Açucena Polizel

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Eu não gosto de pessoas "boas", para mim são superficiais. Eu gosto de pessoas completas, com anjos e demônios. Por mais que utilizem apenas um lado, pelo menos que reconheçam que em potencial são ambas.

Não somos totalmente imunes à nossa natureza, nem totalmente escravos dela. No fim é isso que nos torna humanos.

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A idéia de morte só machuca porque estás vivo, quando ela chega, as coisas simplesmente somem.

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Tenho um medo profundo de viver longos anos e não realizar nada, chegar à velhice e continuar sendo um livro em branco. Alguns temem a morte, eu temo a vida. Porque pior que a morte, é a vida não vivida.

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Que nossos vazios sejam preenchidos! Enquanto buscamos esquecemos nossos medos, depois que encontrarmos já não teremos mais medos.

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Torna-te consciente da morte, torna-te consciente da vida.

A poesia consiste no belo, o belo não existe sem dor, e a dor não existe sem poesia.

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O que torna uma história clichê, não é repetir sempre a mesma sequência de acontecimentos, mas sim repetir sempre o mesmo modo de conta-los.

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Entendo sua dor
Curo sua ferida
Só quero uma fala, amor
Na peça da sua vida.

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Eu desprezo pessoas vulgares que agem a vida toda como animais. Gosto de pessoas complexas que perdem o controle uma vez ou outra.

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Vazio

Há tempos que não sinto nada ao me mover
Que estou inerte numa estranha ambição de me preencher
De encontrar algo ou alguém que traga-me à vida
De criar apreço por qualquer coisa que seja-me querida

Por vezes submeto-me à futilidade, por vezes a algum vínculo profundo
Mas ainda sinto-me só, incompleta, um poço sem fundo
O essencial falta-me, não vivo nada verdadeiramente
Como se não existisse passado, futuro ou presente

Algumas pessoas contentam-se ao molhar os pés, outras a cintura
Outras um pouco mais profundas mergulham de cabeça nessa aventura
À mim seria necessário o afogamento
Talvez eu fosse completa, por pelo menos um momento

Uma Supernova que passou a vida a buscar
Algo ou alguém para se afundar
Para dar fim ao vazio de dentro de mim
Explodi e parti, para um oceano sem fim.

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Que as manhãs nos afoguem o bastante, para que todas as noites sejam eternas.

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Os minutos serão eternamente melancólicos e carnavalescos sem a sua presença.
Minh'alma chora com a sua ausência; os planetas do meu universo se desalinham sem teu amor, ainda que seja por um segundo sequer.
Sentirei sua falta, por favor não crie caos onde te cedi morada, por favor, volte para o mundo que jurou governar e que por ti as terras sangram.

És a parte mais
linda da minha vida,
o sonho que nunca tive,
a sublime fonte que
esbanjo-me
sem moderação,
o contato mais íntimo
com uma divindade.
Perco-me em
tuas palavras
e encontro-me
em tua alma.

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⁠Acreditava que o amor era doença
Assim, deixou-se morrer.

⁠Você não é a luz no fim do túnel
Você é o fogo que arde em mim
Que me dá forças para continuar pelo túnel escuro

⁠A fé sozinha é o refúgio da ignorância, o ceticismo sozinho é o abandono de si próprio.

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Nascemos fruto da frustração alheia; porteriormente viramos expectativa.

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⁠Percebeu que num diário, as coisas que você omite são mais importantes do que aquelas que você coloca?
O medo de que alguém descubra os seus mais profundos medos e desejos é maior que a necessidade de expressá-los.

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⁠Só se pode amar, valorizar, repudiar ou desprezar aquilo que desconhece ou que já faz parte de você.

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⁠Não sei quem sou, nunca soube.
Sorrateiramente corroída pelo tempo
Também já não sei quem quero me tornar.

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⁠Uma triste verdade para as almas distintas:
Os clichês, em sua maioria, são reais.

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Nostalgia
⁠⁠
Numa noite fria e morta
Você bateu em minha porta
Em teus olhos, histeria
Sabor de vermelho, sinestesia
Em teus lábios, gosto de vinho
Em tua mente, muito espinho
A cada toque um nascimento
Fez-me viva para matar-me em outro momento
Os teus traços, poesia
Teus sussurros, sinfonia
O teu gosto, nostalgia
Numa noite fria e morta
Você bateu em minha porta
Sugou o que restava
Incendiou enquanto nevava
O corpo vazio
A alma no cio
Num golpe de sorte
Matou-me e afastou-me da morte.

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⁠Eu não te amo
Ainda que seus olhos me sufoquem
Seu riso me inunde
E seus lábios me sequem
Eu não te amo
Ainda que sua voz me embriague
Meu corpo te implore
E meu peito te trague
Eu não te amo
Ainda que te esboce em meus traços
Te faça futuro
E só queira teus braços
Será que eu não te amo?

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⁠Espelho

Na sala dos espelhos
Não consigo me enxergar
Por mais que eu me esforce
Sou extensão desse lugar
Espelho que breu reflete
Nada é, tudo consome
Só a luz dá dimensão
Dá espaço, dá pronome
É preciso se acender
Antes de se procurar
O espelho só reflete
Aquele que se iluminar

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