Aimara Maia Schindler
É tão fácil olhar...mas é tão difícil enxergar, desvendar uma alma;
É tão fácil falar...mas é tão difícil dialogar intimamente, verdadeiramente;
É tão fácil escrever sobre o amor...mas é tão difícil praticá-lo diariamente com o nosso próximo;
É tão fácil sonhar...mas é tão difícil lutar e transformar o nosso sonho em realidade;
É tão fácil ser infiel...mas é tão difícil ser fiel ao ser amado, por toda uma vida, até que a morte nos separe;
É tão fácil trapacear, roubar...mas é tão difícil ser honesto diante de um mundo caótico que prioriza ter do que ser;
É tão fácil apregoar o perdão...mas é tão difícil dar o primeiro passo em busca fervorosa da reconciliação, da harmonia, do reencontro;
É tão fácil derramar lágrimas, sentir remorso...mas é tão difícil ter um sincero arrependimento, e a partir daí, ter uma nova mente, uma nova perspectiva de vida e de comportamento;
É tão fácil ler a Bíblia...mas é tão difícil estar disposto (a) que o Espírito Santo lhe conduza a um novo caminho, pleno e prazeroso, porém cheio de abstenções, sacrifícios; de doação, entrega e santidade.
É tão fácil falar sobre Jesus...mas é tão difícil negar a si mesmo, e sem murmurações, carregar a sua pesada e intransferível cruz;
É tão fácil pronunciar o nome de Deus...mas é tão difícil aceitar os revezes da vida, açoites das aflições, e bradar, com toda certeza e convicção, no meio da maior provação: seja feita a Tua vontade e não a minha!
No cotidiano de uma grande metrópole, cada um, se esconde, no seu habitat natural, compartimento hermeticamente fechado; o guardião é adornado com a chave enferrujada no seu pescoço; o egoísmo e o individualismo exacerbados são os entraves, obstáculos que barram a entrada do seu próximo; essa insana distância poderia ser galgada, rompida, se houvesse apenas um gesto gentil, amigável do outro ser, em deixar a chave disponível, para abrir a porta, do lado de dentro, de si mesmo!
Um olhar refletindo o mar
Ondas açoites na pedra noite adentro
Intrépido homem a pescar
Aprendi a perseverar depois do inusitado encontro!
Ao observar um rio caudaloso posso perceber o quanto ele é sujeito aos intempéries da natureza, e aos açoites das pedras atiradas pelos intrusos visitantes que adentram nos recantos, maiores encantos; enfim um rio, a cada momento que passa, nunca permanece igual ao que era antes; as suas oscilações sempre me faz relembrar de mim mesma, que estou sujeita aos mesmos revezes da vida e da natureza; e também a sofrer inúmeros açoites provindos de diversas fontes, lugares; mas tenho de aprender com a lição que o rio caudaloso me lega, a sempre seguir em frente, mesmo diante das maiores tribulações.
E a nunca me deter no ontem, pois não mais existe, assim como o rio caudaloso muda a cada instante, também não sou mais a mesma mulher do passado tão recente, ontem...
Por vezes, me sinto irreconhecível do que eu fui antes; assim como um rio, se transforma depois de uma enxurrada, voltando a sua normalidade, mansidão, num lindo dia de sol!
Palavras falam, afagam, consolam; palavras aquecem, sem tocar; palavras enaltecem, mas podem denegrir; palavras acolhem, mas sem palavras rejeitamos; com palavras pedimos perdão; sem palavras nos ensoberbecemos; palavras declaram amor; sem palavras, ficamos mudos, embevecidos, diante da presença do ser amado!
Paradoxo, a fartura do rico soberbo é a penúria, extrema pobreza do seu próximo; a qual deus, ele está servindo?
Que o Senhor nos inspire e ilumine a ser igual a um garimpeiro incansável, que nunca deixa de buscar a pepita de ouro valiosa, escondida, em meio aos cascalhos, pedregulhos; que sejamos sábios e desprezemos os manjares malignos, pedras sem nenhum valor, fartamente ofertadas pelo mundo; e sempre almejemos encontrar o que é valioso, eterno: a santidade, anteriormente perdida, em meio a enxurrada do pecado.
A cada manhã eu bendirei o Seu santo nome, Deus, em Cristo JESUS, te louvarei pelas imensuráveis benignidades ofertadas na vida de tua serva; Que minha voz, jamais se cale, em gratidão, em perpétuo louvor.
Amar é almejar pintar com extrema perfeição o ser amado no seu coração.
E quando borrar sempre tentar mais uma vez...
Sonho é um esboço do que imaginamos na nossa mente, na nossa alma; mas ainda não foi realizado, concretizado como uma obra de arte, realidade!
Estou propensa a tentar carregar todos os pingos d'água;
a fim de que ecloda o sol da paciência em meu ser, viver!!
Amar é compartilhar o seu espelho com o ser amado; ter coragem de desnudar-se não só fisicamente; mas principalmente intimamente, permitindo que o outro te enxergue sem máscaras ou enfeites; enxergue a sua verdadeira face, o seu verdadeiro eu.
E a partir deste momento tão ímpar e especial, ele também compartilhe o seu espelho contigo; sem medos, amarras, nem dúvidas, que ambos saberão conviver harmoniosamente com as imperfeições um do outro, sejam elas, quais forem.
Quando amamos verdadeiramente não embaçamos, com lágrimas, o nosso espelho, nem o espelho do ser amado; nem tampouco o espatifamos, em pedacinhos, deixando cacos opacos espalhados pelo chão, de um coração partido.
Jamais as nuvens cinzentas, carregadas, conseguirão esconder a beleza esplendorosa do sol; o astro rei sempre emergirá após os revezes da natureza, as oscilações do tempo, ocasionando chuvas, ventanias, tempestades, maiores contratempos.
Assim como o amor sempre triunfará mesmo diante dos ocasos: momentos de tribulações, de provas, das pequenas imperfeições contidas no íntimo do ser amado; elas são iguais as nuvens cinzentas, que não conseguem esconder, sobrepor a sua maior essência, a beleza do sol a irradiar...
Calor, a nos aquecer, cativar momentaneamente...
Somos iguais as bailarinas das caixinhas de música, que a nossa amizade aciona os nossos dispositivos, e não paramos de bailar, sendo entoada uma melodia, que nos alegra, inebria e inspira a perseverar...
Sem jamais desvanecer, retroceder...
O nosso maior alvo é o Reino dos Céus; e com certeza, nos reencontraremos na glória, numa amizade que jamais acabará; ela é eterna como as nossas almas.
Vida amada, grandiosa, abençoada, colorida, feliz; vida, dádiva ofertada por Deus; sou peregrina na terra, cheia de maestria em viver a eternidade intensamente no recôndito do meu ser; o meu relógio só cronometra, apenas as horas passadas, em liberdade, ao lado do meu Senhor;
Uma corda pode ser usada para selar um cavalo e nos ajudar a guiá-lo com precisão e presteza, nos proporcionando um passeio prazeroso; uma corda nos relembra a nossa infância, quando pulávamos a corda com tanta alegria e inocência; uma corda pode nos ajudar a subir em uma árvore, ou a galgar os penhascos, as montanhas; uma corda pode nos inspirar a elaborar uma obra de arte; uma corda pode ser usada por um ativista para subir em um navio, em defesa ao meio ambiente; uma corda pode ser usada para içar mercadorias; uma corda pode ser usada para salvar uma pessoa, em situações extremas, como afogamentos, incêndios, quedas, em lugares de difícil acesso, como cair numa cisterna; uma corda pode despertar insanidades nos homens, e ser usada para açoitar, lesar, marcar, tolhi o nosso próximo e os animais; uma corda pode calar a voz de um servo de Deus, um mártir, sendo usada para enforcá-lo com requinte de crueldade.
Enfim uma corda pode prender, libertar, alegrar, entristecer; está em nossas mãos as escolhas do que deveremos fazer com ela; com uma corda pode ser dado o nó cego dos nossos desejos, pensamentos!
Perdoar é abrir a gaiola da pássaro que estava cativo, preso aos grilhões dos ressentimentos; triste, emudecido, sem cantarolar a doce melodia da plena liberdade de amar novamente.
A palavra é declaração; o silêncio é confirmação;
A palavra é manifestação; o silêncio é revelação ;.
A palavra é expressão; o silêncio é interiorização;
A palavra é palco; o silêncio é bastidor da alma;
A palavra é ponte; o silêncio é porto seguro;
A palavra é projeção; o silêncio é realização;
A palavra é condenação; o silêncio é libertação;
A palavra é persuasiva; o silêncio é apaziguador;
A palavra é momentânea; o silêncio é duradoiro;
A palavra é desejo, turbilhão; o silêncio é amor, mansuetude sem palavras.
Amor é um liame que nos unifica, mas se não houver respeito e sabedoria para nos relacionar com o ser amado; os laços afetivos ficam estreitos e apertados demais, pela nossa inabilidade de agir com reverência e cuidado diante do precioso tesouro ofertado pelo ente amado; em consequência aos nossos atos impensados, ocasionamos dor, ruptura e afastamento, de quem tanto almejávamos amar, comungar e interagir.
Fornicação é a venda que voluntariamente colocamos diante dos nossos olhos, para não enxergarmos os sofrimentos do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário; agonizando mais uma vez por nós, em virtude de tamanha iniquidade praticada diante de Sua santidade; perfeito sacrifício desprezado em troca de momentâneo prazer.
Não permita, que a escassez de água, de bens, de tempo, sejam os obstáculos para não servir o teu próximo;
Não permita, que o cansaço, o desânimo, a mão suja e calejada, sejam as desculpas para não lavar os pés do teu próximo;
Não permita, que o teu passado te condene, te assombre, te iniba e te detenha em ir ao encontro do teu próximo;
Não permita, que o medo de ser rejeitado, os egoísmos, sejam os maiores entraves de amar o teu próximo como a ti mesmo;
Não permita, que as amarguras e os ressentimentos nutridos, sejam pedras no teu caminho; que te façam tropeçar e não perdoar o teu próximo;
Não permita, que a tua falta de fé, te faça enxergar o teu próximo, como parte separada de ti; opositores, sem jamais comungarem, celebrarem o amor em Cristo;
Não permita, que a morte te sobrevenha repentinamente, sem ter alumiado o teu próximo, com a luz que há em ti; dom divino graciosamente ofertado.
Entre milhares de grãos de areia em Tua mão, eu creio que o Senhor percebe a minha falta, quando eu escorrego e sou levada pelas enxurradas da vida; eu persisto em crer, que prontamente e diligentemente, Tu vais a minha procura, pra me resgatar da minha inabilidade de viver sabiamente à sombra do Teu regaço.