Aimara Maia Schindler
Dispense as anuências, concordâncias, não fique refém da opinião de outrem ; não abra mão das suas convicções, nem tampouco das suas maiores indagações; pois elas começam a surgir, quando você deixa, de lado, as mesmices corruptas, as concupiscências da carne, dos olhos; permitindo ser conduzido por um pensar diferente...
E uma nova visão espiritual se delineia, você sendo guiado pelo Espírito Santo numa inigualável viagem; incursão, dentro de si mesmo, em busca do teu verdadeiro eu, ser; num volver que eclode um novo homem, filho de Deus!
Não afague constantemente a fera, nem a alimente fartamente com o que abunda dentro do teu ser, pra que ela não cresça e sem pestanejar, te abocanhe, pra sempre.
O pecado é uma fera silenciosa que te espreita; ela aproveita a brecha, quando você menos espera, pra se mostrar, conquistar, imobilizar, atacar; dando o seu bote, golpe fatal!
O Sangue precioso de Cristo Jesus foi derramado sobre o Livro da Vida; apagando a negritude de todas as nossas iniquidades, e selado, com a Sua digital, o desfecho final e vitorioso de nossas vidas, eternamente, ao Seu lado!
Muitas vezes somos igual a uma criança, não queremos desgrudar do nosso sonho realizado; ele passa ser a nossa morada, local prazeroso, que tomamos posse, fincamos a nossa bandeira de destemida desbravadora; pintamos todas as paredes, de diversas cores, frutos dos nossos devaneios, da nossa imaginação tão fértil; abrimos todas as janelas para o vento nos arrebatar, alegrar; fechamos a porta do porão dos nossos medos; somos audazes e vamos tomar sol lá no sótão, ambiente aconchegante, sempre nos inspirando a ler, mais um vez, o Livro da Vida, que tanto queremos nos aprimorar, pra ser uma exímia cativa moradora do nosso recanto, onde o amor é o alicerce, maior fundamento do nosso almejado lar.
A cada momento, a cada ação praticada, a cada palavra proferida...é como um sino tocando, entoando em algum lugar; cabe a cada um de nós, ressoar com sabedoria e discernimento uma melodia, que encante e atraia o nosso próximo, para interagir e comungar conosco a alegria da nossa esperança, o amor em Cristo propagado, irradiado; ribombando com maestria, no mesmo compasso da eternidade, a voz e a soberana vontade de Deus.
Poderíamos ser imbatíveis, se nos uníssemos, e não guerreássemos mais; próximo, tão distante de nós!
Preciso de um amigo, para estar ao meu lado, quando mais um pôr do sol se declinar; preciso de um amigo para fotografar o meu melhor ângulo e me eternizar no seu olhar; preciso de um amigo que dialogue comigo, sem nenhuma palavra, apenas me decifrando no brilho do meu olhar; preciso de um amigo para compartilhar uma tocante música, e ele se inspire com ela, me chamando pra bailar, sonhar.
Preciso de um amigo que me afague, me acarinhe, estenda a sua mão, e ajude a me levantar após um tombo; preciso de um amigo com olhos de mar, que sempre me abarque na infinitude do horizonte do seu olhar, perseverar; preciso de um amigo que me contagie com um perfume raro e exótico, e com a sua maior essência, me inebriando a decifrar a sua origem, maior fonte; preciso de um amigo que não me abandone diante as tempestades da vida, que ele sempre esteja perto de mim, pra ser abrigo, agasalho, enquanto não finda a maior enxurrada.
Preciso de um amigo que comungue a mesma fé que a minha, para que juntos nos deliciemos com mel farto e saboroso da Palavra de Deus, fonte inesgotável de delícias a serem compartilhadas; preciso de um amigo para ouvir uma voz, um som melodioso, nos inspirando a compartilhar as nossas alegrias, os nossos maiores sonhos, as nossas vitórias e também os nossos equívocos, inevitáveis tropeços; preciso de um amigo para exercitar a virtude da humildade, pedindo perdão e ofertando a minha liberalidade de perdoar; preciso de um amigo que seja sábio e prudente sempre me exortando, com antecedência, quando estou andando por um caminho inadequado.
Preciso de um amigo que seja leal e sincero, que me fale a verdade, com muito amor e discernimento espiritual; preciso de uma amigo que fique comigo enquanto eu desabafo e choro, me ofertando o seu ombro, o seu lenço, e o melhor, o seu colo, afugentando pra longe de mim, o que me entristece, amedronta; preciso de um amigo fiel, que não abra mão de nossa amizade, nem a deixe definhar, acabar pelos ventos do tempo, oscilações da vida; preciso de um amigo, pra ser a minha sombra, sempre estando perto de mim nos momentos, que eu quero estar bem longe de mim; enfim preciso de um amigo, pra ser provada, lapidada, testada a amar ao meu próximo como a mim mesma, finalmente enxergando a face serena de Cristo em outro ser, ente amado, meu amigo, meu irmão, por toda uma eternidade
A minha escrita sempre será a chave decodificada que dará acesso aos labirintos ainda insondáveis do meu ser; só após ultrapassá-los, pode se ter acesso a fonte inesgotável de amor, não provindo de mim, e sim do fruto deleitoso agraciado pelo Espírito Santo; revelado somente a quem comungue o mesmo espírito com Ele.
Silêncio, o ecoar do grito emudecido; eu invento arte, celebro criatividade; só pra, sem palavras, dialogar com as estrelas; universos adornados, eu e elas, ambas interagindo com Deus.
A noite chega ....e as luzes da cidade propagam a imensidão de vidas, não reveladas, sem luzir dentro de mim; anônimas, sem comungarem as almas, nem brindarem o apogeu, a plenitude da irmandade; paraíso de néon, em qualquer momento, situação, lugar...
Sempre deixamos em nossas mãos o vestígio do que afagamos e nos deleitamos; assim como deixamos a marca indelével da nossa presença, do que somos, na interação com o nosso próximo.
A vida é uma estréia constante, se erro o texto, a lição primorosa contida nela, tenho de repeti-la em outra cena, lugar; acrescentando a mais um grau de dificuldade; aprender com dor, açoite disciplinador do nosso amado Criador.
As horas do meu relógio não acompanham as batidas do meu coração; lentas, tardias, me embalam a dormir, mas eu quero pairar sobre a densa esfera terrena; eu sou acelerada para ser feliz, quero acordar bem cedinho, como os passarinhos, sempre pronta, disposta, livre, aprendendo a voar, tendo asas agraciadas por Deus, em Cristo Jesus.
Eu tenho um sonho; você tem um sonho; seria um sonho, se os nossos sonhos entrecruzassem, unificando-se, apenas num só desejo, realidade.
Abro mão de vãs palavras; mas não abro mão de gestos e atitudes que demonstrem intenso amor sem nenhuma palavra.
Amar é ser visível diante do ente amado, quando ele opta em ser invisível pra o resto do mundo.
É muito triste só ser notada e enxergada na hora do maior tombo e da despedida.
Melancólico abandono, de quem partiu, sem ser afagada, amada.
É muito desgostoso ser uma carta não lida, nem aberta, nem muito menos, guardada amarelada como demonstração de um verdadeiro carinho, afeto, irmandade, saudade, amor...
Sonho não envelhece, nem tem prazo de validade, apenas adormece sem concretizar dentro de nós.
Ainda sou uma criança que adormece sonhando o sonho de minha infância...
Finalzinho do Inverno rigoroso, impetuoso, frio enrijecendo os meus ossos; martelando em minha mente; azucrinando os meus ouvidos, o tic, tic tac do relógio persistente; a chuva que cai lá fora, me instiga a sonhar, almejar maior liberdade; e acreditar que as flores ainda vão brotar na dura sequidão do meu medo; a me expor tão frágil, vulnerável, diante dos açoites da tempestade.
Escrevo-te, sem tentar esconder a tristeza que sinto, meu ser longe de ti; escrevo-te, pra saciar a minha sede de te ter, fonte inesgotável de água farta e límpida; escrevo-te, pra me sentir eternizada nos teus olhos ao leres as minhas mal traçadas linhas; escrevo-te com toda a sofreguidão, pra beberes momentaneamente o mel que escorre das minhas palavras, e relembrares a doçura da tua infância; escrevo-te palavras de amor, meu amado poeta volátil, inalcançável; escrevo-te por mil razões; sem motivos, também escrevo-te...
Escrevo-te incansavelmente...só assim estarás vivo, pra sempre, ao meu lado...