Espíritos. Negar os Espíritos seria negar a alma."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Em geral se faz uma idéia muito falsa do estado dos Espíritos. Eles não são, como alguns pensam, seres vagos e indefinidos, nem chamas, como fogos-fátuos, nem fantasmas, como nos contos de aparições. São seres semelhantes a nós, possuindo um corpo como o nosso, mas fluídico e invisível em estado normal."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Quando a alma está unida ao corpo durante a vida, tem um envoltório duplo: um pesado, grosseiro e destrutível, que é o corpo físico; outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito. O perispírito é o laço que une a alma ao corpo; é por seu intermédio que a alma faz o corpo agir e percebe as sensações que este experimenta.
A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui o 'homem'. A alma e o perispírito, separados do corpo, constituem o ser chamado 'Espírito'."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

."Os Espíritos povoam o espaço. Constituem o mundo invisível que nos rodeia, em meio do qual vivemos, e com o qual estamos em contato incessante."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Os Espíritos possuem todas as percepções que tinham na Terra, porém em grau mais elevado, porque suas faculdades não são amortecidas pela matéria; têm sensações que nos são desconhecidas; vêem e ouvem coisas que os nossos sentidos limitados não nos permitem ver nem ouvir. Para eles não há escuridão, salvo para aqueles cuja punição é ficarem temporariamente nas trevas. Repercutindo nos Espíritos todos os nossos pensamentos, eles os lêem como num livro aberto, de sorte que aquilo que podíamos ocultar a alguém durante a vida, não o podemos mais, desde o momento em que nos tornamos Espíritos."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Os Espíritos conservam as afeições sérias que tinham na Terra. Sentem prazer em buscar aqueles a quem amaram, sobretudo quando atraídos pelo pensamento e pelos sentimentos afetuosos que lhes consagram, ao passo que são indiferentes para os que só lhes votam indiferença."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Uma idéia mais ou menos geral entre as pessoas que não conhecem o Espiritismo é crer que os Espíritos, apenas porque estão desprendidos da matéria, devem saber tudo e possuir a soberana sabedoria. Isto é um erro grave.
Não sendo os Espíritos mais que as almas dos homens, não adquiriram a perfeição ao deixarem o seu invólucro terrestre. O progresso do Espírito só se realiza com o tempo e não é senão aos poucos que ele se despoja de suas imperfeições e adquire os conhecimentos que lhe faltam. Seria igualmente ilógico admitir que o Espírito de um selvagem, ou de um criminoso, de repente se tornasse culto e virtuoso, como seria contrário à justiça de Deus imaginar que aquele permanecesse em perpétua inferioridade.
Assim como há homens de todos os graus de saber e de ignorância, de bondade e de malvadez, também os há entre os Espíritos. Existem os que são levianos e brincalhões; os que são mentirosos, velhacos, hipócritas, maus e vingativos; outros, ao contrário, possuem as mais sublimes virtudes e o saber em grau desconhecido na Terra. Essa diversidade na qualidade dos Espíritos é um dos pontos mais importantes a considerar, pois explica a natureza boa ou má das comunicações que se recebem. É sobretudo em distingui-los que nos devemos empenhar. (O Livro dos Espíritos, nº 100, "Escala Espírita". - O Livro dos Médiuns, capítulo XXIV.)"
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Os Espíritos podem manifestar-se de muitas maneiras diferentes: pela visão, audição, tato, por ruídos, movimentos de corpos, escrita, desenho, música, etc. Manifestam-se por meio de pessoas dotadas de uma aptidão especial para cada gênero de manifestação, conhecidas pelo nome de médiuns. É assim que se distinguem os médiuns videntes, falantes, audientes, sensitivos, de efeitos físicos, desenhistas, tiptologistas, escreventes, etc. Entre os médiuns escreventes há numerosas variedades, conforme a natureza das comunicações que eles são aptos a receber."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"O fluido que compõe o perispírito penetra todos os corpos e os atravessa, como a luz atravessa os corpos transparentes; nenhuma matéria lhe constitui obstáculo. É por isso que os Espíritos penetram em toda parte, nos lugares mais hermeticamente fechados. É uma idéia ridícula crer que eles entrem por uma pequena abertura, como o buraco de uma fechadura ou o tubo da chaminé."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Embora invisível para nós em seu estado normal, o perispírito não deixa de ser matéria etérea. Em certos casos o Espírito pode fazê-lo sofrer uma espécie de modificação molecular, que o torna visível e mesmo tangível; é assim que se produzem as aparições. Esse fenômeno não é mais extraordinário que o do vapor, invisível quando muito rarefeito, e que se torna visível quando condensado.
Os Espíritos que se tornam visíveis apresentam-se quase sempre sob a aparência que tinham em vida, o que permite sejam reconhecidos."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"É com o auxílio de seu perispírito que o Espírito agia sobre o seu corpo vivo; e é ainda com esse mesmo fluido que ele se manifesta, agindo sobre a matéria inerte, produzindo ruídos, movimentos das mesas e de outros objetos, que levanta, derruba ou transporta. Esse fenômeno nada tem de surpreendente se considerarmos que, entre nós, os mais potentes motores se acham nos fluidos mais rarefeitos e, mesmo, imponderáveis, como o ar, o vapor e a eletricidade.
É igualmente com o auxílio de seu perispírito que o Espírito faz que os médiuns escrevam, falem ou desenhem. Não tendo corpo tangível para agir ostensivamente quando quer manifestar-se, serve-se do corpo do médium, de cujos órgãos se apodera, fazendo-os agir como se fosse seu próprio corpo, e isto pelo eflúvio fluídico, que sobre ele derrama."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Os Espíritos Superiores só se ocupam das comunicações inteligentes, tendo em vista a nossa instrução. As manifestações físicas ou puramente materiais são atribuídas mais especialmente aos Espíritos inferiores, vulgarmente designados sob o nome de Espíritos batedores, como, entre nós, os golpes de mágica são próprios dos saltimbancos, e não dos cientistas."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Os Espíritos são livres. Comunicam-se quando querem e a quem lhes convém e, também, quando podem, pois nem sempre isto lhes é possível. 'Não estão às ordens e ao capricho de quem quer que seja, e a ninguém é dado fazê-los vir contra a sua vontade, nem a dizer o que querem calar'. Daí por que ninguém pode afirmar que um Espírito qualquer virá a seu apelo em determinado momento, ou responderá a esta ou àquela pergunta. Dizer o contrário é provar absoluta ignorância dos princípios mais elementares do Espiritismo. Só o charlatanismo tem fontes infalíveis."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Há pessoas que obtêm regularmente e, de certo modo, à vontade, a produção de alguns fenômenos. Contudo, é de notar-se que são efeitos puramente físicos, mais curiosos que instrutivos e que se produzem constantemente em condições análogas. As condições nas quais são obtidos são susceptíveis de inspirar dúvidas sobre a sua realidade, tanto mais legítimas quanto em geral são objeto de exploração, sendo difícil, muitas vezes, distinguir-se a mediunidade real da prestidigitação. Fenômenos de tal gênero podem, no entanto, resultar de uma mediunidade verdadeira, porque é possível que Espíritos de baixa categoria, que em vida fizeram disto uma profissão, se deleitem nesses tipos de exibições. Mas seria absurdo pensar que Espíritos de certa elevação se divertissem em ostentar-se.

Isto não infirma absolutamente o princípio de liberdade dos Espíritos. Os que assim vêm o 'fazem porque isto lhes agrada, e não porque sejam constrangidos'. Desde que a sua vinda não mais lhes convenha, nenhum efeito se produzirá, mesmo que o indivíduo seja verdadeiramente médium. Os mais poderosos médiuns de efeitos físicos passam por períodos de interrupção de sua faculdade, independentes de sua vontade. Isto jamais acontece com os charlatães.

Aliás, mesmo supondo reais, esses fenômenos não passam de uma aplicação 'muito parcial' da lei que rege as relações do mundo corporal com o mundo espiritual. Mas, em si mesmos, 'não constituem o Espiritismo', de sorte que a sua negação não invalidaria absolutamente os princípios gerais da Doutrina."

Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

"Certas manifestações espíritas se prestam mais facilmente a uma imitação mais ou menos grosseira. Mas, por terem sido exploradas, como tantos outros fenômenos, pela astúcia e pela prestidigitação, seria absurdo concluir que não existam. Para quem estudou e conhece as condições normais em que podem produzir-se, é fácil distinguir a imitação da realidade. Aliás, a imitação jamais seria completa e não pode iludir senão o ignorante, incapaz de perceber as nuanças características do fenômeno verdadeiro."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

(O espiritismo em sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec / por Allan Kardec; [tradução de Evandro Noleto Bezerra]. - Brasília: FEB.)

"As produções de espectros nos teatros foram apresentadas injustamente como tendo relações com a aparição dos Espíritos, dos quais não passam de grosseira e imperfeita imitação. Há que se ignorar os primeiros elementos do Espiritismo para aí ver a menor analogia e crer que é com isto que nos ocupamos nas reuniões espíritas. Os Espíritos não se tornam visíveis à ordem de ninguém, mas por sua própria vontade e em condições especiais, que ninguém tem o poder de provocar."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

(O espiritismo em sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec / por Allan Kardec; [tradução de Evandro Noleto Bezerra]. - Brasília: FEB.)

"As evocações espíritas não consistem, como alguns imaginam, em fazer que os mortos voltem com o aparato lúgubre do túmulo. Apenas nos romances, nos contos fantásticos de almas do outro mundo e no teatro é que se vêem os mortos enfurecidos saindo de seus sepulcros, enfarpelados de mortalhas, a estalar os ossos. O Espiritismo, que nunca fez milagres, também não faz este e jamais fará reviver um cadáver. O corpo que está na fossa aí permanece definitivamente; mas o ser espiritual, fluídico, inteligente, não foi posto na tumba com o seu envoltório grosseiro; dele se separou no momento da morte. Operada a separação, nada mais tem de comum com o corpo."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

(O espiritismo em sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec / por Allan Kardec; [tradução de Evandro Noleto Bezerra]. - Brasília: FEB.)

"As comunicações inteligentes recebidas dos Espíritos podem ser boas ou más, justas ou falsas, profundas ou levianas, conforme a natureza dos Espíritos que se manifestam. Os que provam sabedoria e saber são Espíritos adiantados que progrediram; os que demonstram ignorância e más qualidades são Espíritos ainda atrasados, nos quais, entretanto, o progresso se fará com o tempo. Os Espíritos só podem responder sobre o que sabem, de acordo com o progresso de cada um e, além disso, sobre aquilo que lhes é permitido dizer, porquanto há coisas que não podem revelar, uma vez que ainda não é dado aos homens tudo conhecer."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

(O espiritismo em sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec / por Allan Kardec; [tradução de Evandro Noleto Bezerra]. - Brasília: FEB.)

"Em virtude da diversidade nas qualidades e aptidões dos Espíritos, não basta dirigir-se a um Espírito qualquer para obter-se uma resposta justa a todas as perguntas, porque, sobre muitas coisas, ele só pode dar a sua opinião pessoal, que pode ser verdadeira ou falsa. Se for sensato, confessará sua ignorância sobre o que não sabe; se leviano ou mentiroso, responderá a tudo, sem se preocupar com a verdade; se orgulhoso, dará sua opinião como verdade absoluta. Haverá, pois, imprudência e leviandade em aceitar sem controle tudo quanto vier dos Espíritos. Daí por que é essencial conhecermos a natureza daqueles com os quais tratamos. ( O Livro dos Médiuns, nº 267.)"
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

(O espiritismo em sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec / por Allan Kardec; [tradução de Evandro Noleto Bezerra]. - Brasília: FEB.)

"Reconhece-se a qualidade dos Espíritos por sua linguagem. A dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores é sempre digna, nobre, lógica, isenta de contradição; exprime sabedoria, benevolência, modéstia e a mais pura moral; é concisa e sem palavras inúteis. Nos Espíritos inferiores, ignorantes ou orgulhosos, o vazio das idéias é compensado quase sempre pela abundância de palavras. Todo pensamento evidentemente falso, toda máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda marca de malevolência, de presunção ou de arrogância são sinais incontestáveis da inferioridade de um Espírito."
Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail)

(O espiritismo em sua expressão mais simples e outros opúsculos de Kardec / por Allan Kardec; [tradução de Evandro Noleto Bezerra]. - Brasília: FEB.)