Adriano Vox
O brilho nos olhos
E os sorrisos dos rostos,
Mostraram toda a sensação
Que é o viver,
O sentir,
A saudade em si...
Alguma coisa sucedeu-se
Dentro de mim.
Atormentando minha alma serena,
Transformando meu espírito brando,
Sucumbindo toda a dialética.
Porque dor é fácil de sentir,
Ainda mais quando se percebe o movimento
De luzes, som, calor.
O que será que se expressa na real intenção?
Relato nas calçadas
A reflexão ausente
De uma falta de
Mim,
Uma decisão amuada
Pelas ruas solitárias
De vultos e memórias.
E a felicidade,
Amigo(a) leitor(a),
Nasce assim
– Dentro da gente –
Simples, reluzente,
Desta vida tão esquecida e fútil
Que vivemos.
Esta rua que trafego
Todas as noites
Tem espionado minhas
Fraquezas
E o meu medo de encarar
De frente a realidade
Íntima e última.
São fraquezas
E escolhas incertas
De provações e experiências
Em meio ao consequente
Olhar no espelho,
Onde a verdade, à tona,
Vem intensa de desafios,
Com o constante medo de
Repetir.
Enquanto acho que é tão difícil
Lidar com certas situações,
Ele me diz:
'É muito bom. Dá uma
Sensação de liberdade
Que não tem explicação.'
Explique-me, por favor,
Caro(a) leitor(a),
O que é liberdade?
A humanidade é indiferença pura:
Do país que não investe seu dinheiro em cultura,
Da criança que tem fome na barriga,
Do mendigo que na rua se abriga.
A vida é um risco atrevido,
Que na canção suave se cala,
Cenário escondido por dentro
Do coração que sempre se abala.
Em meio a arrependimentos
E aprendizados,
Nasce a vida,
Morre o dia,
Segue a sina,
Só o mendigo fica.
Meus olhos desolados ficam.
E no fundo,
Cada um de nós se esconde.
Cada um de nós.