Adriano Soares da Costa
Não tenho perguntas para todas as respostas,
porque não tenho certezas que possam traçar linhas precisas entre o que sou e o que sinto.
Não tenho perguntas porque há já respostas:
Sempre que meus olhos caem sobre os seus
Tenho a convicção precisa que apenas sou se neles mergulho.
Não tenho perguntas porque para que respostas?
Se no exato momento em que lhe abraço cessam interrogações, dúvidas e medos?
Tudo se resume àquele instante...
Nem perguntas nem respostas, simplesmente,
Porque naquele encontro de corpos me compreendo:
Nele me deixo dominar apenas para poder no ato de entrega me achar completo em você.
MEUS MEDOS
Meus medos dizem quem sou. Contam a minha história, o que em mim é preservação e o que também é sonho, busca e sofreguidão.
Meus medos dizem das minhas perdas, daquilo que me é importante. Falam também sobre o horizonte, as linhas distantes que me chamam e empolgam como o navegador em caravelas, sem a ciência para dominar o que vem depois.
Meus medos são espera, gravidade que me segura e me deixa no eixo onde circulo em segurança. São, porém, a ânsia do voo, a vertigem do abismo que fez Ícaro saltar com suas asas imperfeitas, olhando para o brilho do sol e para a grandeza dos sonhos.
Meus medos sou eu. Meu instinto de sobrevivência, o segundo a menos para pensar, o tempo lento do relógio prudente.
Meus medos, ei-los, na noite escura que se deixa desvirginar pela lua branca, pelos sinais tingindo o céu, mostrando os caminhos que quero percorrer feito coragem, porque a vida vale a pena.
Meus medos, enfim, são autênticos porque eles me dizem: não paralise, não se esconda, não deixe que a vida silencie em você a ânsia do próprio viver. Seja resiliência. Seja gana. Seja luz. Seja a beleza fraterna e generosa do girassol.
Eles, meus medos, se enchem de coragem para ter mais medo e mais superação. Porque - que bom! - meus medos são a coragem que adiei para se fazerem o concreto passo que quero dar no momento adiante. E, passo a passo, sou menos o medo de ontem e mais o sonho do dia seguinte.
ESPERANDO CATEDRAIS.
Se nada há para dizer, seja silêncio. Deixa que as palavras sejam guardadas como velhos objetos que já não decoram adequadamente o ambiente e se tornaram fora de lugar.
Se há a falta, seja o vazio preenchido do que importa. Não se incomode com a ausência se tudo é presença e não há espaços para a solidão. A saudade é também um modo de encontro na alma.
Se há tristeza, submeta-a como fazem os vencedores em uma guerra aos vencidos. Deixa-a prantear-se sozinha até o esgotamento de si e olha para o dia seguinte como a certeza do sorriso que chegará.
Se há saudade, come-a para que não lhe devore. Crava os seus dentes como se cravam na carne de quem se ama, com a mesma paixão e vontade. A saudade nunca será amiga, mas será companheira de jornada até o abraço e o beijo.
Se, por fim, há amor. Seja ele silêncio, tristeza, falta e saudade. Porque sabe ser espera, sonho e certeza. Amor que se constrói como se erguiam as grandes catedrais: a antevisão da obra pronta animava o processo devotado de construção pelos anos e anos sem fim...
NAVEGAR
Navegar é preciso; os navegadores usam astrolábios, bússolas; antes, usavam as estrelas como mapas do caminho.
Aprenderam a ler os sinais e souberam assim para onde ir. Viver não é preciso; não tem linhas retas, não tem predeterminações, não tem os mapas do caminho apontando de modo claro o rumo.
Naveguemos e vivamos. Como precisão e sem precisão, podemos seguir olhando para o mapa, para as estrelas, para os sinais.
Às vezes o céu está nublado, é certo. Às vezes resta apenas o silêncio do céu, a escuridão da noite, e os ventos vão nos levando sabe-se lá para onde. Mas notem vocês: até a precisão da navegação pode sucumbir. Porque as certezas são - eia pois! - incertas, são provisórias em nossas vidas.
Mas há um algo em nós que nos anima a que nunca devamos deixar de olhar para o céu, para a noite... Porque nalgum ponto do breu, há a chance de vermos os sinais, o brilho das estrelas...
Navegar é preciso; viver, precisamos.
Sobre a frase : "Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu]
Quando alguém diz coisas ambíguas sistematicamente é porque deseja ser ambíguo. A ambiguidade discursiva é a arte de gerar confusão, de promover a dúvida, sempre tendo, porém, uma rota de escape adrede preparada para quando lhe convier, dizendo que não disse o que disse.
Faça o seu time pensar grande e
se comprometer com o sonho.
Esteja ao lado, estimule, estabeleça
metas desafiadoras e premie os
que se comprometeram de corpo
e alma. Também não seja complacente
com os que não se esforçaram ou não
se engajaram. A complacência para
uns gera o sentimento de injustiça
nos demais, enfraquecendo os
laços compromissórios que forjam
os grupos vencedores.
Buscar a felicidade como fora ela uma realidade pronta e acabada é uma empresa fracassada desde o início, porque ela não é uma coisa, uma pessoa, uma situação.
A felicidade é a energia gerada continuamente
pela conquista de si mesmo através da realização na vida dos melhores sonhos, dos mais elevados valores e da empatia com os que nos cercam.
A felicidade brota do amor, das conquistas honestas, da execução de projetos desafiadores e floresce no mais bonito encontro: aquele consigo, em suas dores e mazelas, na aceitação dos próprios limites e derrotas. Tudo isso, no percurso para todos os dias ser a melhor e mais bonita versão de si mesmo!
FOME DE AMAR
Eu te amo,
E te amo tanto e de tantas formas,
Que em mim já não mais cabe
O tanto que te amo.
Amo-te com fome,
Com um desejo além de mim mesmo.
Amo-te com tamanha intensidade
Que já não me sou.
E te amo por seres quem és,
Sem retoques, sem máscaras.
E te quero porque te quero,
Sem razão, senão a razão de te amar.
És bela, és doce, és mulher.
Amo-te por tudo isso.
Amo-te porque em ti sou feliz:
Em ti me encontro em quem sou.
Amo-te ainda mais,
Porque se sei que te amo,
É porque em ti e em teu corpo
Aprendi o sentido da palavra amor.