aBel gOnçalves

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Do engenho ao evangelho
O que assombra é essa forma de governo,
Essa falta de fé nas pessoas.

Inserida por Abel-Goncalves

Arrepio no córtex

No fim do silêncio
A imaginação catatônica
Brinca com o punhal afiado.
A pistola engatilhada
Alvoroça
Rodamoinhos adormecidos.
Amor e ódio
Num instalo
E tormento

Inserida por Abel-Goncalves

O asfalto e as árvores de cimento
Enfeitam paisagens de desemprego.

Inserida por Abel-Goncalves

Há muitos pássaros na garganta do dia

Inserida por Abel-Goncalves

A paixão tem essa textura melancólica.
Enquanto o amor. Ah, o amor é esse
atrevimento que as pessoas tem em confiar.

Inserida por Abel-Goncalves

Acorda pra vida imbecil!

Tem alguém te esperando lá fora,
com as mãos cheias de covardia,
com o coração insatisfeito,
com a boca empanturrada de mentiras
e um ramalhete de flores brancas
para jogar na sua sepultura.

Fim dos tempos opus XXI

O temor propaga-se insano
Surreal
Na lápide de um segundo
Moderno.
Problemas e pleromas a convergirem-se.
Eu cá a ler Delfos
Numa literatura errante.
Uma câmera em punho...,
Qualquer psicopata evoca Adolf Hitler,
Getúlio Vargas...,
E ateia o terror por onde passa
A imortalizar a desgraça dos últimos
Momentos.
Os telespectadores vibram em
Orgasmos e satisfação
Ao verem
Em primeira mão
O assassinato dos últimos instantes.
Compartilhar ou não
Eis o cerne
Mecânico
Da nova comunicação.

Inserida por Abel-Goncalves

⁠Curva de rio

Os suicidas conhecem bem o caminho da enseada, onde os caracóis desenrolam-se
inócuos e emprestam seus tentáculos para uma morte esplêndida e premeditada.

aBel gOnçalves

Inserida por Abel-Goncalves

⁠A mesma máscara que esconde o sorriso esconde a dor de uma sociedade doente

Inserida por Abel-Goncalves


Todas as armas atiram de verdade
Principalmente as palavras sinceras


Ré visão

É urgente consertar os corações sombrios
e revisar o modo de como ver a vida.

Inserida por Abel-Goncalves


A gente aprende com os dias ruins
A emparedar as lágrimas e a puxar lá do fim do poço uma centopéia chamada esperança.

Inserida por Abel-Goncalves

⁠Como desligar
a vida,
e religar numa outra dimensão?

Inserida por Abel-Goncalves


Tem tolos que são tão hipócritas que não sabem que são infelizes. O melhor é não alertá-los nunca! para que não percam o bril do alvorecer.

Inserida por Abel-Goncalves

⁠somos puramente sentimentos impuros.

⁠a crua gramática opressora
cria cruéis versos oprimidos

Inserida por Abel-Goncalves

⁠o dia exausto alimenta o corpo
com o silêncio da morte,
vamos respirando partículas
de angustias,
cada um em seu submundo
particular.

Inserida por Abel-Goncalves

⁠vai chover pranto
por onde a gripe
passar
por mais que passe o
tempo
o pranto perseverar.

Inserida por Abel-Goncalves

⁠pequenos HOLOCAUSTOS XLI

cansado de ser sozinho
resolveu casar -se,
ah se soubesse prever futuro,
foi a saturno, foi soturno
foi saturado, foi assaltado
depois foi sepultado sozinho.

Inserida por Abel-Goncalves

foi como se fosse um coice
quando descobriu que tinha câncer
desde então perdeu a cabeça
e se derramou pelo cais.

Inserida por Abel-Goncalves

⁠a metralhadora vai rosnando
preconceito pelos becos escuros
das vielas do Capão redondo
enquanto o mundo gira redondo
pelo Planalto Central.

Inserida por Abel-Goncalves

⁠pequenos holocaustos XXXV

tombos, pontapés, porta na cara
agressão verbal, agressão moral
a vida vai desenhando um soneto
de ódio e miséria na vida do menor
abandonado na favela.


aBel gOnçalves

Inserida por Abel-Goncalves

⁠não lembro quando foi que me
transformei em silêncio.
só sei que agora eu grito muito
alto daqui de dentro desse ser
soturno e ninguém me ouve

Inserida por Abel-Goncalves

⁠no sexto dia Deus se
distraiu e cochilou,
quando acordou
a sua criação já havia
superado o criador.

Inserida por Abel-Goncalves

⁠quando compramos
as dores dos outros
multiplicamos a calmaria
e a cumplicidade humana.

Inserida por Abel-Goncalves