Alfredo Bochi Brum

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⁠“UM POUCO MAIS SOBRE A PERCEPÇÃO” e UM CHORO SEM VOLTA!
Desafios, temos a cada dia que acordamos!
Sonhos - muitos deles - passam pela fama, dinheiro e bens materiais.
“De cara”: seria eu louco caso pudesse afirmar que sem um mínimo de recursos para uma sobrevivência justa pudéssemos nos considerar livres.
Em busca dessa liberdade, nessa sociedade frenética, muitos jovens, outros nem tanto, “inspiram” versos que lhes permitem traduzir a angústia, o sofrimento, as dificuldades, as rebeldias, as lutas, buscando sintonizar alguma reflexão.
Reflitamos então:
- Aquilo que era uma aspiração juvenil, se transforma em uma realidade concreta de realizações ou frustrações;
- O sucesso, geralmente, é exigido que se faça com a mesma velocidade que disparamos nossos contatos instantâneos nesse mundo virtual;
- O espaço para projetar, amadurecer uma ideia e buscar executá-la está cada vez menor e isso pode levar a um desalento predeterminado;
- As grandes obras da natureza e do próprio homem, demandam tempo, raízes ou bases sólidas para evitar que sucumbam prematuramente e, ainda assim, não deixam de correr os seus riscos;
- Quando o sucesso explode vertiginosamente, nem sempre se está preparado para administrá-lo;
- Jovens são empresariados para fazer dinheiro, não raras vezes, mais para os outros...
- As características originais dos “prodígios” vão se moldando, ou se perdendo, ao que dá mais “retorno”, não necessariamente, aquilo que os possa ter levado a ascensão;
- Para cumprir com esse sucesso “escravizador” uma jornada que pode parecer o céu aos fãs, mas uma carga pesada demais para os artistas que extrapolam seus limites humanos para cumprir contratos que não permitem a recuperação de suas energias de modo natural;
- Acostumados com essa loucura não se consegue mais desacelerar... muito menos parar...
- Com isso, as malfadadas muletas das drogas, feitas de material aparentemente forte, mas que fragilizam vidas precocemente, invertendo a ordem natural do tempo;
- Parece que o mesmo tempo que avançou queimando etapas que necessitavam ser melhor alicerçadas, é subtraído de uma hora para outra;
- Porém, deixar de refletir sobre tais aspectos, é que parece ser uma droga!
- Infância difícil, separações, carências econômicas etc?
- Sempre há uma justificativa!
- E tudo isso é compreensível!
- De outro lado, quantos milhões de brasileiros – jovens ou não - vivem as mesmas agruras e se mantém altivos na busca de seus sonhos, passo a passo, vencendo, com suas próprias forças os desafios que lhes são impostos?
- Não se pretende aqui uma solução maniqueísta: uns prestam outros não!
- Há valores em todos os lados: buscas, versos, culturas, amores, estilos...
- Resta dosarmos nossa compreensão do que significa sucesso...
- Talvez ele – sucesso - possa estar mais perto do que você imagina e não na formatação que as mídias nos mostram;
- Ainda, remotamente, alguém possa pensar que ter um lar, por mais modesto que seja; um trabalho, por mais simples que pareça; não sejam motivos de sucesso;
- Caso não se tenha um porto seguro, uma atividade, isso também não pode ser uma motivação para o insucesso: “químico ou físico”;
- Tristeza? Sim, com certeza, o momento é de mais um luto!
- Mais uma grande perda, fica a herança de uma melodia e versos que devem servir para confortar a alma: de quem fica e de quem parte!
- Redobrem-se as forças, enalteçam-se as virtudes: “a arte de sorrir, cada vez que a vida diz não”.
E como dizia o próprio Chorão:

LONGE DE VOCÊ
“Que mundo é esse que ninguém entende um sonho?
Que mundo é esse que ninguém sabe mais amar?
Pra tanta coisa que faz mal eu me disponho
Quando eu te vejo eu começo a sorrir
Eu começo a sorrir [...]
Molduras boas não salvam quadros ruins
Eu procurei a vida inteira sem saber bem pelo que [...]”

SÓ OS LOUCOS SABEM
Um homem quando está em paz
Não quer guerra com ninguém
Eu segurei minhas lágrimas
Pois não queria demonstrar a emoção
Já que estava ali só pra observar
E aprender um pouco mais sobre a percepção...

Grande abraço a todos, fé nos sonhos e compreensão da realidade!

Santiago, RS, 10 de março de 2013.

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⁠A gratidão não se exige, mas toda ingratidão é desonesta!

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⁠VAIDADE
No auge de tua beleza
Talvez você não veja
E até possível não sinta
Uma maquiagem que pesa
Que num futuro se desminta
Muito pouco à alma agrega
Vai ao chão casca formosa
E o efêmero fica ao vento
Sobram riscos grosa do tempo
Lição exemplar da natureza
Com sua formosura na leveza
Que aproveita seus momentos
Da raiz vem sua essência
E independente da aparência
O seu cerne vem de dentro.

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⁠ALTOS E BAIXOS

Solo
Solitário

Nódoa
Noticiário

Retrô
Retrocesso
Pró
Prego
Progresso
Fim
Final
Firmamento.

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⁠CEPA FRATERNAL
Perdido qual escuridão das matas
Eis o homem que aqui ancora
Imperfeições que lhe são natas
Nesse Campo Santo cabe agora
Abrir picadas em busca da clareira
Caminho de Luz, afia bem teu facão
E no topar com alguma aroeira
Benzedura pra evitar uma "grosseira"
Segue firme no rumo da Fronteira
Escuridão e Luz, zona cinzenta
Índio taura não se afugenta
Bimbarreia tua coragem
"Com tudo" pé no chão
Apoia bem a tua base
Na segurança de um Irmão
Evoluir sempre é preciso
Sem andar na contramão
Nada te basta nessa senda
Labuta diária em oferenda
Tanto embaixo quanto em cima
O calor do malho ensina
Do Trabalho não te afastas
Pois assim reforça o cerno
É no exemplo que se arrasta
Para um Pago mais Fraterno.
(Alfredo Bochi Brum)

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⁠TUDO OU NADA
E o que era tudo foi pouco
E o que parecia nada foi demais
Em um nunca uma desculpa
Negação do equívoco
Veneno e não antídoto
E num sempre acusação
Aponta erros sem perdão
No amor inanição
Atitude acanhada
Não muda o tudo e nem o nada.

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⁠PRESCRIÇÃO
No teu repouso
Observo e não ouso
Exigir mais de ti
Quem me dera existir
Alguém não desistir
Firme em insistir
Num amor de plantão
Prescrito com paixão
Pra acalentar o coração.

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⁠RECONSTRUÇÃO
Trepidante terremoto
Não me faz perder o foco
Pé no chão eu te suplico
Em tua força eu convoco
A firmeza de estar vivo
Mais atento ao alicerce
Invocado em minhas preces
Argamassa lá de cima
Sustenta fé inabalável
Não te peço menos ruínas
Ensinamento inefável
Das cinzas à obra prima.

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⁠PROVAÇÕES
Nas areias do deserto
Sem saber se longe ou perto
Ali: de peito aberto
Num escaldante relento
Escassez para o sustento
Firme ideal como alento
Sem ceder nenhum momento
Apesar das tentações
Miragem de emoções
Nas mais diversas provações
Desafios diários na aridez
Onde a Fé não perde a vez
Luz e Trevas dualidade
Sacrifício à liberdade
Para o bem da Humanidade.

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⁠PORTO SEGURO
Vento passa
Tempo amassa
Brisa mansa
Gente cansa
Ascende vela
Rumo a ela
Mar aberto
Prumo incerto
Sai da sala
Porto e mala
Frio no peito
Dê seu jeito
Sem demora
Vida implora.

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⁠ESPERANDO NA VARANDA
Afinal o que se resta?
Onde antes era pressa
Vai lonjura que é funesta
Muito mais que uma fresta
Porta aberta é o que se quer
Emoção em se rever
Esperando na varanda
Quanto mais a gente anda
Vai deixando se perder
E assim já dá pra ver
O que era bem querer
Meio assim sem perceber
Escapando pelas mãos
Esvaindo o coração.

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⁠LUSTRO FUSCO
Porque será que tem que ser assim
O que era eterno vai chegando ao fim
E as culpas recíprocas têm mão só
Sem compreensão que desate o nó
Com poeira em cima do que ali brilhou
Tardia faxina que já expirou
Disputas tolas em tudo complica
Que coisa estranha no vazio que fica
Se n'algum tempo tudo foi tão pleno
Duro aprendizado: plano terreno!

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TEMPOS DE AMOR
Hoje o dia amanheceu cinzento e ardor no coração
Tudo para estar certo e o sentimento é de prisão
Prescindindo de mim na empatia de alguma dor
Tentando abrir as nuvens para o sol de um amor
Por onde quer que estejas que te aflore natural
Sem pressa se apresente para Seres imortal.

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⁠ARTE PANDÊMICA
No alto do palco da alma
Segue o artista da vida
Poesia que acalma
Encurtando avenidas
Harmoniza a plateia
Ainda que distante
Encoraja a peleia
E permite ir adiante
Mesmo em teatros vazios
Emoção não se negue
A provocar arrepios
Pois a tua arte prossegue.

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⁠OSSOS DO OFÍCIO
Palavras dóceis
Transforma em fósseis
Uns corpos vivos
Pouco atrevidos
São mais nocivos
Que amor bandido
Pra plenitude
Sem fala rude
Mais atitude
É decisivo!

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ALÉM DA CONTA

Lindo desejo um dia surgiu
Lançado no espaço transformou o vazio
O que era esperança virou emoção
Caminhos distintos navegando no mundo
Mergulho profundo tesouro no mar
Oh quão bom encontrar sentido na vida
Família unida lastreada no amor
É grande o fervor, energia imensa
A gente nem pensa e virou realidade
Fraterna amizade - fermento divino
Menina menino - Marttina e Afonso
Que vem e não passam causando alvoroço
É a mãe é o pai - embalando seus sonhos
Regando as sementes prum mundo melhor
Entre passo e tropeço o importante é andar
O caminho é eterno e não tem mais fim
Dignidade e respeito valores maiores
Batem forte no peito empurrando o destino
Amor e Justiça sejam o norte
Não importa o mais forte e sim a essência
Valores forjados que o dinheiro não compra
Família feliz é o mais lindo que conta!

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Um ideal evolucionista se constrói na percepção profunda de que o máximo de ontem se tornou básico e este pode ser a ruína do amanhã.

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E DE PEITO ALERTO⁠

E lá se vem mais um aperto
E não adianta mais conserto
E parecia estar tão perto
E fico aqui boquiaberto
E insistindo em estar certo
E caminhando no deserto
E a navegar em mar aberto
E um coração a descoberto
E num futuro que é incerto
E sigo aqui de peito alerto!

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⁠Aquele que se julga acima do bem e do mal ou bem não vai ou mal só tem.

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⁠Quanto custa e quanto vale? Muitas coisas custam muito e pouco valem; outras nada ou pouco custam e são verdadeiros tesouros.

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⁠CONCHA DE RETALHOS

Entre o fluxo e o refluxo das ondas
Muitos cascos a vagar na linda praia
Ali porém a beleza é diferente
E saltaram lascas em suas árduas rondas
Protegendo a vida sem fugir da raia
Marcas de Glória: evolução ingente!

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⁠À FLOR DA CASCA
A semana passou e as atividades foram muitas.
Agito no trabalho e na família, seguindo em frente, sem lamentação.
A vida nos dá provas de que só vale a pena quando movimentada, cada um no seu ritmo, mas nunca parados.
Com isso, os cabelos vão branqueando mas a alma há de manter a energia da juventude.
Na carona de Fernando Pessoa: “Quem ama não tem calma”.
A prudência é sempre salutar, mas, demasiada, inibe o progresso.
Na “beleza” da calmaria, geralmente, se escondem os perigos.
O velho provérbio malaio já advertia: “Não pense que não há crocodilos só porque a água está calma”.
Teimo em querer discordar da afirmação de Woody Allen: “Oitenta por cento do sucesso é aparecer”.
O verbo aparecer significa, no português: o ato de se mostrar, de se exibir!
Porém, o que se vê nem sempre é transparente, do latim “transparentia”, que significa conhecer através da luz.
Ousaria devolver o percentual e reportar que oitenta por cento dos holofotes iluminam a casca e relegam a essência!
Balzac disparava: "Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir".
"O homem medíocre é uma sombra projetada pela sociedade; é, por essência, imitativo e está perfeitamente adaptado para viver em rebanho, refletindo as rotinas, prejuízos e dogmatismos reconhecidamente úteis para a domesticidade" (José Ingenieros).
Erros? São um risco pra quem age, mas a boa intenção de propósito já me basta.
Para sentir a justa medida, nunca traduzida, é necessário conhecer, buscar, experenciar, enfim, emocionar-se.
“Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio”, dizia o sábio Albert Einstein.
Por fim, encerro parafraseando Goethe: “A felicidade mais elevada é aquela que corrige os nossos defeitos e equilibra as nossas debilidades”.

Alfredo Bochi Brum

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⁠VIRTUOSO CINISMO
Muitos são incisivos
Sobre o que é preciso
Num conceito nocivo
Refletindo Narciso
Em vaidoso sorriso
Ao herói consumismo
Vão jogando no abismo
A virtude de amigo
Só pensando no umbigo
Egoísmo esculpido
Coração raquitismo
Em honesto otimismo
Não se julgue o cinismo.

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⁠POSITIVEI
Hora de trocar angústia
Pela força da fidúcia
No abrir de uma janela
Vai buscando o encontro dela
Tem quem pense que é sorte
Sem mirar em nenhum norte
Vida linda que fascina
Vento em sopro que anima
Ergue velas para a busca
O destino não te assusta
Em teus rastros vai avanço
E sem queixas e nem ranços
Vai assim sem perceber
Aguarda a hora sem temer
Do sinuoso se faz reto
E da base vai ao teto.

Inserida por alfredo_bochi_brum

BANDEIRADA
⁠A vida é uma largada em que não temos o domínio sobre a bandeirada final! Mesclar controle, estabilidade e arrojo faz parte do que se pode fazer no percurso! Que possamos deixar marcados muito mais os rastros dos bons impulsos do que algum tropeço!

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