Aimara Maia Schindler
Pequenos passos, sombras eclipsadas, perante a imensidão do infinito; berço acolhedor da eternidade.
Na paciência, na perseverança, em nome do Senhor Jesus Cristo, não nos intimidaremos com as afrontas, somente Nele realizaremos proezas. A estrondosa vitória de saborear o mel na sombra da carcaça do destruidor.
Alguma vez você já parou para pensar a dificuldade que é para encontrar uma agulha no palheiro? Essa jóia rara, a agulha, representa a fidelidade, que uma pessoa nutre por Deus e por seu próximo; e ela mergulha ávida nessa busca, e quando encontra essa preciosidade, começa alinhavar uma nova história para sua vida; a sombra do passado ela deixa enterrada no palheiro.
O acaso é uma aquarela agraciada por Deus, para a realização do nosso sonho de pintar uma obra-prima.
Amar é compartilhar o seu espelho com o ser amado; ter coragem de desnudar-se não só fisicamente; mas principalmente intimamente, permitindo que o outro te enxergue sem máscaras ou enfeites; enxergue a sua verdadeira face, o seu verdadeiro eu.
Eu quero antes; eu quero depois; hoje, eu quero; amanhã, eu quero de novo; o porvir, eu quero, sem ter de abrir mão do querer eternamente...
Meu coração sempre aumenta de tamanho para abrigar as pessoas que eu amo, mas ele é insaciável, nunca deixa de alargar-se e bradar:
Sempre cabe mais um (a)!
Com uma vara curta não devemos mexer na colmeia das abelhas sem correr o risco de ser picada por elas; assim como não devemos brincar com o pecado, sem sorver o fel de sua ferroada mortífera.
Uma mulher sábia sempre busca o silêncio, o encontro consigo mesma, e procura ouvir a verdade que é revelada através do seu aquietar, meditar...
Uma mulher sábia não permite que alguém a machuque, nem muito menos, brinque com os seus sentimentos; e a recíproca também é verdadeira.
Uma mulher sábia não perde seu tempo com frivolidades, nem mundanismos; nem tampouco perde tempo com alguém que não a considere, nem a respeite; alguém que não consiga enxergar a face serena de Cristo nela, na fé, mesmo que momentaneamente, ela esteja encoberta pelas dores e tribulações; do mesmo modo, em quem, ela não consiga enxergar a mesma face tão preciosa.
Uma mulher sábia sabe a hora de chegar num porto, no qual, ela está sendo esperada; e também sabe a hora de partir, quando não existe mais a possibilidade de aprender, a ser mulher, sem sofrer!
Uma sábia mulher, o sabiá canta na janela, prenunciando a hora de partir; a voar, mais uma vez; eternidade é uma gaiola sem aguilhões.
Um lugar no meu coração ainda está intacto, pra se inebriar com um aroma nunca antes absorvido;
O meu coração vibra, se alegrando, num lugar distante tão desconhecido;
Meu olhar, se detém num lugar, perante ao meu coração totalmente embevecido;
A primavera, se delineia no meu coração, o botão de uma flor eclode no jardim, sem vagar, nem penar, num lugar antes inacessível...
Impossível, se deleitar num lugar, sem o meu coração pulsar, me inspirar, alegrar!
Momentos que sinalizam como as estrelas brilhando no céu; nada é por acaso; estradas paralelas, com um mesmo caminho a percorrer, alvo a conquistar; em qual curva o impossível pode acontecer?
Unificando num só ponto, adjeção, os itinerantes viajantes, na arte de amar incondicionalmente!!!
Escrever é como andar de bicicleta, apesar das nossas quedas, tropeços, quando começamos a pedalar, devanear novamente, esquecemos do passeio malogrado, da rota equivocada; o prazer é muito maior do que o medo de nossa inabilidade de nos conduzir ou escrever sem maestria.
A parte emergida do iceberg ama o sol, o vento, a liberdade; quer enxergar, sentir, se mostrar, o quanto é poderoso, o quanto está seguro, controlando o seu território; mas a parte submergida do iceberg ama a profundidade, descobrir os insondáveis segredos que habitam no recôndito do oceano; se deleita em falar, falar...mesmo que as suas palavras não consigam traduzir aquilo que enxerga; essa parte submersa só é revelada, para aquele que está disposto a mergulhar, sem temor, nas suas águas profundas e deleitosas.
Deus criou o homem e a mulher para serem uma só carne na eclosão do amor; a parte emergida do iceberg se assemelha ao universo masculino; e a parte submergida se assemelha ao universo feminino; como conviver harmoniosamente com essas incongruências?
Jamais conseguiremos com a força de nosso braço, muito menos com nossa ferrenha boa vontade; só a presença do Espírito Santo no relacionamento pode unificar nossas diferenças; o ímpar, se tornar par, com todas as incongruências harmonizadas e compartilhadas.
Às vezes me sinto, como a única sobrevivente, numa ilha deserta cercada de vorazes tubarões por todos os lados; no silêncio dos incomunicáveis, o derradeiro bote foi abocanhado, quando eu pronunciei a primeira palavra:
Socorro!!!!
O amor é a ilusão do ocaso que nunca declina; se sobrevive a realidade do alvorecer é verdadeiro e jamais acaba.
Cuidado, ter cautela é imprescindível, na hora de escolher o convidado que vem pra jantar; e a partir daí, desse momento, você permite ele ter livre acesso aos recônditos da tua alma; e a ser morador cativo do teu coração; as flores adornam as suas mãos; mas a foice está fincada na sua mente, para cortar em pedaços a sua resistência, a sua inteligência; o vinho presenteado, o brinde, que cega, entorpece; sem desvendar, antever a visão de você, ser o prato principal, tostado no forno ardente da ilusão, da luxúria fúnebre.
O vento leva a folha a percorrer uma distância inimaginável; leve, solta, em seus braços, ela se entrega confiante ao seu bailar, viajar...
A ilusão do apego se esvai, quando a folha continua a existir quando se aquieta no chão de um outro porto, de um novo lugar; sem a força motivadora, a ação do vento.
Eu fui autodidata, já nasci escrevendo; no interior do útero aquecido de minha mãe; o líquido amniótico me servia de inspiração; e o cordão umbilical era o élan, sangue, vida, elixir pulsante e pensante, pra eu sonhar, esvoaçar, me aventurar; com os meus dedinhos comecei a rabiscar a poesia, história de minha vida!
O amor é uma canção, não traduzida, por palavras; mas decifrada pela sombra do outro, ser amado, poliglota.
A verdade é como um bombom que saboreamos, pela primeira vez, a sua doçura nos inebria, e sempre queremos saboreá-lo mais um vez.
A sombra, a mentira é o fel ao nosso paladar; e nunca esquecemos de seu gosto amargo e intragável.