Aldo Teixeira
São Pedro, só um aviso,
Caso tenha perdido
As chaves do paraíso,
Eu as encontrei.
Eu estão no sorriso
Daquela moça que estava comigo,
Agorinha pouco.
Eu aprendi muito com você,
Mas não aprendi a te esquecer
Nem aprendi o uso "porque".
Não aprendi e nem quero aprender.
Pois toda vez que eu for escrever,
Quero me lembrar de você!
Sigam me os bons,
Pique Chapolin.
Quem poderá com
Os bons curumins?
Nós, certamente, não poderemos,
Nós os empoderaremos!
Pensar soluções sociais
Em cima das 17 metas globais
Propostas pela ONU, 2 anos atrás.
Quer ajudar? Chega mais!
Tudo se foi,
Eu me lembro tão bem.
Tudo por luxo,
Por eu não ser tão ponte quanto me compram.
Eu sei que é difícil acreditar,
Mas tudo se foi.
Hoje é escombro.
Memórias em pó,
Sob o porta-retratos.
Maldito lustra-móveis!
Que tiram suas digitais,
Do velho e restaurado sentimento.
Bendito seja o tempo,
Entre as estrelas e as mentiras.
Acredite, acabou!
Acabou a espera.
- Não! Espera!
João de barro te explicará.
Se eu te contasse sobre o Universo,
Você não caberia em si.
Você que já morre com dois verso,
Pelos olhos, derramando emoções.
Se te explicasse sobre as dimensões
Você seria Ícaro, meu caro.
Ninguém é tão expansivo que a verdade possa habitar.
A verdade, tão plena, e sem lar.
Não se diga preparado para ser atemporal.
Suas células envelhecem.
Caem como frutos maduros em dias de chuva,
Em seus banhos diários.
Você ainda é terráqueo. Apenas um, inclusive.
Observe sua civilização em declive.
Você não pode ser morada dos segredos.
Não pode destilar, no veneno das palavras, falsas verdades.
Nada do que me disseres te fará preparado,
Pois a verdade não cabe nas línguas.
Terráqueo, você não poderá se ver como universo,
Porém o universo é você, não somente, mas tem você nele.
Se satisfaça com isso, é o melhor conselho que eu lhe daria.
Terráqueo, se algum dia quiseres socorro,
Não grite a mim, eu nada tenho com suas loucuras.
Os dias vão passando, lentamente.
As despedidas as vezes nem acontecem,
Só fica pairando no ar a nova morte.
E sabe lá, quem será a próxima vítima dos dias.
A vida me surpreende, quase que sempre.
Parece que é emaranhado de variáveis
Dentro um função descaracterizada.
E morre corre como descontinuidade,
Apesar dela própria ser constante no tempo.
Eu conheci Mariela, tem muito tempo.
Sempre me tratou com todo carinho que cabia nos braços.
Na minha personalidade, tem traços dela.
Também. Pudera! Tanto íntimo há nos pé descalços..
Simples, de sorriso fácil.
Lembro-me até das sardinhas dela.
Passamos tantas tardes sob árvore da escola.
Ia comigo as missas domingo,
Acreditava em tudo que dissessem a ela.
Um dia caminhando a esmo, por ai.
Imagina só, você mesmo que lê.
Você posto ali,
Diante dessa situação.
Nesse momento aparecia alguém que sabia atrair.
Aquele charme intelectual,
Me fazia refletir sobre a monogamia.
Dançando nas noites de insônia,
Pedindo que a chamassem de Sophia,
Mas, o real nome, nem ela mesmo sabia.
Certo dia, não resisti.
A encontrei encostada num sofá,
Pensei de cara em como falar sobre o que sentia por ela.
Apaixonado, esqueci que ainda estava com Mariela
E me aproximei a Sophia, jurando amor.
Dizendo que Mariela não me servia.
Que Mariela ria de coisas banais.
Mariela era apenas um dos mil reles mortais
Com os quais eu não queria me envolver mais.
Com o tempo, Sophia foi mudando sua forma.
Mostrando me muito diferente.
Nas festa sempre se fazia ausente.
Falavam até que ela continuava linda, na visão da sociedade.
Diziam que Mariela jamais chegaria aos seus pés.
Causava saudade em quem a conhece de outros ângulos.
Mas nem tudo são flores.
Afinal, Mariela não está mais comigo, como se supõe.
Então como poderiam haver flores?
Mariela sabia de tudo que eu fazia.
Sabia de cada encontro que tinha com Sophia.
Me dizia, aos prantos que ia me deixar.
Mas eu não ouvia. Parecia que não tinha sentido.
Até que veio ao fim nosso caso.
Nos falamos por alguns dias.
Mas não teve perdão, o preço da maçã de Adão.
Mas hoje em dia, percebendo, de maneira tardia.
O tempo levou, definitivamente, Mariela.
Segundo uma pessoa que conhecia ela.
Mas não sei se acredito.
Por isso, hoje, eu grito. Grito até que ela escute.
E volte para onde ela nunca devia ter saído.
Se a verem, digam a ela que estou arrependido.
Que ela não precisa voltar comigo.
Mas se faça presente nem que for como amigo.
Percebam, as flores não estão mais nos caminhos.
As flores que sempre nos acompanharam,
Não estão mais nas janelas.
As flores que você procura, com toda fissura,
Orbitam a cintura dela.
Ela é jardim.
Acho que explicando assim, fica mais claro.
Roubou todo aroma dos jardins.
Levou todas as cores, flores e afins.
Mas o azul, em especial.
Das profundezas do mar ao manto celestial,
Dessas tardes de outono.
Ela é dona da beleza.
Filha da natureza, com toda certeza.
Um corpo de laranjeira,
Uma copa toda cheia de sorriso.
Cheia tons,
Certamente roubou do Éden, no paraíso.
Acho que podemos a condenar,
Por roubar,
Um mar de "jeito doce" de algum lugar.
Quem poderá com seu olhar?
Arma fatal!
Alguém que tenha sido refém,
E conseguiu escapar,
Me avise com foi, para que eu não faça igual.
A valsa dos demônios e dos anjos.
Todos no salão, formando pares.
A voz do locutor avisa:
- Se preparem!
Vem ai a confusão do ser!
A música da vida toca,
E cada escuta como quer.
Mas a confusão dos rodopios te faz confundir.
Quem é anjo, quem é demônio?
Não dá mais pra repartir.
Faça o teste, veja um anjo,
Conte até três e no lugar dele terá um demônio.
Alguns arranjos se quebram,
Mas não sabemos quem foi.
Anjos e demônios são um só.
Quase um nó que os une a valsa.
E temos a falsa ilusão, de separação.
O baile acontecerá no domínio do tempo.
Teremos pares partindo, obviamente.
Ninguém tem pique de dançar pra sempre.
Mas anjos e demônios sempre estarão juntos.
Se isso é harmônico ou não,
Não importa.
A valsa vai te acompanhar,
Enquanto a música da vida tocar.
Eu sabia!
Algo me dizia que eu já conhecia.
Que já havia sentido aquele cheiro.
Eu buscava a simetria,
Fiz relação com o macarrão,
Mas é óbvio que não.
Tão claro,
E eu não via!
"Se fosse uma serpente, me mordia"
Como diria minhã mãe.
- A moça tinha cheiro de poesia.
Não espere aquela ocasião especial para abrir o vinho,
Amanhã você pode não estar mais aqui,
Ou talvez esteja, só que sozinho.
Brinda comigo!
Se não tiver motivo a gente brinda só por ser amigo.
Faz sentido.
Seco, suave ou tinto. Mas vinho bom é dividido.
Prefiro uma adega vazia, do que um dia esquecido.
Brinde com um desconhecido,
Com a esposa, marido,
Primo, vizinho ou quem for.
Só não deixa o vinho ficar mais velho
Que seus dias especiais.
Cabe a você a escolha!
- Por favor, alguém saca rolha?
Corre o rio, morro a baixo.
Correm cortinas nos tilhos,
Peixes em riachos.
Matilhas de lobos transvestido de ovelha
Jantam cordeiros no jornais.
Jornais escritos por chupa-cabras, por sinal.
As lebres, que morrem sem refletir sobre a morte.
E são domesticas por ovelhas,
Por velhas mentes.
Consciências com engrenagens corroídas
Pelo tempo.
Por não aceitarem um novo tempo.
Ovelhas de três olhos olharão para nosso rebanho,
Como nós olhamos para as cabras da idade média.
As ovelhas de três olhos, comentarão entre si,
Sobre as ideias atrasadas de tal ovelha da vizinhança.
Se assemelhando as cabras comuns, de dois olhos.
Revoluções por segundo.
Percepção periódica.
Rota caótica.
Sorriso bonito, é sorriso sincero.
Conheço tanta gente de dente brilhante
E sorriso amarelo.
Pode faltar o atacante,
No caso singelo.
Deixa pra lá!
Como se fosse possível.
Karma!
Nunca deixa nada para lá.
Tudo retorna.
Hoje, eu sinto o que a solidão com vista para o mar.
Virou!
Em minas não tem mar.
Mas tem solidão.
E para compensar, dobrou a sensação.
Sinto que sou pouco para o mundo.
Sinto que sou imundo,
Que para nada presto.
Tudo que vem da terra, semeado foi.
Esqueceu de onde veio?
Não se faça alheio ao problema.
Até parece não faz parte do ecossistema!
As minhas queixas, sempre ignora.
Não se preocupa com a fauna e flora,
Que outrora, era você!
Mas não mais, agora.
Depois que deixou o paraíso,
Alegando ter tomado juízo,
Se fez esquecido.
Carrega contigo um bordão:
"Em nome da evolução"
Progressão fanática.
50 anos em 5.
Não viu que poucos animais suportam
As mudanças climáticas?
Espero que tenha uma boa tática!
O rio ta cheio de hormônios.
No céu, buracos nas camadas ozônio.
E a amazônia,
O pouco que resto do que era.
Tem 5 bois por metro de terra.
Só de lembrar que foi eu quem te criei,
Me faz pensar aquela frase clássica:
"Onde foi que eu errei?"
Pois é.
Infelizmente, não sei!
Já ouvir falar de árvore?
Onde você mora tem?
Olha, se não tiver, vem?
Te convido a vir aqui ver uma ao vivo.
Ou se tiver, te convido também.
Aqui em Minas a gente gosta de visita...
E de árvore!
Árvore pertence a uma coisa maior, chamado flora.
Temos também a fauna,
Mas te explico outra hora,
Com mais calma.
Árvores tem movimentos lentos,
Mas são grandes e resistentes.
São capazes de nascer em meio ao cimento.
Basta um pouco de terra, uma cemente.
Um pouco de água, e se dá o nascimento.
Produzem sombra, frutos, flores,
Seiva, abrigo e óleos,
De diversos gostos, sabores e cores.
Você precisa ver com seus próprios olhos, amigo.
Algumas são rasteiras,
Outra acena para quem passa distante.
Além de tudo, ainda fornecem algo muito importante
Para a vida do lado de cá da fronteira.
Vou desligar, Marciano.
Depois nos falamos.
Manda um abraço para o Altair.
Seu dotô, me ajude.
Por favô.
Descobri que sou claustrofóbico.
E o diagnóstico foi uma prova de calô.
Em Santos, no verão.
No elevadô.
Não passei dô,
Mas pelo amô,
Me ajude a pensar fora da caixa,
Nuns momentos assim.
Faz um laudo pra mim,
Dizendo que não posso mais me trancá,
Em nenhum setô,
Por favô, dotô.
Sem o senhô eles não vão me escutá.
Vão dizer que já que passa,
Que a caixa é massa,
E um bom lugá para morá!
Mas eu não sou daqui, nem sou de lá!
Olhe a sua volta!
Você consegue sentir tudo a sua volta?
Olhe só como tudo vai bem...
Como cada coisa foi encaixada por alguém.
Olhe cada coisa com atenção!
Quantas coisas cabem no seu campo de visão?
Você consegue sentir a energia da contemplação?
Sentir o agora!
Sinta, sinta esse momento,
Esqueça de todos os outros pensamentos.
Pense só no que está a sua volta.
Não vá a fundo nos objetos,
Se a história do objeto te chamar,
Se solta.
Pense neles como um conjunto.
Os menores barulhos acontecendo,
Como se falassem sobre um assunto,
Que você não estava sabendo.
Quem será que te escondeu?
Talvez, tenha sido o tempo.
Veja tudo correr no instante.
Sinta-se com um turista interestelar
Que veio visitar, pela primeira vez,
O lar de vocês.
Pense em como um ser extraterreno,
Sentiria-se pleno
Ao percorrer suas ruas.
Imagine como ele sentiria o prazer do inédito
Por viver um dia em sua posição.
Qual seria o tamanho da emoção
De um ser de primeira viagem.
Passeando na pracinha da vargem,
Com a sensação de estar.
Imagina a euforia,
Que um marciano sentiria,
Se quem sabe um dia,
Ele pudesse ir de bicicleta,
Da escola para casa.
Sentindo como se tivesse asas
Brancas e inquietas.
Andando sem as mãos no guidão.
Acho que teria algo no coração,
Mas nada muito ruim,
Só uma dose de paixão.
Sentiria o vento batendo nos coqueiros,
Como eu agora.
Nem se procurai em registrar,
Por saber que algo melhor que boas memórias.
E viver o agora, sem registrar nada.
Para não confundir o saudosismo com felicidade.
Esquecer da expectativa,
E amar a realidade!
Talvez eu seja um saudosista,
Em escrever este registro.
Mas algo dentro de mim, deixa pistas
De onde me encontrar.
E vos escrevo,
Para facilitar a procura,
De um homem preso a loucura
De não saber onde está!
Contando a vida para um Marciano
Meu amigo celestial,
Sinta-se em casa!
Quero hoje, te apresentar um ser essencial
Para a vida da nossa raça.
Cercada por casca,
Ou as vezes, um caule fino.
E ser magnifico,
Não poderia ter outro gênero
Que não o feminino.
Mãe das mães!
Representa a luta no tempo.
Reluta contra o cimento,
Saltando as calçadas.
As vezes sufocada
Por um quadrado de trinta.
Mas da gosto de ver as trincas.
Algumas são frutíferas,
Outras dão flor.
Umas dão cheiro,
E ainda aliviam o calor.
Aprenderam a fazer o fruto viscoso.
Para que animais se alimentassem.
E como contra partida
Semeassem.
Uma vida de entrega,
Para nosso planeta terra.
Querido amigo, vem conhecer,
Qualquer dia.
A gente se aperta que cabe.
Aqui em Minas,
Visita é sinônimo de alegria,
E amor, você já sabe,
Nasce na mina.
Que tamanho você vê seu problema (tendo um tamanho máximo o dos seus braços)?
Que tamanho você vê um estrela?
Acho que talvez seja isso. Você está vendo coisas grandes de maneira pequena, e pequenas de maneira grande.
Surto de felicidade!
Acordei logo cedo,
Abri a janela.
Minha vizinha Gabriela, gritou:
Liga o jornal, Dodo!
"Népussive", pensei.
Vi um gravata falando do surto nacional.
Falava com alarde:
Corram, antes que seja tarde.
Tem corintiano fugindo para marte,
Com medo da epidemia.
Fiquei muito preocupado,
Afinal, quem não ficaria?
No jornal dizia,
Que todo mundo estava contraindo a felicidade.
E que a cidade de Santa Rita,
Já estava em calamidade.
Os sintomas eram graves.
Alguns começaram a demonstrar amor na rua,
Outros passaram a olhar para Lua.
Para ser contaminado,
Não era necessário nem o contato.
Basta um sorriso de um desconhecido.
E pronto.
Tá contraído.
Remédio, na farmácia, hoje,
Só tem o tédio.
Mas não é recomendado para menores de 170.
Aproveito essa poesia,
Para pedir oração.
Meu caso hoje,
Afetou o coração.
O doutor não me deu esperança.
E disse, para meu alívio,
Que era essa a melhor herança
Que se podia deixar.
Mas que eu teria que aprender a conviver,
Teria que ser forte.
Que se eu tiver sorte,
A morte há de me esquecer!
O poeta é um fingidor.
Mas não há mau em fingir.
Se não tiver liberdade poética,
Pra sobressair a ética,
Das condições do existir.
Me atire a pedra, bem mirada,
O primeiro camarada
Que nunca precisou fingir.
Alguns fingem por ambição,
Outros por educação
Pra driblar situação.
Até dor, faz-se existir.
Meu fingimento é poesia,
Finjo a dor e a alegria,
Finjo enredo, alegoria
Finjo até que outro dia,
A gente possa enfim fingir.
Personacidade!
Cidades se parecem pessoas!
Pessoas constroem cidades,
Cidades constroem pessoas!
Pessoas perambulam por ruas
E cidades por hábitos.
O cheiro do bueiro,
O mal hálito!